Na Turquia, a conduta do "arrogante" foi diferente, porque atendeu às determinações de remoção de conteúdos e perfis e nunca acusou o governo local. Em 2023, às vésperas das eleições, ele acatou determinação das autoridades da Turquia: "Em resposta ao processo legal e para garantir que o Twitter continue disponível para o povo da Turquia, tomamos medidas para restringir o acesso a alguns conteúdos na Turquia hoje". Na Índia ocorreu cenário semelhante, quando a plataforma, em janeiro/2023, removeu conteúdos sobre documentário da BBC, que relatava repressão contra minoria muçulmana no estado de Gujarat, então governada pelo atual primeiro-ministro Modi. Musk, em entrevista à BBC declarou que não noticiou o morticínio de mais de mil pessoas, porque "as regras na Índia sobre o que pode aparecer nas mídias sociais são bastante rígidas e não podemos ir além das leis do país", segundo informação da Reuters. A rede social de Musk foi banida em vários países, entre os quais a China, Irã, em 2009, Rússia, em 2022 e outros.
A plataforma de Musk possui conteúdos ilegais, como apologia a drogas ou abusos com pornografias. Esse cenário passou a acontecer desde que o milionário adquiriu o Twitter. A legislação brasileira proíbe a defesa de ideologias racistas, incentivo ao golpe de Estado, apologia a crimes e outras manifestações que ele aplaude em sua rede. O dono da plataforma resistiu em respeitar as leis brasileiras, quando desacatou ordem de bloquear perfis, responsáveis por investida contra as instituições democráticas. A ousadia com interferência indevida no sistema brasileiro é tamanha que Musk declarou que "Moraes tem de sair". Qual a moral tem o burocrata para pregar o impeachment de um ministro brasileiro?! Ele investe pesadamente contra o ministro Alexandre de Moraes e contra o STF, sem ter conhecimento algum sobre o funcionamento da Justiça. Mas, o mais surpreendente é que Musk insiste em continuar com sua plataforma sem nenhum representante no Brasil, tentando evitar eventuais punições pelos abusos que comete. Apesar de determinação do ministro para nomeação de um representante da plataforma, no país, o dono do "X" desafia e diz que não vai nomear ninguém, daí o prazo fixado para cumprir a ordem, seguida de suspensão, porque o magnata "peitou" as autoridades brasileiras.
Salvador, 31 de agosto de 2024.
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