No programa de Incentivo à Produtividade, PIP, a Polícia Militar de Minas Gerais premia os agentes que fizerem maior número de prisões, de apreensões e autuação no trânsito. O benefício consta de folgas e elogios. Na contagem da pontuação, os policiais responsáveis pela prisão e apreensão, nos casos de morte violenta, receberão 20 pontos; a apreensão e remoção de veículos importa em 2 pontos, enquanto as multas de carros significa 0,5 ponto. Se houver crime violento, no turno do policial, sem prisão, haverá punição com desconto de 10 pontos. No fim do mês, o policial que obtiver a melhor pontuação fará jus a um dia de folga e no trimestre receberá nota por mérito, além de elogia individual no fim do semestre. Um deputado mineiro criticou a sistemática adotada pelo PIP, afirmando que haverá uma "indústria da multa". O parlamentar, que foi PM por dez anos, declarou que ao invés "de o policial focar em retirar o delinquente da rua e apreender armas, ele prefere multar, porque é mais fácil, não está correndo risco de tomar tiro". A defesa do governo, através do chefe do centro de jornalismo policial é de que o ato busca "como objetivo incentivar a produtividade da corporação".
Um membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, que é professor da Fundação Getúlio Vargas, declarou: "Ações preventivas geram dois pontos, e a prisão, 20. Ou seja, o sistema incentiva não a prevenção, que é a função da Polícia Militar, mas que o crime aconteça e você prenda a pessoa que cometeu o crime". Falou mais: "Uma meta que poderia ser aplicada e que é utilizada internacionalmente é com pesquisas de opinião acerca da confiança da população na polícia de Minas Gerais dividida por cidades ou bairros. Mas metas de produtividade assim, tão explícitas, historicamente dão problemas". Enfim, segundo Alcadipani "o sistema incentiva não a prevenção, que é a função da Polícia Militar, mas que o crime aconteça e você prenda a pessoa que cometeu o crime".
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