Desde que o Papa Francisco mudou-se para o Vaticano, para dirigir a Igreja Católica, ele nunca mais retornou a Argentina, de onde saiu, e surpreendentemente tornou-se Papa. Na sucessão de Bento 16, Jorge Bergoglio não estava entre os que poderia ocupar a cadeira de chefe da Igreja. Guillermo Marcó, padre da Arquidiocese de Buenos Aires, declarou ao jornal argentino Clarin: "Quando ele deixou Buenos Aires para o Conclave, ele parecia um tanto triste; estava preparando um quarto para sua aposentadoria no Lar dos Padres, no bairro portenho de Flores". Gustavo Vera, amigo próximo do papa, disse a BBC News: "Ele pensava que seriam quatro anos, por casa da idade, ou porque talvez tivesse que abdicar devido a um derrame ou algo assim". O papa correspondeu com Gustavo através de inúmeras cartas.
Nas cartas do papa para Vera, o pontífice buscava informações sobre as ocorrências na Argentina. Declarou Vera: "Às vezes ele comentava sobre futebol, às vezes sobre tango, às vezes sobre eventos culturais"; o certo é que o Papa acompanhava as notícias da Argentina "detalhadamente". Diz mais o amigo do Papa: "Francisco manteve sua conexão com a Argentina o tempo todo. Nesses 12 anos, em sua agenda sempre havia um grande número de argentinos, que compareciam a audiências, que assistiam ao Angelus (oração feita pelo papa junto aos peregrinos na Praça de São Pedro aos domingos), que tinham audiências pessoais. Seu coração sempre esteve na Argentina, de alguma forma".
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