domingo, 24 de março de 2024

DELAÇÃO DE CID E DA LAVA JATO

O tenente-coronel Mauro Cid, em áudio, teceu críticas à sua delação premiada, considerando como parciais a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes. O cenário mostra-se semelhante aos métodos usados pelos procuradores e pelo ex-juiz Sergio Mora, na Lava Jato. Cid acusa a Polícia Federal de criar narrativas e assegurar que Moraes "já tem sentença pronta", antes da conclusão das investigações; o delator diz que a Polícia Federal "não quer saber a verdade", porque tem a "narrativa pronta". Depois da prisão preventiva de Mauro Cid, na sexta-feira, 22, ele negou qualquer coação da Polícia Federal nas declarações na delação premiada. Disse que a manifestação no áudio foi mais um "desabafo". A Polícia Federal entregou o relatório final e indiciou 17 pessoas, acusadas de prática dos crimes de inserção de dados falsos no sistema público e associação criminosa. 

Na Operação Lava Jato, ocorreu fato semelhante, quando os procuradores e o ex-juiz Sergio Moro foram acusados, através de mensagens hackeados dos celulares, as quais receberam credibilidade absoluta, apesar de sua nulidade. Um ex-executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar declarou, em 2022, que sofreu pressão para envolver o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu acordo de delação. Outros cenários da Lava Jato mostram a coincidência dos métodos usados pelos policiais na coleta de provas para indiciamento dos apontados como culpados, tanto no caso de Cid quanto no caso do ex-juiz Sergio Moro.    

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