O STF analisa pedidos de investigados para liberar valores apreendidos, em 2023, durante as compras suspeitas de kits de robótica. A investigação envolve pessoas vinculadas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. As apurações foram arquivadas, por decisão do ministro Gilmar Mendes, em setembro do ano passado, que anulou as provas colhidas e mandou devolver os bens apreendidos, como automóveis e computadores. O dinheiro ainda não foi devolvido. Um assessor do presidente da Câmara, a mulher e o motorista de Lira, que estavam com os bens apreendidos, requereram devolução dos valores. Da mesma forma, procedeu um policial civil e um empresário, e, no seu escritório foi encontrado um cofre com R$ 4 milhões. O ministro negou a devolução dos valores, sob entendimento de que há dúvidas sobre a origem do dinheiro, de conformidade com investigação criminal, esta anulada pelo próprio Mendes, que mandou as partes ingressar com ação civil para comprovar a origem lícita do dinheiro. Depois disso, a 2ª Turma iniciou julgamento na forma virtual de recurso para liberação de outros valores.
O jornal Folha de São Paulo noticiou que, em abril/2022, o governo do então presidente Jair Bolsonaro repassou R$ 26 milhões para sete cidades de Alagoas adquirirem kits de robótica. As cidades tinha contratos com a empresa Megalic, vinculada ao grupo político do deputado Arthur Lira. Foram mostradas fraudes nas licitações para aquisição dos kits, assim como o fato de que a Megalic pagou R$ 2.700 pelos equipamentos e vendeu os mesmos por R$ 14 mil. As apurações destes fatos levaram a Polícia Federal aos operadores e assessores de Lira, um dos quais Luciano Ferreira Cavalcante e Glaucia Cavalcante, tinham R$ 107,5 mil em mala na residência, segundo anota o relatório. Wanderson de Jesus, motorista do assessor Luciano, pediu devolução de R$ 150 mil, valor apreendido pelos policiais na mesma operação, dentro de uma mala. Os investigadores encontraram anotações de pagamentos relacionados ao nome de "Arthur". Na análise da numeração das cédulas, a Polícia Federal comprovou que o dinheiro foi sacado em banco por pessoa identificado como operador do esquema em Brasília.
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