domingo, 13 de outubro de 2024

DIÁRIOS DE NAVALNI

A revista The New Yorker publicou na sexta-feira, 11, parte dos diários de Alexei Navalni, durante prisão numa cadeia no Ártico. Navalni foi o principal opositor do ditador russo, Vladimir Putin. Ele foi envenenado, em 2020, por policiais russos; preferiu sair para a Alemanha onde foi tratado e no retorno, mesmo sabendo que seria preso, voltou para a Rússia. Não saiu mais da prisão e morreu, em fevereiro deste ano, em circunstâncias que não foram explicadas. No primeiro registro do diário, no dia 17 de janeiro, escreve Navalni: "A única coisa que deveríamos temer é que nós vamos deixar nossa pátria ser saqueada por uma gangue de mentirosos, ladrões e hipócritas; que desistiremos, sem lutar, voluntariamente, do nosso futuro e do futuro das nossas crianças". Navalni teve várias condenações com penas de até 30 anos, mas todas por interferências políticas. Adiante, escreve Navalni: "Eu estou completamente bem (após receber a nova sentença). Até mesmo meu carcereiro disse, durante uma revista completa realmente irritante: "Você não me parece tão chateado". 


Diz mais: "Estou escrevendo isso não porque me forço a manter uma aparência de despreocupação indiferença, mas porque meu lado "zen da prisão" entrou em ação". Em outro momento: "Todos os dias, reflito sobre como agir de forma mais eficaz, que conselhos construtivos dar aos meus colegas que ainda estão em liberdade, onde estão as maiores vulnerabilidade do regime. Como eu disse, ceder à ilusão sobre quando o regime vai colapsar e eu serei libertado seria a pior coisa que eu poderia fazer. E se eu não estiver livre em um ano? Ou três anos? Eu cairia em depressão? Culparia todos os outros por não se esforçarem o suficiente para me libertar? Amaldiçoaria os líderes mundiais e a opinião pública por terem me esquecido?" Prossegue em outro dia: "Tenho 45 anos de idade. Tenho família e filhos. Tive uma vida para viver, trabalhei com coisas interessantes, fiz algumas coisas úteis. Mas há uma guerra acontecendo. Imagine que um rapaz de 19 anos está dentro de um blindado, um estilhaço explode na cabeça dele, e pronto. Ele não teve família, nem crianças, nem vida".   



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