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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

FÓRUM INVADIDO

O fórum de Formosa do Rio Preto, na divisa com Piauí, foi invadido entre domingo e segunda feira, por quatro homens, sendo dois menores. A Polícia apurou que os bandidos adentraram no prédio pelo telhado, em área que não tem forro e já solicitou perícia ao Departamento de Polícia Técnica de Barreiras. Nada ficou provado contra os menores que foram entregues aos seus pais, mas contatou-se o desaparecimento de cinco monitores de computador. 

Outros incidentes já foram registrados no fórum Desembargador Gerson Pereira: em 2013, houve arrombamento e os criminosos levaram armas; em 2014, a casa do juiz, que fica vizinha ao fórum, foi atingida por disparos de armas de fogo. 

O fórum, como na maioria nas comarcas do interior, não tem segurança alguma e a guarda é limitada a um vigilante municipal, que presta serviço durante a noite. A Comarca de Formosa do Rio Preto, como muitas outras do Oeste da Bahia, está sem juiz titular.

SILÊNCIO ABSOLUTO, HÁ 143 DIAS!

O Tribunal de Justiça, a OAB e o Ministério Público ainda não se manifestaram diante do descaso do governador com a nomeação de um desembargador entre os três nomes dos procuradores que lhe foram remetidos desde o dia 16/6. 

O processo está engavetado há 143 dias; não se recorda de tamanha indiferença com o Judiciário, com o Ministério Público, com os advogados e com os jurisdicionados. 

Outro processo, nomeação de um advogado entre os três nomes enviados pelo Tribunal de Justiça, aguarda a escolha do governador Rui Costa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

CAMAÇARI: 11 SERVIDORES, 8 JUÍZES, 11 PROMOTORES E 112 MIL PROCESSOS

Vila Nova do Espírito Santo de Abrantes passou à categoria de Vila em 1758; extinta em 1846, restabelecida em 1848, com território desmembrado de Mata de São João. A primeira composição administrativa, municipal, de Vila de Abrantes, sede, abrangia os distritos de Abrantes, Monte Gordo e Ipitanga, hoje Lauro de Freitas; em 1920 foi criado o distrito de Camaçari, com área desmembrada de Abrantes; posteriormente, em 1925, foi elevada à condição de vila; em 1938, tornou-se município, constituído dos distritos de Camaçari, Abrantes e Monte Gordo, incluindo os lugares denominados Parafuso e Dias D’Avila 

Distante de Salvador, apenas 41 quilômetros, é conhecida como “Cidade Industrial”, porque abriga um Polo Industrial, com mais de 90 empresas instaladas no município. 

Camaçari possui o segundo produto interno bruto municipal da Bahia, perdendo somente para Salvador; posiciona-se na 5ª colocação em todo o Nordeste e o 38º do Brasil. Está entre os 71 municípios brasileiros integrantes do Mercosul. 

Além do Polo Petroquímico, que abriga muitas indústrias químicas e petroquímicas, o município é sede de uma das maiores empresas fabricantes de automóveis do mundo, a Ford Motor Company Brasil, inaugurada em 2001, onde se monta os veículos Ford EcoSport, Ford Fiesta e o Ford Fiesta Senan. Destaca-se também pelas indústrias de celulose, borracha, metalurgia do cobre, têxtil, fertilizantes, energia eólica, bebidas e serviços. 

Na área educacional, Camaçari é sede de um campus da Universidade do Estado da Bahia – UNEB -, do Instituto Federal da Bahia – IFBA - da Faculdade Metropolitana de Camaçari – FAMEC - Sedia o programa social Cidade do Saber, que promove diversos eventos com exposições, concertos, espetáculos de dança e teatro e competições esportivas. A instituição tem uma orquestra sinfônica e uma companhia de balé.

O municipio de Camaçari possui 286.919 habitantes, percentual de crescimento de 18% em cinco anos, porquanto, em 2010, tinha 242.970 habitantes; tornou-se então a quarta cidade mais populosa do estado; o município tem extensão territorial de 784,654 km2.

