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domingo, 16 de fevereiro de 2025

SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO

Dora Kramer

Jornalista e comentarista de política

SALVAR ARTIGOS

Dora Kramer

 DATAFOLHA  GOVERNO LULA

Pesquisa mostra tarefa difícil na recuperação de Lula para 2026

Para vencer a próxima eleição, governo terá de fazer mais que dourar a pílula na comunicação

BRASÍLIA

A pergunta que fica diante da situação periclitante para o presidente Luiz Inácio da Silva e o PT mostrada na pesquisa Datafolhaé se ele conseguirá se recuperar como fez no curso do primeiro mandato em decorrência da crise do mensalão.

A retomada do leme diante de um tombo de 11 pontos porcentuais em dois meses não é missão impossível, embora seja uma tarefa muito mais árdua do que foi em 2005.

A imagem mostra um homem com cabelo grisalho e barba, gesticulando com a mão direita enquanto fala. O fundo é desfocado, mas parece ter uma cor sólida. O homem parece estar em um ambiente de discurso ou apresentação.
O presidente Lula, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto -  Gabriela Biló - 30.jan.25 /Folhapress

Na ocasião, Lula enfrentou a circunstância adversa, derrubou a tese dos adversários que optaram por deixá-lo sangrar politicamente no lugar de pedir impeachment e se reelegeu.

Agora é tudo muito diferente. Os índices de reprovação são muito piores. Lula perdeu 22 pontos entre seus eleitores, caiu na preferência de nordestinos e dos mais pobres. Isso no período em que o governo resolveu dar uma virada na comunicação acreditando ser este o problema.

Conforme os avisos gerais, ignorados pelo Palácio, o xis da questão não estava na troca da embalagem. Bem como não estará na reforma ministerial. O enrosco está nos meios e modos do terceiro mandato.

As pessoas simplesmente não estão gostando desse presidente que volta ressentido, divisionista, negacionista dos erros, desconectado da atualidade, ufanista de si. Ele sempre foi dado a fanfarronices, mas agora soam mal em ambiente com economia ruim e oposição nos cascos, ativa no enfrentamento.

O Lula que decidiu se candidatar pela terceira vez, pondo em risco o capital conquistado na saída da segunda com 80% de aprovação, era alguém acostumado à bajulação, com fama de invencível, um político como nunca se havia visto neste país.

Pois eis que as pessoas se deparam na Presidência com um homem normal, alcançado pelos idos dos anos, marcado por danos decorrentes da supressão de liberdade por 580 dias e perdas pessoais naquela temporada infortuna.

Ao governo interessa atribuir à pesquisa a condição de foto do momento. Mas pode ser que os números estejam contando a história do filme completo, cujo desfecho retrate cenário nocivo ao PT em 2026.

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