terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

MILITARES "MUITO DISCIPLINADOS"

O tenente-coronel Mauro Cid em mensagem a um colega, tenente-coronel Sérgio Cavaliere, em novembro/2022, lamentou o fato de os militares permanecerem "muito disciplinados". Trata-se das conversas acerca de um golpe de Estado que se tramava contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa conversa, Cavaliere discute sobre a possibilidade de aposentadorias proporcionais, caso os planos do golpe não se efetivarem. Em decisão, o ministro Alexandre de Moraes escreveu que as conversas entre os dois mostravam "tática de investir contra militares não alinhados às iniciativas de golpe, (...) tudo com o objetivo de incitar os integrantes do meio militar a se voltarem contra os comandantes que posicionam contra o intento criminoso".  

      

Apesar da disciplina, a Polícia Federal constatou que militares da ativa foram responsáveis "pela redação e coleta de assinaturas de uma carta apócrifa, de novembro de 2022, que buscava pressionar o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, a adotar a postura radical favorável aos pedidos de golpe". Além disso, militares da ativa participaram de publicações falsas, questionando o processo eleitoral. Diz a Polícia Federal: "A troca de mensagens evidencia que militares da ativa e integrantes do governo do então Presidente JAIR BOLSONARO estavam dando suporte material e financeiro para que as manifestações antidemocráticas permanecessem mobilizadas, visando garantir uma falsa sensação de apoio popular à tentativa de Golpe de Estado em andamento". A Polícia Federal obteve os diálogos no celular do ex-ajudante de ordens da Presidência da República. O tenente-coronel Mauro Cid permaneceu preso por muitos meses e só foi liberado depois de delação premiada com a Polícia Federal.  

 

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