A disputa dos juízes para serem convocados para prestar serviço no STF e no CNJ é muito grande e justifica-se, pois o auxílio que recebem, somente para mudar para Brasília, é de R$ 10.500,00 por mês. Esse polpudo valor substitui as diárias, visando gastos de hospedagem, no período de convocação. Segundo levantamento do Metrópoles são 19 magistrados e um conselheiro nessa situação, no CNJ, enquanto no STF são 8 juízes auxiliares e instrutores dos ministros. Isso significa que 27 varas ficaram sem seus titulares para beneficiar os ministros com situações irregulares. Auditoria realizada constatou, em 2023, pagamentos concomitantes de ajuda de custo e diárias a 24 juízes e 4 conselheiros. O juiz Paulo Walter Godoy dos Santos Júnior, de São Paulo, permanece no STF convocado há mais de 4 anos e recebeu R$ 101 mil para mudar para Brasília, em 2022. O desembargador Luís Geraldo San´Ana Lanfredi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, teve ajuda de custo para mudar para Brasília, no valor de R$ 108 mil, nos meses de junho e outubro/2019. O magistrado permanece convocado desde o ano de 2014. O conselheiro baiano Joao Paulo Schoucair, que está no CNJ desde 2022, foi indicado para a vaga do Ministério Público, recebeu R$ 84 mil e mudou para Brasília em agosto/2024, recebendo 80 diárias de R$ 84,4 mil no mesmo ano.
O CNJ e o STF afirmam que as convocações obedecem às determinações legais, mas não se compreende como um juiz deixa sua jurisdição para prestar serviços a outros magistrados. Evidente que não há justificativa para esse cenário que mostra a manutenção, em Brasília, de magistrados de outras unidades por anos, deixando sua atividade jurisdicional. Sem dúvida alguma, os ministros abusam e desconsideram a atividade do magistrado na sua origem. Afinal, o juiz presta concurso para judicar e não para auxiliar.
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