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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

MEUS 80 ANOS! (1)

Quero compartilhar com leitores deste blog a festa de meus 80 anos, realizada ontem, aqui em Salvador. Vou dividir aqui no blog outros fatos emotivos na minha vida.

Só o amor, a candura, a criatividade de uma mulher pode proporcionar uma festa tão bela e tão significativa como a que me foi conferida ontem, 8, no salão do prédio, onde residimos, e com a presença de moradores e parcela de amigos, responsáveis por emoldurar as festividades. Trata-se de iniciativa e trabalho, iniciado há dias, por Maria Eurly, juntamente com nossos filhos, para homenagear-me pela passagem dos 80 anos de vida. Todos conheciam minha recusa a esta iniciativa, porque minha emoção alcança o descontrole. É que, em vídeo, gravaram depoimentos de desembargadores, juízes e pessoas que trabalharam comigo e essas mensagens foram exibidas num telão no salão. Vejam até onde chega a perturbadora emoção: a família omitiu todas as providências que anteciparam ao evento; só tomei ciência do que prepararam na chegada ao prédio, depois da saída da missa, na Vitória, das 11.30 horas. No salão, já me esperavam os convidados. As mensagens gravadas eram só elogios de quem conviveu comigo, nas várias atividades no correr do tempo. A comemoração foi realizada com a presença de pessoas que marcaram minha vida na empresa Sobesa, em Santana, aqui no prédio, onde resido, no Tribunal de Justiça, onde atuei por quase quarenta anos, na Igreja de Santana, em Nazaré, aqui em Salvador, onde frequentamos às missas dos domingos e participamos de grupo religioso.

Confesso que me emocionei bastante, ao ponto de não olhar para a tela, onde passavam as principais passagens de minha trajetória. Não podia ouvir e ver as mensagens de motoristas do Tribunal que me serviram, Anibal e Fábio, elogios de desembargadores, juízes e amigos. Hoje, sozinho, assisti às manifestações e o sentimento extrapolou meu controle. Tive, no curso desta caminhada, várias homenagens e vou historiar aqui em matérias que publicarei: minha formatura, na Faculdade Nacional de Direito, do Rio de Janeiro, em 1970, tendo eu recebido o encargo dos colegas, em votação, para representá-los como orador, na solenidade da formatura; depois de diplomado, na chegada na minha pequena e adorada cidade de Santana, no oeste da Bahia. Imaginem: meu pai, de saudosa memória, comerciante e homem simples, tinha como maior orgulho as formaturas dos filhos. Mas a minha festa, talvez tenha sido a última que movimentou toda a cidade. Trabalhava na Petrobras, no Rio de Janeiro, e logo após a conclusão do curso de Direito, pedi demissão para exercer a profissão na Bahia, e rumei do Rio de Janeiro para Santana num fusca/1966. Dois dias depois cheguei em Santana e fui recebido com desfile pela cidade, tendo boa parcela dos moradores por onde passava, como recepcionistas, saindo para as portas de suas casas, batendo palmas pela minha passagem e me saudando. 

Gente, essa ocorrência não foi na minha rua, foi na cidade de Santana. Depois de minha formatura, entreguei-me à advocacia, mas visando concurso de juiz de Direito, que aconteceu em 1977. A grande emoção, com grandiosa homenagem aconteceu na minha terceira comarca, Barreiras. No meu aniversário, minha esposa com amigos promoveram uma grande festa, com a presença de advogados, servidores, e amigos. Foi mais um marco emotivo na minha vida.

Depois desta memorável festa, em Barreiras, outro acontecimento que me marcou deu-se, na minha promoção para desembargador, no salão do Tribunal de Justiça da Bahia. São fatos que enobreceram minha caminhada, mas que testaram minha emoção. 

Salvador, 9 de outubro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  
  

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