A COMARCA


A Lei n. 175 de 2/7/1949 coloca “Camassari”, como termo judiciário de Salvador;
a Lei n. 2.314 de 1/3/1966 confere a Camaçari a situação de distrito judiciário da Comarca de Mata de São João de 2ª entrância;
a Resolução n. 2 de 3/12/1971, que dispõe sobre a Divisão e Organização Judiciária do Estado da Bahia, muda a para três entrâncias mais a capital que considera especial. Mata de São João passa de 2ª para 3ª entrância, com o distrito de Camaçari;
a Lei n. 3.731 de 22/11/1979 consigna a Comarca de Camaçari de 3ª entrância sem nenhum termo judiciário;
a Lei n. 10.845 de 27/11/2007 aponta Camaçari como de entrância intermediária com o distrito de Abrantes e Monte Gordo;
em dezembro/2012, a Lei n. 12.613/2012 elevou algumas comarcas de entrâncias intermediárias para final e Camaçari foi uma das contempladas. O benefício ficou só no papel, pois a unidade não dispõe nem dos cargos e juízes anotados na lei de 2007 e agora a defasagem cresce porque omitidos os benefícios elencados para comarcas de entrância final. 

De acordo com a Lei de Organização Judiciária, Camaçari deveria contar com 15 Varas judiciais, mas foram instaladas 2 Varas Cíveis, 2 do Crime, 1 da Fazenda Pública, 1 da Família e 2 Varas do Sistema dos Juizados Especiais, no total de 8 Varas. A Vara de Violência Doméstica e Família, recentemente instalada, não funciona, porque falta juiz, promotor, servidor e local de trabalho.

Entre 2010 e 2015, o município cresceu no percentual de 18% em termos de número de habitantes, mas o sistema judicial, em 8 anos, entre 2007 e 2015, continua o mesmo, sem instalar nem as Varas criadas em 2007 e muito menos melhorar a situação diante da elevação da Comarca à entrância final. A única Vara instalada recentemente continua sem movimentação alguma, mesmo porque, como se disse acima, não tem juiz, promotor, servidor nem local de trabalho. 

Na 1ª Vara Cível tramitam 6.027 processos, com 2 servidores, e a juíza Marina Rodamilans de Paiva Lopes da Silva.

Na 2ª Vara Cível tramitam 6.623 processos, com uma escrivã e uma subescrivã, e a juíza Virginia Silveira Vanderley. A queixa dos juízes, servidores e advogados é constante com a falta de estrutura e de servidor e o problema prolonga-se, pois assim está desde a instalação dessa Vara. 

A Vara da Fazenda Pública trabalha com 77 mil processos e dispõe de apenas 3 servidores e o juiz César Augusto Borges de Andrade. 

Na Vara de Família tramitam 7.680 processos, com 5 servidores, sob o comando da juíza Fernanda Karina Vasconcelos.

Na 1ª Vara Crime tramitam 9.006 processos, com 3 servidores e o juiz Ricardo Dias de Medeiros Neto.

A 2ª Vara Crime de Camaçari tem 4.803 processos, 4 servidores, sob o comando do juiz Wilson Gomes de Souza Jr. 

Na 1ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais tramitam 5.052 reclamações, com 7 servidores, 2 estagiários do Tribunal e 5 oficiais de justiça, a juíza Melissa Mayoral Pedroso Coelho Lukine Martins.

Na 2ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais tramitam 5.546 reclamações, com 8 servidores, 2 estagiários do Tribunal e 1 da Prefeitura, sob o comando do juiz Ronaldo Alves Neves Filho.

Na Comarca são 11 promotores e 6 defensores públicos. Vê-se que a unidade tem mais promotores que juízes. Essa situação tem angustiado juízes, servidores, advogados e jurisdicionados, porque, inegavelmente, qualquer unidade judicial, necessita de mais juízes do que de promotores, ainda mais quando se sabe que tramitam mais de 112 mil processos, que reclama falta de espaço, de servidor e de juízes. Não se nega o trabalho do Ministério Público, mas condena-se o descaso do Tribunal de Justiça. 

Na Comarca militam mais de 600 advogados e a OAB está sob a presidência da bacharela Kalinka Campos Silva Castro. 

São 8 estagiários do Tribunal de Justiça, 9 Oficiais de Justiça e 2 voluntários; mostra-se a existência de um Oficial para cada Vara, insuficiente para cumprir as diligências, mesmo porque nas duas Varas Crime tramitam quase 14 mil processos e uma Vara da Fazenda Pública 77 mil processos, num total de 112 mil para 8 juízes, e 11 servidores. 

