Neste III capítulo, Michel Desmurget, no resumo de sua obra, intitula "Sete regras fundamentais"; com este título , diz Desmurget:
Antes dos 6 anos.
Ausência de telas. Para cresceram de modo saudável, crianças pequenas não precisam de telas. Ela precisam que falemos com elas, que leiamos histórias para elas, que lhe demos livros. Elas precisam se entediar, brincar, montar quebra-cabeças, construir casas com Lego, correr, pular, cantar. Elas necessitam desenhar, praticar esporte, música, etc. Todas essas atividades (e muitas outras semelhantes) constroem seu cérebro de forma mais segura e eficaz do que qualquer tela recreativa. Ainda mais que a ausência de exposição digital durante os primeiros anos da vida não provoca nenhum impacto negativo a curto ou longo prazo. Dito de outra maneira, a criança não se tornará um deficiente no mundo digital porque não foi exposto às telas durante seus seis primeiros anos de sua vida. Ao contrário. O que ela desenvolverá longe das telas a ajudará a melhor utilizar o que o digital pode oferecer positivo.
Depois de 6 anos
Menos de trinta minutos a uma hora por dia (tudo incluído!).
É neste ponto, sem dúvida, que se encontra "a" boa notícia deste texto!
Em dose modesta, as telas são são nocivas (obviamente, desde que os conteúdos sejam adaptados e o sono preservado). Em particular, quando o consumo diário é inferior a 30 minutos, elas não parecem ter efeitos negativos detectáveis. Entre 30 minutos e uma hora, emergem os danos, mas estes parecem bem fracos e podem ser considerados toleráveis. A partir desses dados, uma abordagem prudente poderia propor uma graduação por idade: máximo de 30 minutos até os 12 anos e 60 minutos além disso. Aos pais, convém lembrar que a quase totalidade de suportes digitais (tabletes, smartphones, consoles de videogames, computadores, televisão, Internet, etc.) propõe hoje, sob forma de opções ou aplicativos, sistemas úteis e eficazes de controle temporal. Uma vez atingido o limite diário previamente definido, o aparelho é bloqueado. Dito isso, alguns pais parecem considerar que "proibir todo uso de telas é quase tão fácil quanto permitir o uso reduzido", como indicou recentemente ao New York Times uma mãe de família, antiga pesquisadora de computação social e casada com um engenheiro do Facebook. A opção parece ainda mais interessante pois ele é, ao mesmo tempo, livre de dano (conforme já observamos) e capaz de evitar inúmeros conflitos. É um pouco como ocorre com os consumos alimentares hedônicos. Com frequência, é mais fácil não comer chocolate quando não há mais em casa do que quando é preciso se controlar para comer só um pedacinho.
Salvador, 31 de maio de 2023.
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