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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A DECADÊNCIA AMERICANA

A decadência americana

Publicado em Crônicas

Severino Francisco

Donald Trump assumiu a presidência com a promessa de resgatar a grandeza dos Estados Unidos; no entanto, a cada ato, ele evidencia a decadência política, moral, cultural e civilizacional do império americano. A começar pelo fato de que Trump foi declarado presidente da nação mais poderosa da Terra com uma condenação, três processos criminais e 88 acusações na Justiça norte-americana.

Neste segundo mandato, ameaçou anexar o Golfo do México, o Panamá e a Groelândia, sob o mesmo argumento da necessidade de “expandir o espaço vital”, utilizado por Hitler no período que desembocou na Segunda Guerra Mundial. Disse que, se eleito, acabaria com a guerra da Rússia e da Ucrânia em questão de horas.

A deportação é um instrumento jurídico legítimo de proteção dos países. Porém, Trump transforma a expatriação em um ritual de humilhação e desumanização, com o uso de algemas e correntes de maneira indevida. Acusa sem provas a trabalhadores de serem criminosos e, ao mesmo tempo, anistia os criminosos que participaram da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Um deles foi morto por um policial em uma blitz, depois de discutir com o agente.

As invasões policiais de restaurantes, casas e empresas, em busca de imigrantes, também lembram o período nazista. Da mesma maneira que as deduragens de amigos, vizinhos, colegas, vizinhos ou professores. Em um mercado, três policiais abordaram uma família e a prenderam ao ouvirem os integrantes conversando em língua hispânica. Depois, tiveram de pedir desculpa, porque simplesmente a família era de americanos que falava espanhol.

No campo econômico, Trump declarou guerra comercial ao Canadá, ao México e à China, aplicando taxações desrazoadas sob a alegação de que prejudicam os Estados Unidos. Especialistas alertam que essas medidas podem ter consequências catastróficas para a economia global. Canadá, México e China prometeram pagar na mesma moeda. E, claro, vai sobrar para o Brasil, se o dólar disparar.

Os representantes dos três países recomendaram que as divergências de interesses sejam resolvidas com negociação e respeito aos tratados internacionais, pois é uma guerra em que todos perderão. Trump rasga os tratados e, em sua megalomania, acha que pode impor o que quiser a todos. Quem fará negócios com os Estados Unidos?

Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris para conter a crise climática. Segundo ele, não existe aquecimento global. Jogou a culpa pelo alastramento dos incêndios na Flórida na incompetência dos bombeiros. É assim que ele pretende enfrentar emergência climática.

O fiel escudeiro bilionário Elon Musk tirou o apoio financeiro para a Usaid, a mais importante organização humanitária dos EUA, com uma acusação repulsiva: “É um ninho de vermes”. Em nome da liberdade de expressão, o outro fiel escudeiro bilionário Marc Zuckerberg anunciou o fim de qualquer monitoramento ou filtro dos conteúdos nas big techs.

Enquanto isso, Trump ordenou que quaisquer referências às mudanças climáticas sejam eliminadas dos sites do governo. É com esse ardil de avestruz que ele pretende enfrentar o aquecimento global. Certamente, fará estragos imponderáveis. A maior nação do mundo está nas mãos de três patetas egocêntricos e perigosos.  Mas, apesar de todo o poderio norte-americano, a guerra de Trump é perdida. Ele é xenófobo; e o mundo é globalizado. 

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