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domingo, 29 de outubro de 2023

COLUNA DA SEMANA

Sem aplaudir, mas pelo contrário, condenando o terror do Hamas, quando começou atrocidades contra israelenses indefesos, no dia 7 de outubro, não se pode admitir as investidas do governo israelense com os sucessivos ataques contra cidadãos civis, em Gaza, sob fundamento de que busca acabar com o Hamas. Israel pratica o mesmo pânico que condenou com a diferença de que possui mais poderes de fogo e a barbarie já acabou com a vida de quase dez mil palestinos. O pior dessa selvageria reside em uma nação, como os Estados Unidos, afiançar os atos de revanchismo dos israelenses, que não pestanejam em lançar sua potente base militar contra crianças e mulheres palestinas. Os bombardeios e, agora a invasão por terra da Faixa de Gaza, está deixando o mundo revoltado, mas ninguém assume a defesa efetiva dos palestinos tratados todos como se fossem terroristas ou animais. 

Além dos bombardeios indiscriminados contra civis, os israelenses impedem a ajuda humanitária através de alimentos, medicamentos e água para a população totalmente confinada em seu diminuto território e sem ter para onde ir, pois a armadilha foi preparada pelas forças do governo, quando deu ordem para os habitantes do Sul de Gaza deixar a região, "por segurança"; isso aconteceu com deslocamento de milhares de palestinos para o Norte, mas quando lá chegaram as armas e a destruição atingiram aqueles que obedeceram à determinação de abandonar suas casas no Sul e agora estão retornando até para morrer, mas nos seus lares. A guerra decretada por Israel contra o Hamas atinge de cheio os palestinos e está coroada de ódio, vingança e descaso com a vida dos desprotegidos. Nada supera a busca de destruição de vidas na qual está imbuída os soldados israelenses. 

O desentendimento torna-se insuperável, pois enquanto o Hamas não reconhece o direito de Israel ao território que lhe foi conferido desde 1947, as forças do governo israelenses questionam a constituição de um Estado pelos palestinos. Aliás, neste sentido, Israel já ocupou parte da área que pertencia aos palestinos e agora invade toda a área da Faixa de Gaza, destruindo tudo que encontra pela frente, sem respeitar os direitos mínimos dos cidadãos, mesmo em caso de guerra.   

Israelenses seguem os ensinamentos dos americanos, quando, em 1945, fizeram explodir bombas atômicas nas duas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando crianças e civis indistintamente. Aliás, os Estados Unidos não pararam com a destruição das duas cidades, pois, atualmente, dispõem de um pedaço de terra de Cuba, onde montaram o inferno para os penalizados com punições drásticas, como se fosse uma cadeia a céu aberto. Aí não é o pânico da guerra, mas a covardia dos fracos. Nesta área, ocupada pelos americanos, tudo é possível acontecer, a depender de seus instintos animalescos. 

As mortes em Gaza, onde moram 2,3 milhões de pessoas, já se aproximam de 10 mil palestinos. O observador permanente da Palestina na ONU, Riyad Mansour, assegurou que 40% dos lares palestinos foram destruídos. A Organização Mundial de Saúde, através do escritório regional, afirmou nas redes sociais que "sem combustível, medicamentos e suprimentos de saúde, os hospitais de Gaza estão à beira de uma catástrofe humanitária inimaginável". Os médicos, em Gaza, fazem cirugia sem anestésicos. Os caminhões com ajuda humanitária só entram com permissão de Israel, que autorizou o ingresso na área de apenas 60 caminhões", segundo a Associated Press. O genocídio alastra-se agora para a Cisjordânia, onde já foram registradas mais de 100 palestinos mortos, dos quais 28 crianças.   

Salvador, 29 de outubro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


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