Na Nigéria, apesar de não haver texto legislativo, a poligamia é comum, principalmente em doze estados do norte do país, de maioria muçulmana e que seguem a sharia, lei tradicional islâmica; e é praticada tanto entre jovens quanto entre idosos. Se considerar o total de países que adotam a poligamia, depara-se com 30 países, onde é legalizada, e, em mais 40 onde a poligamia é aceita pela população, segundo informação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE. Em Gana e na Guiné, apesar de ser proibida por lei, a sociedade aceita a poligamia; em outros, é admitida pelas leis consuetudinárias ou por práticas religiosa, como é o caso da India e da Nigéria. Em alguns locais, como em Burkina Fasso, na África, as esposas precisam concordar com o segundo casamento; já em Djibouti, um juiz decide se aprova o segundo casamento, sustentado em depoimentos das primeiras esposas e nas investigação sobre condições socio-econômicas do marido. Em Burkina Fasso 36% da população adota os casamentos poligâmicos e na Nigéria, 28%.
Na Europa e na maioria dos países do Ocidente, a prática poligâmica não é aceita e constitui crime. O entendimento é de que há violação da dignidade das mulheres, porquanto não há igualdade no tratamento no direito à poligamia; as Nações Unidas recomendam proibição pelos países membros. A poligamia torna-se questão cultural, e onde ela existe, os homens vivem menos, segundo a pesquisadora Stephanie Kramer. Diz mais Kramer: "Em locais onde os homens morrem jovens, as condições são difíceis, as mulheres normalmente não fazem parte do mercado de trabalho e as redes de segurança seculares são escassas, a poligamia ainda pode ser vista como uma boa solução para garantir que as mulheres e as crianças tenham apoio". Anika Liversage, do Centro Dinamarquês de Pesquisa em Ciências Sociais, assegura que "o fenômeno parece incomum entre eles. Além disso, muitas mulheres que fazem parte desse tipo de relação geralmente não estão satisfeitas ou não concordam com a situação. Embora algumas decidam pelo divórcio, muitas não estão em posição de se opor porque são a parte mais fraca". Os muçulmanos, que apoiam a poligamia, citam o versículo 4:3 do Alcorão, "que permite a um homem casar com até quatro mulheres, mas encoraja-o a ser monogâmico se não puder ser justo com todas elas".
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