A Justiça francesa absolveu a fabricante do Airbus e a companhia Air France pela queda do voo AF447 do Rio para Paria, que causou, em 2009, a morte de 226 passageiros e 12 tripulantes. O avião caiu no Oceano Atlântico, perto de Fernando de Noronha, quase quatro horas após sair do Rio de Janeiro. A aeronave transportava passageiros de 33 nacionalidades, dos quais 58 brasileiros. A presidente da Corte, juíza Sylvie Daunis, quando leu a sentença, diz que "não há nexo seguro de causalidade entre as imprudências/negligências e o acidente". As investigações concluíram que o gelo bloqueou as sondas de medição da velocidade do avião, impossibilitando a leitura pelos pilotos, em zona de turbulência que atravessava. Assim, não subiram o avião, provocando a perda de sustentação do ar, virando para baixo em queda livre até o mar, a 1.150 quilômetros de Recife. As caixas pretas confirmaram as investigações sobre a desorientação dos pilotos com a medição da velocidade e provocou a queda no mar em menos de cinco minutos.
Em 2019, os juízes de instrução arquivaram o caso, mas os familiares das vítimas e sindicatos de pilotos recorreram e, em maio/2021, a Justiça ordenou novo julgamento. As duas empresas foram acusadas de homicídio culposo, mas se concluiu pela inexistência de qualquer problema técnico apto a provocar a queda da aeronave. Os parentes das vítimas mostraram-se bastante surpresos e revoltados, depois de 13 anos de luta para que o caso fosse julgado. A Promotoria da França, que fez a acusação, não estava segura, pois alegou falta de provas para a culpabilidade das duas empresas. Foi invocada a forte turbulência para justificar a queda da aeronave, mas afastada eventuais problemas técnicos com as empresas.
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