A vitória de Donald Trump, na eleição dos Estados Unidos, leva o ex-presidente Jair Bolsonaro a concluir que as portas do Planalto abriram para sua reinstalação; ele considerou "passo importantíssimo" o resultado do pleito de domingo; já antecipa até com a escolha do eventual candidato a vice, na pessoa do ex-presidente Michel Temer, que não se sabe se aceita. O certo é que Bolsonaro está inelegível pelo menos até o ano de 2030 e responde a outros processos, inclusive de tentativa de golpe, que é um crime mais grave. Ele foi condenado por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação após difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores, além de utilizar eleitoralmente o evento do Bicentenário da Independência. Não se vislumbra como derrubar a decisão, resultado de condenação do TSE, em 2023. Bolsonaro alimenta a ideia de que sua inelegibilidade foi "armação para tirá-lo da disputa". Ele prega o Estado democrático de Direito, mas não entende que a condenação resultou exatamente desse cenário.
O ex-presidente, em entrevista a Folha de São Paulo, diz que "o que acontece lá acontece aqui", referindo-se aos Estados Unidos. Lembra que a ocorrência do Capitólio teve semelhança com o problema dos Três Poderes no Brasil. Bolsonaro diz que "ser presidente é uma merda", mas não se entende esse conceito e a busca incessante "dessa merda", pelo ex-presidente. Ele diz que tem um sonho de "ajudar o Brasil", na presidência. Bolsonaro voa quando alega influência de Trump no seu destino com as condenações e possíveis punições que estão por chegar. Bolsonaro alimenta o sonho de que o ministro Alexandre de Moraes não negará seu pedido de comparecer à posse de Trump, porque seria "arranjar encrenca por causa do ex".
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