O candidato eleito para governar a Venezuela, ex-diplomata Edmundo González, deixou o país na noite de ontem, 7, depois que pediu asilo à embaixada da Espanha. A Justiça da Venezuela decretou a prisão de González e o país já tem mais de dois mil presos. Os contatos entre as embaixadas da Espanha e o governo do ditador selou o asilo e o governo declarou que "a Venezuela concedeu o salvo-conduto necessário para o bem da tranquilidade e da paz política do país". O ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, escreveu no "X": "O Governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos". O candidato da oposição era procurado pela Justiça de Nicolás Maduro desde 30 de julho, mas encontrava-se escondido e acusado de conspiração, usurpação de funções, incitação à rebelião e sabotagem, depois que divulgou cópias das atas que lhe conferiu vitória no pleito realizado em 28 de julho.
O governo do ditador prometeu divulgação das atas, mas nunca cumpriu, e a líder da oposição, María Corina Machado assegura que as atas divulgadas pela oposição garantem a vitória de González, com mais de 60% dos votos. O Conselho Nacional Eleitoral, órgão responsável pela realização da eleição, justifica que houve ataque hacker ao processo eleitoral e este é um dos motivos para não divulgar as atas. A resistência de Maduro em permanecer no poder, ilegalmente, causou protestos em todo o país, com a morte de 27 pessoas, 192 feridos e 2.400 presos, incluindo menores. Maduro insurgiu-se contra os países latinos que contestam a eleição, como Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Costa Rica, Panamá e República Dominicana e os representantes desses países foram expulsos, sob fundamento de que esses "governos estão subordinados aos Estados Unidos e realizaram ações e declarações de ingerência em assuntos internos de Caracas". O Brasil continua sem condenar os desmandos do ditador e sempre manifesta com pedidos de publicação das atas.
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