terça-feira, 19 de março de 2024

STF AJUDOU A "ENTERRAR" A OPERAÇÃO LAVA JATO

O ministro aposentado Marco Aurélio Mello, que permaneceu no STF por 31 anos, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, no domingo, 17, assegurou que a Corte de Justiça ajudou a "enterrar" a Operação Lava Jato. Aurélio relembra o julgamento da imparcialidade do então juiz, hoje senador Sergio Moro, no caso do triplex do Guarujá, envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O então ministro votou contra a suspeição de Moro, mas a declaração de suspeição foi aprovada, sob comando do ministro Gilmar Mendes. Marco Aurélio declarou: "A Corte contribuiu para a ruína da Lava Jato, sem dúvida alguma. Quando se concluiu, por exemplo, que o juízo da 13ª Vara Criminal do Paraná não seria competente, se esmoreceu o combate à corrupção. Aí, talvez a colocação daquele senador (Romero Jucá), que disse que "precisamos estancar essa sangria", acaba se mostrando procedente".

O ministro aposentado disse que "houve uma "concepção equivocada" por parte do STF sobre os casos da Lava Jato, mas não houve a mesma concepção quanto ao Mensalão pelo julgamento ter partido do próprio Supremo". Ele diz que se a Corte declarasse vícios na investigação o tribunal ficaria "muito mal na fotografia". Afirma que "houve retrocesso brutal e não continuamos a caminhar visando tornar o Brasil o que se imagina do Brasil, o Brasil sonhado". Melo critica as decisões do ministro Dias Toffoli, quando suspendeu pagamento das multas dos acordos de leniência da J&F e da Odebrecht, anulando provas obtidas no processo de negociação. Diz: "O grande problema é que nós passamos a ter, não pronunciamentos de órgão único, que seria o Supremo reunido em plenário, mas a visão individual de cada qual (dos ministros da Corte). Dessa forma, a insegurança está se espalhando, o que é péssimo". Concluiu: "São muitas críticas, e eu indago: hoje qualquer dos integrantes (do STF) sai à rua? Eu sempre saí à rua e nunca fui hostilizado".      

 

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