O ex-presidente Donald Trump compareceu ontem, 13, a um tribunal em Miami, onde declarou ser inocente das 37 acusações, sendo 31 delas por "retenção intencional de informação de defesa nacional", crime previsto na lei de espionagem, além de queixas por conspiração para obstrução da Justiça. A juíza, Aileen M Cannon, indicada para o cargo por Trump, assume a direção do processo, mas os democratas não estão preocupados com o fato, porque as acusações são graves e a magistrada já foi criticada por tomar decisões a favor do ex-presidente.
Trump está confiado no fato de não haver impedimento para sua candidatura; aliás, mesmo se for condenado e preso ele continuará candidato, como aconteceu com um líder sindicalista, Eugene Debs, que, na cadeia, recebeu quase um milhão de votos na eleição de 1920. Não há lei, como no Brasil, que impeça a candidatura de pessoas condenadas. Pesa contra Trump outras investigações que poderão tornar-se acusação criminal; uma destas refere-se à sua interferência na eleição na Geórgia, em 2020, com mentiras sobre fraude, nunca comprovadas. O ex-presidente, que completa 77 anos hoje, 14, depois da audiência de ontem, deslocou-se para Nova Jersey, onde fez comício e o "parabéns para você" aconteceu. No comício de ontem, Trump disse ser alvo de uma Justiça seletiva, mas prometeu "fazer a América grande de novo".
Não se entende políticos, como Trump, porquanto, induvidosamente, cometeu os crimes, mas sai para comício e é aplaudido, quando diz que sofre perseguição política, argumento para continuar na caminhada que deveria ser impedida, como acontece no Brasil.
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