Na construção da nova Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro já foram gastos mais de R$ 3 milhões, trabalhos sem licitação. Trata-se da aquisição, há dois anos, do Edifício Serrador, no centro do Rio de Janeiro, para onde pretendem os vereadores deslocarem. O custo de aquisição do prédio foi de R$ 149 milhões e antes mesmo da conclusão, apareceram indícios de superfaturamento, provocando investigação do Ministério Público. Em abril/2023, antes da assinatura do contrato, a diretoria jurídica da Câmara dos Vereadores alertou sobre a dispensa de licitação, assegurando que essa conduta deveria atingir apenas na aquisição dos bens e serviços necessários para solução emergencial. O presidente da Câmara, vereador Carlos Caiado, não atendeu a essa ponderação e assinou contrato de R$ 3 milhões. A GloboNews apresentou reportagem que comprova o mau uso do dinheiro público: a empresa que assumiu a obra sem licitação, Bhering Assistência Técnica, comprou sete itens em lojas da Zona Sul do Rio por R$ 257,51, mas a Câmara pagou pelos mesmos produtos e marcas, R$ 257,51. Muitas outras incongruências foram apontadas, inclusive uma lâmpada que custa R$ 16,90, mas foi adquirida por quase R$ 59,00.
O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar as eventuais irregularidades, a exemplo da reforma de cinco andares do prédio, já ocupados por setores administrativos da Câmara. Sem assinatura de contrato e sem licitação, a Bhering promoveu adequações dos pavimentos no ano passado e mandou a conta no total de quase R$ 1 milhão. A Câmara suspendeu o pagamento, depois de desembolsar R$ 300 mil e determinou abertura de sindicância para apuração do caso. Buscou-se apoio da Controladoria-geral da Câmara para manifestar sobre os preços cobrados. O certo é que, depois de dois anos, os gabinetes dos 51 vereadores e o plenário continuam funcionando no prédio antigo.
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