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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

ELIANA: "CARREIRA QUE NADA TEM A VER COM O SEXO E SIM COM O MÉRITO"

Uma simples consulta aos magistrados, promovida pela Associação dos Juízes Federais do Brasil, AJUFE, sobre a regra do CNJ, acerca da alternância de gênero nas vagas para promoção, provocou renúncia de 22 juízas e juízes federais de cargos em comissão da entidade, além de nota de repúdio à consulta. A relatora do processo, conselheira Salise Sanchotene, tinha colocado uma lista só de mulheres até mesmo para promoção por antiguidade. Os juízes rebelados admitem que a pesquisa revelou "uma atitude de violência de gênero real e simbólica". Seis magistrados publicaram carta de solidariedade às juízas que manifestaram contra a direção da AJUFE. A maioria dos magistrados e vários tribunais manifestaram contra a resolução do CNJ que estabeleceu duas listas para promoção de 1ª para 2ª instância, sendo uma composta só por juízas e outra de juízas e juízes.  

A AJUFE esclareceu que possui diretoria com paridade de gênero e o objetivo do debate deve-se a submeter aos colegas "sem qualquer juízo de valor sobre a inclusão feminina, pauta sempre defendida e objeto de apoio irrestrito da entidade". Conclui: "Assim, foram absolutamente desproporcionais e fortemente agressivos trechos da referida carta, que imputaram à consulta e, portanto, à diretoria da Ajufe e seus integrantes, atitude de violência de gênero real e simbólica". A ex-corregedora nacional de Justiça, ministra aposentada Eliana Calmon declarou que "a lista de merecimento feminina será um privilégio descabido para magistrados que serão preteridos". Adiante: "Sou feminista e participo de uma associação de mulheres de carreira. Sempre lutei para a emancipação da mulher. É preciso que a mulher entenda que a luta não pode favorecê-la em uma carreia que nada tem a ver com o sexo e sim com o mérito".  

 

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