quarta-feira, 14 de junho de 2023

SUICÍDIO DE SERVIDORES

Três servidores do Ministério Público de São Paulo suicidaram, neste último ano; um outro tentou o suicídio, mas foi impedido. Os colegas de trabalho informam que as vítimas sofreram com a deterioração na rotina do trabalho, com sobrecarga de atividades, pressão psicológica, prazos curtos e assédios. A primeira morte aconteceu em junho/2022, quando um analista jurídico cometeu o ato contra sua vida, na sede da instituição, à vista de vários colegas. O boletim de ocorrência anota que o servidor deixou documentos e um celular destruídos na sua mesa de trabalho. Através de denúncia ao Conselho Nacional do Ministério Público, em 1º de julho/2022, soube-se que o servidor tinha medo de perder o emprego, face a um diagnóstico de depressão; no dia do suicídio, um seu colega foi demitido.

Outro caso de suicídio deu-se com um diretor de engenharia, no dia 10 de maio; ele estava em casa, afastado face a um diagnóstico de depressão leve e retornaria ao trabalho nos próximos dias. O engenheiro foi promovido e sofria muita pressão na nova função, ainda em fase de adaptação. Já no outro dias, o auxiliar de promotoria do Centro de Administração e Transportes suicidou-se no interior de um caminhão do Ministério Público, em viagem para o interior. A informação é de que o servidor passava por problemas financeiros. Da mesma organização, um motorista tentou matar-se, mas foi impedido por pessoas que passavam no local. 

Pesquisa do Ministério Público mostra que 77,2% do pessoal sofreu de algum constrangimento emocional, enquanto 50,1% dizem ter sido vítimas de assédio moral e 6,7% asseguraram ter pensado em se matar. Os dados comprovam o aumento do risco de adoecimento psicológico, no percentual de 85%. O Procurador-geral, Mário Sarrubo, informa que em apuração constatou-se que os servidores eram respeitados e queridos e que as mortes não ocorreram por problemas do trabalho. O Procurador não nega a existência de assédio, porquanto são 2.035 promotores e procuradores e 5.931 servidores, mas as denúncias são sempre apuradas. A matéria é do jornal Folha de São Paulo.     

 



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