O casal Jan, 70 anos, e Els, 71 anos, viveram juntos, por muito tempo, em motorhome ou em barcos. Ele tem contínua dor nas costas e ela sofre de demência. Os dois se conheceram no jardim de infância e jovens participavam de jogos de hóquei; Jan tornou-se treinador esportivo e Els professora primária. Eles juntaram-se e Els teve o único filho, que ficava internado na escola durante a semana e nos fins de semana passava com os pais. Viviam mais em barco, mas Jan submeteu-se a uma cirurgia nas costas em 2003 e ficou impedido de trabalhar, enquanto Els continuava como professora. Os dois trocavam idéia sobre a eutanásia e Jan confessou que não pretendia viver por muito tempo, face às suas limitações. Nessa época, eles associaram-se a uma organização "direito de morrer", nos Países Baixos, a NVVE.
Jan dizia que "se você toma muitos remédios, vive como um zumbi. Então com a dor que tenho e a doença de Els, acho que temos que parar com isso". Essa expressão de Jan importa em dizer que quer parar de viver. Depois do diagnóstico de Els de demência, eles passaram a discutir sobre a duo-eutanásia. Nos Países Baixos, o suicídio assistido é legal, depois de avaliação por médicos sobre o sofrimento "insuportável", sem perspectiva de melhora. A morte assistida é sempre avaliada por dois médicos. Em 2023, 9.068 pessoas morreram por eutanásia nos Países Baixos. Els van Leeningem e Jan Faber morreram juntos, na segunda-feira, 3 de junho/2024, depois da medicação letal dos médicos, no hospital de cuidados paliativos. Eles deixaram o filho, amigos do casal, que compareceram aos últimos momentos do casal, sem compreender o gesto de Jan e Els.
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