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domingo, 15 de dezembro de 2024

COLUNA DA SEMANA

As operações policiais em favelas do Rio de Janeiro causaram, em 24 horas, a morte de duas mulheres e uma terceira sobreviveu. Alessa Vitorino, 30 anos, recebeu tiros nas costas, na Vila do João, na Maré, na segunda-feira, 9; foi socorrida, mas chegou morta na UPA da região. Alessa foi atingida na Operação Torniquete, e o tiroteio aconteceu nas três principais vias expressas da cidade, Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela. A outra morta, foi a oficial médica Gisele Mendes de Souza e Melo, 55 anos, atingida, quando trabalhava no interior do Hospital Naval Marcílio Dias, em Lins de Vasconcelos, na terça-feira, 10. Ela tornu-se a 105ª vítima de bala perdida, no Rio, neste ano. Dados do Fogo Cruzado informam que entre as 14 pessoas baleadas, em novembro no Grande Rio, 45% delas, no total de 63 vítimas, foram atingidas em operações policiais: 16 morreram e 47 ficaram feridas. O Rio de Janeiro tem taxa de 5,4 mortos em confrontos com a polícia para cada grupo de 100 mil habitantes.  

Na quinta-feira, 12, uma criança de 4 anos foi baleada e morreu, com tiros desferidos por traficantes na noite, no Morro da Fé, na Penha, no Rio de Janeiro. O absurdo do registro é que a criança estava no carro do pai, quando foi atingida e o disparo ocorreu após briga entre os pais. O garoto foi conduzido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu e a Delegacia de Homicídios investiga sobre a autoria do disparo. Sabe-se que traficantes foram chamados para interferir na briga do casal.   


Na mesma quinta-feira, 12, o turista argentino Gastón Fernando Burlón foi baleado, quando entrou, por engano, em uma comunidade próxima ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Ele foi secretário de Turismo de Bariloche, na Argentina, entre os anos de 2017 a 2023.  

Ainda na quinta-feira, 12, o policial militar Izailton Bezerra de Santana, 52 anos, saiu do serviço, mas foi morto em tentativa de assalto, na rua 24 de Maio, no Méier, no Rio de Janeiro. Ele estava com a filha, de moto, no momento que foi abordado pelos criminosos que queriam levam o veículo. A menina, foi ferida na perna e sobreviveu, mas o pai morreu no Hospital Municipal Salgado Filho, para onde foram levados.  

Na sexta-feira, 7, foram atingidos por balas perdidas em tiroteio os irmãos Caique e Mirella; felizmente, sobreviveram.

No dia anterior, 6/12, duas crianças e uma mulher foram atingidas por tiroteio que acontecia na comunidade de Gardênia Azul; neste caso, crianças e mulher sobreviveram, depois de serem levadas ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. 

Um dia antes, 5/12, a menina Kamia Vitória Aparecida de Souza Silva, 12 anos, morreu, resultado de tiroteio na favela Del Castilho, no Rio, enquanto brincava; o tiro atingiu-lhe as pernas, mas rompeu a artéria femoral e a menina não resistiu.  

No mesmo mês, 3/12, o policial militar Marco Antônio foi morto com um tiro de fuzil na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, zona norte do Rio de Janeiro. Os criminosos jogaram o carro com o corpo do militar em uma ladeira que saiu rolando. 

Na próxima semana, mostraremos outro estado, onde mais a polícia mata: Bahia. 

Salvador, 15 de dezembro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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