Nos estádios e nas ruas, em vários países da Europa, gangues disseminam com manifestações, por vezes, violentas contra os imigrantes. O Grupo 1143 apareceu no estádio do Sporting, em Lisboa, nas arquibancadas, onde grafavam "SSporting", imitando as forças paramilitares nazistas. Nas redes sociais, um dos líderes do Grupo, Mário Machado, neonazista famoso, mantinha um canal no YouTube, mas retirado do ar neste mês de agosto. A jurista Ana Gomes, candidata derrotada na última eleição para a Presidência da República diz: "O que espanta não é Mario Machado ter saído do ar, e sim o fato de ter sido o YouTube a tomar essa providência, e não o Ministério Público português. Sabemos quem ele é e o que é o Grupo 1143 há muito tempo". Machado foi julgado e condenado, em 1997, por assassinato, mas saiu da cadeia em 1999; retornou à cadeia entre 2013 a 2017 por incitação ao crime e danos materiais. Em 2022, Machado foi processado, porque escreveu em suas redes que todas as mulheres de esquerda, inclusive a professora Renata Cambra, citada por ele, mereciam ser estupradas. Machado foi novamente condenado, neste ano, a dois anos e dez meses de prisão por crime de ódio, com discriminação de gênero.
O canal YouTube de Machado foi retirado do ar, mas as gangues espalharam-se sob sua liderança na cadeia e entre os motociclistas. O cientista político brasileiro, que reside na Alemanha, Gabriel Guimarães, autor de um livro sobre ultradireita em Portugal declara sobre Machado: "Ele é contra a imigração de maneira geral, mas admira algumas coisas do Brasil". Machado prefere os movimentos de rua, em brigas de gangue e não atua na política tradicional. Todavia, o Grupo 1143 apoiou, ainda que discretamente, o partido Chega. A sigla defendeu plebiscito para limitar a entrada de imigrantes em Portugal, mas no país ainda se permite a entrada de um imigrante sem visto, mesmo porque o país precisa de imigrantes. Foram realizados comícios em defesa dos imigrantes e o público era maior que os movimentos do Grupo 1143.
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