Logo depois de Jordy, na quinta-feira, 25, a Polícia Federal cumpriu 21 mandados de busca e apreensão, inclusive contra o deputado federal Alexandre Ramagem, que foi diretor da ABIN entre os anos de 2019 a 2022, no governo Bolsonaro. Integrantes da cúpula da ABIN, naquela época, "usavam serviços ilícitos para interferir em investigações da Polícia Federal que prejudicariam filhos do então presidente, como para produzir provas favoráveis a Renan Bolsonaro, filho mais novo de Jair Bolsonaro". Em seguida, a ação da Polícia Federal direcionou-se para o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é acusado de ter recebido informações da ABIN em atendimento a pedidos da família. Carlos é conhecido como articulador do "Gabinete do Ódio", porque responsável pelo disparo de mentiras e informações falsas; ele queixa-se e diz que é perseguido pela Polícia Civil de seu estado, porque envolvido em inquérito do Ministério Público do Rio de Janeiro com a prática da rachadinha em seu gabinete de vereador. A Promotoria alega que ele recebeu R$ 91 mil em depósitos sem origem esclarecida; seu chefe de gabinete, Jorge Luiz Fernandes, apoderou-se de mais de R$ 2 milhões em depósitos de servidores de Carlos. As apreensões de celulares e documentos, desencadeadas na Operação da ABIN, vão favorecer esclarecimentos nos outros inquéritos. O deputado Alexandre Ramagem foi homem de confiança de Bolsonaro e aproximou bastante de Carlos, que foi coordenador de sua campanha política.
A Polícia Federal investiga também o senador Flávio Bolsonaro, em busca de sua participação no uso do software espião FirstMile, no caso da espionagem de políticos e ministros do STF. Enfim, a família do ex-presidente está sob mira de inquéritos e processos que, certamente, mais cedo ou mais tarde descambará em condenação e até prisão. O ex-presidente não tardará para ser enclausurado, pois as investigações, inquéritos e processos levam a esta conclusão: rachadinha, venda de 51 imóveis em dinheiro; superfaturamento de ônibus escolares; interferência da Polícia Federal para suspender investigações contra os filhos; contratação de funcionários-fantasma; associação com as milícias, inclusive a proximidade com Adriano Nóbrega, morto em perseguição policial na Bahia; os cheques de Fabrício Queiroz a Michelle Bolsonaro; a negociação da vacina coronavac, além de outros casos.
Salvador, 4 de fevereiro e 2024.
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