Lula e Chaves |
A vinculação de Luiz Inácio Lula da Silva com a Venezuela não é recente, através do governo do destrambelhado Nicolás Maduro. Origina-se do criador de Maduro, o ditador Hugo Chávez, e remonta ao ano de 1996, no encontro do Foro de São Paulo, realizado em San Salvador. Mas a aproximação maior de Lula e Chávez é descrita por Emilio Odebrecht na declaração da delação premiada, quando assegura a roubalheira da Petrobras. Posteriormente, na campanha política de Hugo Chávez, em 2012, o marqueteiro João Santana participou ativamente da luta eleitoral na reeleição de Chávez, atendendo pedido a de Lula. Só que o então presidente venezuelano governou por menos de um ano, vez que veio a falecer. E o sucessor de Chavez foi Maduro, que era chanceler do governo. Na campanha política de Maduro, Lula chegou a gravar vídeo de apoio na eleição de 2013. Maduro elogiou muito a mensagem de Lula que classificou como "dos revolucionários e dos patriotas...". Maduro elegeu e do palácio não saiu mais; deixando inclusive de pagar dívida de seu antecessor ao governo brasileiro, que ele comprometeu pagar.
Metro da Venezuela financiado pelo Brasil |
Quase todas as grandes obras de infraestrutura da Venezuela foram empreitadas da Andrade Gutierrez e da Odebrecht e daí saiu a grande corrupção, com participação de Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, Lula era quem comandava e quem indicava as empresas para executar obras na Venezuela. Uma das grandes obras que coube à Odebrecht foi a usina hidrelétrica de Tocoma. Terminou o governo brasileiro financiando muitas construções e a dívida de Maduro ao Brasil chega aos bilhões. E o Brasil não tem pressionado seus devedores, para quitar seus débitos, a exemplo da Venezuela e de Cuba. As denúncias, segundo investigação da procuradora-geral Luisa Ortega Dias, são de que quase 1 bilhão de reais pago pela Odebrecht em propinas e financiamentos ilegais de campanhas na Venezuela, no período de oito anos. Em 2017, a procuradora foi acusada de "traição" pelo governo Maduro e foi destituída pela Assembleia Nacional Constituinte, tendo fugido para o exterior, para evitar prisão do regime carcomido por corrupção. Assumiu o lugar dela o atual titular Tarek William Saab, completamente manobrado por Maduro, responsável pelas ameaças de prisão a quem diz que houve fraude na reeleição de Maduro.
A ex-procuradora-geral da Venezuela denunciou contratos públicos celebrados com a Odebrecht em valores que chegam a US$ 22 bilhões, mais de R$ 126 bilhões. Essa maracutaia acontece em sete obras, entre as quais uma usina hidrelétrica, projetos ferroviários e três pontes. A procuradora Luisa Ortega concluiu nas investigações que mais de US$ 30 milhões, ou seja, R$ 171 milhões foram destinados para a Odebrecht, que usou parte para a campanha de Maduro em 2013. O STF fragilizou a apuração da corrupção desenfreada, quando decidiu que processos de corrupção, envolvendo caixa dois de campanha teria que ser decididos pela Justiça Eleitoral. Evidente que esse segmento da Justiça nunca teria condições de julgar esses processos e o STF assim posicionou, visando a prescrição desses crimes. Daí originou-se muitas anulações das sentenças do então juiz Sergio Moro. O ministro Dias Toffoli anulou todas as provas do acordo de leniência, assinados pela Odebrecht, evitando multas bilionárias e não se sabe de Toffoli ter levado para o plenário manifestar sobre sua decisão monocrática. Mas, o ministro não parou por aí, pois está estendendo sua decisão para muitos processos, buscando beneficiar seu criador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em junho último, João Santana e Mônica Moura foram beneficiados com anulação de três ações penais, sob fundamento de provas "imprestáveis", originadas do acordo da Odebrecht.
Enfim, os criminosos que devastaram os cofres públicos ontem, receberam o perdão e recomeçam com o trabalho de apropriar dos recursos do país. E o pior é que tudo isso é feito com apoio incondicional da Justiça brasileira, através do STF.
Salvador, 15 de agosto de 2024.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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