Amigos da igreja de Santana |
Acompanhou-me nesta viagem Maria Eurly, que foi à minha formatura, no Rio de Janeiro, acompanhada do meu pai e de minha madrasta. No retorno, viajamos E pernoitamos em Caetité, na casa de um tio da namorada, que era gerente do Banco do Brasil na cidade. O último trecho da viagem a Santana era saindo de Caetité. Neste percurso, passamos por Igaporã e Riacho de Santana, e almoçamos em Bom Jesus da Lapa. Aí encontramos com José Castilho, namorado de Célia, irmã de Eurly. Tomamos notícia da festa que aprontavam para minha chegada. Depois do almoço, seguimos viagem e fomos alcançar Santana, à tardezinha. Todavia, alguns quilômetros antes da chegada, uns dois quilômetros da cidade, deparamos com santanenses, inclusive meu tio Toinho, irmão de minha santa mãe, que também deu notícias da festança que se preparava na cidade.
Na chegada não paramos em casa, porque a orientação era percorrer as ruas principais da cidade. E assim fizemos; não paralisamos nem quando passamos pela frente da casa da namorada, residência dos meus futuros sogros Claudemiro e Naninha. Rodamos a cidade, recebendo aplausos, palmas e saudações do povo, que se portavam na frente de suas casas. Participei desses atos e dos subsequentes sem ter a emoção que hoje me perturba para receber qualquer louvação. Registro aqui o que mulheres, amigas de minha santa mãe, comentavam, sobre o aparecimento de avião nos céus da cidade, para descer no denominado "campo de avião". Minha mãe dizia para as amigas: "Olha o doutor Antonio chegando!". A parada final da viagem Rio de Janeiro/Santana deu-se na residência do meu pai, e foi eletrizante, mas nem entrei, porque o povo amontoava-se na frente da casa, onde se deram os discursos. A recepção foi antecedida por fogos. Aí começou os comes e bebes e meu pai era só alegria. A sequência foi dos discursos e recordo-me que fui saudado pelo padre Omar. Na verdade, Omar deixou a batina, embrenhou-se pela advocacia e era muito amigo do meu pai. Ele fez o discurso que meu pai queria ouvir. Também nesta noite falou meu irmão Ademar, que estudava medicina no Rio e também me saudou. Ademar seria médico nos anos subsequentes e casou-se em Mar de Espanha/MG, onde passou a residir e até hoje mora por lá. Outras manifestações aconteceram, mas na minha vez discursei e interessante é que falei sem ser perturbado pela emoção. A noite era nossa e a cidade deslocava-se para a residência de Manoel Cardoso Pereira. Aí permanecemos até por volta da meia noite.
A sensação minha e dos familiares era grande, nos dias que se seguiram, com o filho doutor, maior presente para os pais Manoel Cardoso Pereira e Rita Pessoa Cardoso, que naquele dia, já não estava entre nós, pois faleceu quando o mais velho dos seus cinco filhos, eu, tinha apenas 7 anos. O sonho de ela era ver "Antonio chegando de avião", segundo narração de suas amigas, não aconteceu.
Aí comecei minha carreira de advogado, juiz de direito, desembargador, corregedor das comarcas do interior, e retornei para a advocacia, depois da aposentadoria, onde trabalho até o presente, juntamente com dois filhos e um amigo.
Salvador, 10 de outubro de 2023.
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