quarta-feira, 27 de setembro de 2023

MORO: "NÃO SOU MAIS JUIZ" E SEM SUJEIÇÃO AO CNJ

O senador Sergio Moro, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, mostrou o instinto de radicalização política do ministro Dias Toffoli, seguindo as pegadas de perseguição do governo Lula. Sobre a decisão de Toffoli, anulando o acordo de leniência com a Odebrecht, declarou: "Existem alguns erros técnicos - por exemplo, há uma afirmação de que a prova não teria sido obtida por cooperação jurídica internacional, (mas foi) baseada numa informação falsa prestada pelo Ministério da Justiça". Moro assegurou que o equívoco deu-se por incompetência do ministro". Ademais "o próprio Ministério informou que houve, sim, a cooperação. Esses elementos de prova, a contabilidade da Odebrecht foi fornecida pela própria empresa, não existe nenhum indicativo de que teria havido alguma adulteração". 

Moro afirmou que "estamos entrando num caminho bastante perigoso que é o risco à independência da magistratura e do Ministério Público. Isso é um passo perigoso ao enfraquecimento da nossa democracia. A ameaça de sanção acaba tendo um efeito intimidatório sobre toda a magistratura. Quem vai ter coragem de investigar casos de corrupção ou proferir sentenças condenatórias contra casos de corrupção num cenário de retaliação promovida pelo governo Lula"". Adiante: "Lula não se conforma de ter sido condenado em três instâncias por corrupção e ter sido preso com autorização do Supremo Tribunal Federal. Ele quer, à moda stalinista, reescrever essa parte da história e gera esse clima de ataques a agentes que trabalharam na Operação Lava Jato".    

Moro demonstra curiosidade sobre a investigação de sua conduta na Lava Jato pelo CNJ, considerando o fato de ter deixado a magistratura há anos. Disse o senador: "Estou um tanto quanto curioso para ver essa decisão, porque eu não sou mais juiz, não tenho nenhum vínculo com o Judiciário e, portanto, não estou sujeito ao poder disciplinar do CNJ. Aliás, a sanção mais grave prevista contra um magistrado é a aposentadoria compulsória, e enfim não faz nenhum sentido. De todo modo, eu tenho absoluta tranquilidade do trabalho que foi feito na Operação Lava Jato". 

 

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