O mais temido líder da oposição ao ditador Vladimir Putin, na Rússia, morreu aos 47 anos, na cadeia remota de Yamalo-Nenets, no Ártico; ele cumpria pena de 30 anos, por condenações arquitetadas por Putin com a Justiça do país. Na prisão, Navalni fez greves de fome e o isolamento em solitárias, juntamente com a má nutrição, além de tortura psicológica que sofria destruiram sua vida. Em agosto, Navalni foi removido da prisão, permanecendo por dias sem ser localizado pelos defensores, mas levado para uma cadeia mais agressiva do sistema penal do país, e declarou que acordava com músicas nacionalistas pró-Putin. O mais sério opositor a Putin, que estava preso desde 2021, foi considerado extremista, acusado de práticas, no seu Fundo Anticorrupção, responsável pelas denúncias de malversações de funcionários do governo de Putin. Sua detenção aconteceu no retorno da Alemanha para onde deslocou-se depois de sofrer envenenamento na Sibéria, em 2020, em participação de campanha eleitoral. Ele saiu da Sibéria em coma, mas insistiu e retornou a Moscou para ser preso, sob acusação de ter descumprido sua primeira condenação, face ao deslocamento. A onda nacional de protestos não amaciou a fúria de Putin, porque antevia o líder que poderia perturbar sua permanência no poder.
Navalni despontou como líder nos protestos de 2012 contra a segunda reeleição de Putin, que iniciou o comando do poder na Rússia, em 1999, na condição de primeiro-ministro; em 2013, Navalni obteve 27% dos votos na eleição para prefeito de Moscou, considerado grande feito. Daí em diante, intensificou sua participação política e liderou protestos pela internet contra autoridades do governo e depois contra Putin. Não conseguiu disputar a eleição presidencial de 2018, acusado de processo nebuloso, e passou a defender outros candidatos. Depois da invasão da Ucrânia, Navalni começou a criticar o governo e aproveitava as audiências para manifestar contra a guerra. Um documentário sobre a trajetória do líder oposicionista mereceu o Oscar da categoria neste ano. Numa das pregações de Navalni ele dizia: "Nós sabemos com certeza que se uma em cada dez pessoas que se ultrajam com a corrupção de Putin fossem às ruas, o governo cairia amanhã. Sabemos que se todos que são contra a guerra forem às ruas, eles a parariam imediatamente".
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