domingo, 8 de dezembro de 2024

COLUNA DA SEMANA

Boa parte dos integrantes da Polícia Militar ao invés de oferecer proteção ao povo usa da violência sem limites. Em São Paulo, no Rio de Janeiro e na Bahia, são anotadas todos os dias agressões que resultam em assassinatos de pessoas, sempre que a polícia é chamada ou aparece para proteger o cidadão. A imagem que se cria é de que os policiais desembarcam no local com raiva e suas atuações causam transtornos às famílias, ao invés de tranquilizá-las. Os fatos registrados nos últimos dias são de estarrecer, mas o pior é que este cenário não é isolado, mas tornou-se uma constante na vida do cidadão, nessas cidades. E os governadores pouco ou nada fazem para mudar esta triste realidade. Os números são assustadores: desde que o governador Tarcisio Freitas assumiu o cargo, houve aumento de 98% de mortes praticadas por policiais militares. Abaixo mencionaremos apenas alguns fatos registrados nesses últimos dias em São Paulo.

No domingo, 1º, na Vila Clara, no distrito da cidade Ademar/SP, realizava-se um baile funk, quando um rapaz, investigada com a documentação de sua moto, é atirado de uma ponte para um córrego bastante poluído, que corta todo o bairro da Vila Clara, como se fosse um saco de lixo. O PM Luan Felipe Alves Pereira ainda explicou que queria jogar o rapaz no chão, mas as imagens e testemunhas desmentem, porque ele ergueu o rapaz e atirou da ponte para o chão, três metros de altura. O jovem saiu machucado, mas esperou os policiais abandonarem o local para deixar o córrego. Neste caso, a violência associada à revolta do povo provocaram o afastamento de 13 agentes das ruas e a Corregedoria da PM proceda à investigação. 

Na terça-feira, 3, o policial militar Vinicius de Lima Britto, atirou nas costas de um jovem negro, em frente a um mercado Oxxo, na Zona Sul de São Paulo. Os tiros do policial, que nem estava de serviço, porque em folga, causaram a morte do jovem e, neste caso, as câmeras de segurança registraram a ocorrência. O absurdo assassinato deu-se porque Gabriel Renan da Silva Soares, 26 anos, entrou no mercado, pegou quatro pacotes de sabão e na saída da loja, escorregou, caiu no chão e, quando levantava, recebeu os tiros mortais pelas costas. A Promotoria, que pediu a prisão do policial, afirma que o PM "praticou o homicídio qualificado e efetuou diversos disparos contra a vítima pelas costas, que estava completamente desarmada e indefesa".

Na noite do dia seguinte, quarta-feira, 4, em uma abordagem em Barueri, em São Paulo, policiais espancam covardemente uma mulher de 63 anos, Lenilda Messias Santos Lima, com chutes, além de puxada pela gola do casaco, empurrada e agredida. A investida aconteceu na garagem dos agredidos, onde os policiais entraram sem permissão e deixaram o rosto da mulher ensanguentado. Um filho, juntamente com o neto de Lenilda, foram abordados, quando tentavam proteger a mãe e avó, mas o filho recebeu um golpe de mata-leão desferido por um dos policiais; tudo isso, repita-se, no interior da garagem da família. A coitada da mulher declarou: "Que risco uma senhora vai oferecer para centenas de policiais?" 

É a triste realidade da atuação dos policiais, sob comando do governador Tarcísio Freitas que confessou seu erro, quando se posicionou contra o uso de câmeras corporais.

Salvador, 8 de dezembro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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