A greve geral decretada pela Confederação Geral dos Trabalhadores paralisou Buenos Aires e as principais cidades da Argentina, no dia de ontem, 24; o movimento teve início ao meio-dia e encerramento à meia-noite; as ruas do centro da capital, que circundam o Congresso Nacional, foram tomadas por manifestantes em protesto contra a denominada "lei ônibus" e contra o decreto de 366 artigos com reformas liberais no país. A principal placa exibida era "a pátria não se vende". Enquanto isso, os congressistas começaram a votar o pacotão do presidente ultraliberal, que desregulamenta a economia e corta gastos públicos, além da privatização de 40 empresas estatais. Bancos, aeroportos, serviços públicos e indústrias, além de boa parte comércio permaneceram fechadas. Os grevistas marcharam em colunas, separadas por grupos, no curso da avenida da Maio até a frente do Congresso, ocupando área de mais de um quilômetro. De nada valeu o ato do presidente Milei com o "protocolo antipiquetes", destinado a impedir o bloqueio de vias durante os protestos ou as ameaças de retaliação.
Todo o pacote editado pelo presidente contem 664 artigos, modificando o sistema econômico, ampliando a reforma trabalhista, limitando o direito de greve, alterando o financiamento sindical, a valorização do livre mercado e regulações sobre os aluguéis. A votação pelo Congresso não aconteceu ontem, porque sem número de deputados para decidir sobre alguns pontos acerca da exportação que compõe a "Lei Ônibus" e foi adiada para a próxima terça-feira. Para facilitar aprovação, Milei excluiu ou revogou 141 artigos da legislação publicada. A Justiça atendeu pedido da CGT e anulou seis artigos do DNU, que tratavam de modificações no contracheque, na não obrigatoriedade de repasse financeiro aos sindicatos e no direito de realização de assembleias. A ministra da Segurança e ex-candidata à Presidência, Patricia Bullrich manifestou, diminuindo o alcance do evento. Disse a ministra: "Sindicalisas mafiosos, gerentes da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos. Todos defendendo seus privilégios, resistindo à mudança decidida democraticamente pela sociedade e liderada, com determinação, pelo presidente Milei. Não há greve que nos detenha, nem ameaça que nos amedronte".
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