terça-feira, 26 de novembro de 2024

A TRAMA DE BOLSONARO

Bolsonaro e filhos todos bem empregados
Diante dos fatos noticiados na imprensa, sustentados nos documentos inseridos nos autos do inquérito, já não comporta dúvida alguma da participação do ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de não aceitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alkmin. A Polícia Federal, em áudios apreendidos que serviram para indiciar Bolsonaro e outras 36 pessoas, mostra que a "ala militar, integrante da organização que pretendia dar um golpe de Estado, tinha pressa e fazia pressão para colocar em prática o plano contra o Estado Democrático de Direito". Em um dos documentos, o tenente-coronel Mauro Cid fixa o dia do golpe, antes de 12 de dezembro, data da diplomação de Lula. A conversa de Cid com Mário Fernandes, então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, afiança o andamento para o golpe. Diz Cid a Fernandes: "Não, pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. O negócio é que ele tem essa personalidade, às vezes, né? Ele espera, espera, espera pra ver até onde vai, né? Ver os apoios que tem. Só que, às vezes, o tempo tá curto, né? Não dá pra esperar muito mais passar, né?". As investigações estão com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que deve encaminhar para a Procuradoria-geral da República no curso desta semana. 

 

A fala de Fernandes para Cid demonstra o andamento do golpe: "Meu amigo, desculpa está te incomodando tanto no dia de hoje. Mas são duas coisas. A primeira: durante a conversa que eu tive com o presidente ele citou "pô, o dia 12 não seria uma restrição, por ser a diplomação do vagabundo, qualquer ação nossa poderia acontecer até 31 de dezembro". Das duas uma: ou os movimentos de manifestação na rua vão esmaecer ou vão recrudescer. Recrudescer com radicalismos, e, aí, a gente perde o controle. Pode acontecer de tudo, mas podem esmaecer também". Mário Fernandes terminou não participando do golpe que não veio e está preso preventivamente com mais quatro pessoas, na Operação Punhal Verde e Amarelo da Polícia Federal. Bolsonaro e Braga Neto negam a existência de golpe de Estado, apesar de reconhecer a possibilidade de estado de sítio.   


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