sábado, 20 de julho de 2019
COLUNA DA SEMANA
Neil Armstrong em solo lunar |
O HOMEM NA LUA
A Lua tem área territorial equivalente a pouco mais que duas vezes a extensão da Rússia; são 38 milhões de quilômetros quadrados e está distante da terra 384 mil quilômetros.
A viagem à Lua originou-se das disputas entre a União Soviética e os Estados Unidos. Na guerra fria, a rivalidade entre os dois países causou a corrida ao espaço para mostrar quem apresentaria superioridade tecnológica. A Nasa através das missões Mercury, Gemini e Apollo, enquanto os soviéticos com a Vostok, Voskhod e Soyuz foram os instrumentos que se serviram para descer ou orbitar na Lua. Os russos, em 1959, colocaram na Lua a sonda “Luna 3” e de lá enviaram imagens para a Terra, mostrando o aspecto hemisférico lunar, o lado oculto da Lua; foram também os primeiros a mandar um homem ao espaço: em 1961, o cosmonauta Yuri Gagarin, pela primeira vez, fez um voo orbital tripulado, que durou 108 minutos, mas a descida de um ser vivo à Lua foi obra dos americanos.
Em 1964, a Ranger 7 americana obtém imagens de alta qualidade da superfície lunar. Em continuidade com a exploração, os russos, em 1966, fazem o primeiro pouso suave na Lua, Luna 9, e o primeiro orbitador, Luna 10. Os Estados Unidos prosseguem com o sucesso da Apollo 11, primeiro pouso tripulado a descer na Lua e apresenta outras expedições através das Apollos 12,14, 15, 16, e 17, entre os anos de 1969 e 1972, sem esconder a tragédia da Apollo 1, em 1967, que causou uma explosão, matando os tripulantes Virgil Grissom, Edward White e Roger Chafee; também os russos, três meses depois, tiveram o insucesso consistente na morte do cosmonauta Vladimir Komarov, resultado da destruição do para-quedas de freagem da Soyuz 1.
Depois dessas conquistas, poucos países conseguiram pousar na superfície lunar: Estados Unidos, União Soviética, China. O Japão, com a sonda Hitem, 1990, apenas orbitou no satélite natural da Terra. A China, com um jipe robótico, pousou na Lua, em 2013. Os indianos preparam para descer na Lua, ainda neste ano de 2019. Agora, a exploração lunar trava-se mais entre empresas, que buscam riquezas na Lua, apesar de o governo americano ter projeto para retornar à Lua.
Naquele 20 de julho, 50 anos atrás, muitos não acreditavam nas imagens vistas por um bilhão de pessoas, a descida do homem à Lua. O questionamento era de que se tratava de montagem na disputa entre URSS e EE UU para saber quem primeiro descobriria o satélite natural da Terra. Ainda hoje, segundo pesquisa do Datafolha, realizada neste mês de julho, um em cada quatro brasileiros considera que as missões Apollo jamais aconteceram. Foram publicados artigos e livros, assegurando que os americanos fizeram uma conspiração para justificar o fracasso da Apollo 11.
Com toda a descrença de alguns, foram reais as imagens, mostrando dois homens caminhando no solo lunar e um terceiro orbitando na nave, depois que deixaram o cabo Canaveral. Neil Armstrong e Edwin Aldrin permaneceram por 2 horas e 10 minutos no mar da Tranquilidade, solo lunar, enquanto Michael Collins controlava a nave, a 96 mil metros de altura.
Durante esse tempo, os dois astronautas colheram 27 quilos de pedras e pó, instalaram um sismógrafo, um refletor de raios laser, uma antena de comunicação, um painel para estudo dos ventos solares, uma bandeira americana e uma câmera de TV. Depois, retornaram à Eagle e dormiram no interior do módulo lunar, no espaço de 4,5 metros quadrados; no dia seguinte, prepararam para o retorno, deixando na Lua a metade inferior da Eagle, que é uma das pernas do módulo, sendo que a parte superior elevou-se para encontrar Collins em órbita, na Colúmbia. Após o acoplamento, o resto da Eagle foi deixado para rodar em volta da Lua até espatifar no solo lunar. Quatro dias depois, a Apollo com os três astronautas, sem tomar banho por oito dias, descia no Pacífico Sul.
A maior parte da população parou para admirar o extraordinário e inusitado feito. A Nasa comandou o programa espacial e através da missão Apollo 11, nave de 45 toneladas, composta de um módulo de comando, serviço e lunar, levou os três astronautas nesse grande feito, que ajudou o homem a desenvolver novas tecnologias, a exemplo dos microcomputadores e materiais isolantes térmicos. Esse artefato foi lançado no bico do maior foguete já construído, o Saturno 5, de três estágios e 110 metros de altura, mais alto do que um edifício de 35 andares. Na partida, o Saturno pesava mais de 3 mil toneladas, equivalente a vinte jumbos juntos; a carga maior era constituída de combustível capaz de acelerar a velocidade a 40 mil quilômetros por hora.
As amostras trazidas da Lua pelo homem mostraram que o satélite natural da Terra foi formado há 4.5 bilhões de anos, depois de uma colisão da Terra com um protoplaneta chamado Tea; dessa colisão, Tea foi destruído e a matéria liberada deu origem à Lua.
Entre missões tripuladas e não tripuladas, os Estados Unidos e a Rússia desceram na Lua 19 vezes.
Salvador, 18 de julho de 2019.
Antônio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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