Pesquisar este blog

quinta-feira, 20 de março de 2025

COVERSAS SÓ "SOB FOGO"

Em Jerusalem, no Muro das Lamentações

Os ataques mortíferos dos israelenses contra os palestinos não têm fim, apesar da celebração de acordo, em janeiro, que não perdurou por muito tempo. Nunca se acreditou nos carniceiros de Israel, encabeçados pelo primeiro ministro Binyamin Netanyahu, que afirmou sobre o relacionamento: as conversas só correrão "sob fogo". E assim procedeu com o reinício dos ataques, sob a mais frívola motivação: o Hamas não aceitou os termos israelenses de modificar o acordo, celebrado entre as duas partes. A situação piora, porque o presidente Donald Trump apareceu para avalizar qualquer movimento de Tel Aviv contra os palestinos, como se quisesse acabar com os nativos. Aliás, não é a toa que o presidente americano propôs a retirada dos palestinos de suas terras, onde ele pretende transformar Gaza em resorts e cassinos, em nítido interesse imobiliário e turístico. O vídeo postado por Trump mostra a transformação da Faixa de Gaza na Riviera do Oriente Médio. Os mais de 2 milhões de moradores poderão ser realocados no Egito e na Jordânia. 

A insensibilidade do presidente americano é demonstrada neste e em muitos outros momentos. Os israelenses, certamente, estão trabalhando para viabilizar o projeto de Donald Trump; e esse agrado importa no genocídio em Gaza, onde, somente na terça-feira, os ataques israelenses causaram a morte de 400 pessoas. Por enquanto os ataques são aéreos, mas a invasão já está programada e novas mortes novas prisões acontecerão. Sobre a proposta de Trump, o primeiro-ministro de Israel declarou: "Discutimos a visão ousada de Trump para o futuro de Gaza e trabalharemos para garantir que essa visão se torne realidade". A Arábia Saudita e outros estados árabes são favoráveis a que o estado palestino e o estado de Israel discutam entre si. Já o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, na sua primeira visita a Israel assegurou: "O Hamas não pode continuar como uma força militar ou governamental. Eles devem ser eliminados". 

Exatamente o Hamas foi quem investiu contra a invasão de Israel em Gaza, mantendo a guerra de defesa do território por mais de 15 meses. O Hamas classificou de "grave violação" à trégua celebrada em 19 de janeiro. O bombardeio de Israel foi traiçoeiro e dirigido contra policiais que garantem a entrada de ajuda aos palestinos". O presidente do Egito Abdel Fattah al-Sisi, no domingo, 16, afirmou que um estado palestino era a "única garantia" de paz duradora no Oriente Médio. O Egito tem-se movimentado para impedir a continuidade dos ataques desferidos por Israel, com plena aprovação de Trump. O governo de Joe Biden bloqueou carregamento de munições, temendo serem usadas em áreas povoadas de Gaza; pois, mal Donal Trump assumiu o cargo, fez questão de liberar o que seu antecessor havia proibido; aliás, muitas decisões do atual presidente americano seguem sempre desfazendo o que Biden fez. Enfim, os males, inclusive psicológicos, que Israel provoca sobre os palestinos é muito grande. Em pesquisa com mais de 500 cuidadores de crianças vulneráveis, "96% das crianças nessas condições sentiam que a morte era iminente, e quase metade (49%) expressou o desejo de morrer após ataques israelenses". O Fundo das Nações Unidas para a Infância assegurou que "quase todas as 1,2 milhão de crianças de Gaza precisam de apoio psicológico".  

Santana/BA, 20 de marco de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


Nenhum comentário:

Postar um comentário