O crime campeia em Camaçari e os juízes com a pouca estrutura disponível nada podem fazer. Certamente muitos processos de homicídio e outros seguirão o caminho da prescrição, pois é inconcebível que uma Vara criminal com mais de 9 mil processos tenha apenas um Oficial de Justiça e somente 3 servidores. 

A Prefeitura disponibilizou para o fórum 24 funcionários, além de um originado da Câmara de Vereadores. 

Há inconsistência nos dados do sistema, daí porque as informações sobre número de tramitação de processos pode conter algum equívoco; desde a instalação da Vara há problemas estruturais e absoluta falta de servidores. 

Camaçari tem quatro Varas da Justiça do Trabalho que atende também aos municípios de Dias D’Avila e Mata de São João. Reclama-se a instalação de mais uma Vara, porquanto a distribuição de ações chega a ser superior ao da capital, além da alta complexidade de muitos processos.

Inaugurado em 2009, Camaçari dispõe de um fórum, destinado somente à Justiça Eleitoral. 

CARTÓRIOS EXTRAJUDICIAIS

O Cartório de Titulos e Documentos tem 3 servidores e o delegatário é Antonio Joaquim Cotrim Gomes. 

O Cartório de Registro Civil com funções Notariais do distrito de Abrantes tem a delegatária Maria Joselita do Espírito Santo, que contratou 12 servidores, diferentemente dos cartórios sob responsabilidade do Judiciário que possui 1, no máximo, 3 servidores e sem a tecnologia que os delegatários tem, apesar de cobrar o mesmo valor para os serviços prestados. 

O Cartório de Registro Civil com funções Notariais do distrito de Monte Gordo tem como delegatária Maria Auxiliadora Campos Cordeiro Pereira. 

Salvador, 04 de novembro de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso.
Pessoa Cardoso Advogados.

SERVIDORES DE CAMAÇARI - CCI JUNHO 2012

A Comarca é grande, o município tem potencialidade empresarial enorme, mas o Judiciário Estadual deixa a desejar. Camaçari comporta 4 Varas da Justiça do Trabalho e um fórum específico para a Justiça Eleitoral. A Justiça Comum tem apenas 8 juízes, com poucos servidores e mais de 100 mil processos.

CAMAÇARI, CIDADE DO SABER


CAMAÇARI, GRANDE POLO INDUSTRIAL DA BAHIA


HÁ 142 DIAS SEM DESEMBARGADOR

Os desembargadores, originados do quinto constitucional, necessariamente são nomeados pelo Executivo, governador ou presidente da República.

Acontece que os governantes do PT complicam a situação e, normalmente, demoram, além do que, normalmente, ocorria, para cumprir o preceito constitucional; retém o processo de escolha por meses, como aconteceu com a presidente Dilma Roussef que engavetou a nomeação de Edson Fachin, substituto de Joaquim Barbosa, por 292 dias. Essa não foi ocorrência isolada, nos anos de governo de Lula e de Dilma, períodos nos quais houve substancial atraso nas nomeações para os tribunais superiores. 

O problema ramificou para a Bahia com o governador Rui Costa discutindo política para a simples escolha de um membro do Tribunal de Justiça, recebido no dia 16/6 e, passados 142 dias, nada se ouve sobre o assunto. 

Outro processo para nomeação de um advogado, na vaga do quinto constitucional, aguarda, nos armários do Executivo, depois que o Tribunal escolheu os três nomes no dia 23/10. 

O Tribunal está desfalcado de dois desembargadores por culpa única e exclusiva do governador do estado que não cumpre sua obrigação constitucional.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

OAB CONTRA A MOROSIDADE

A OAB/Ba lançou um novo e importante serviço para os advogados e para toda a comunidade; trata-se de um inventário, onde estarão enumerados todos os processos que tramitam nas Comarcas e que contam mais de 10 anos sem julgamento. A tarefa presta-se para materializar o dispositivo constitucional que assegura a razoável duração do processo. 

Para que haja sucesso com o novo serviço da OAB as subseções de todo o interior terão de conscientizar os advogados para que cadastrem o processo no site criado para este fim. Recebida essa informação a OAB terá condições de buscar providências junto ao CNJ para garantir a razoável duração do processo, pois não se concebe tamanho atraso nos julgamentos; certamente, haverá muitos processos nessas condições, daí a importância dos advogados na adesão a essa tarefa que é de todos.

XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE MAGISTRADOS

Em Rio Quente, Goiás, realizou-se entre os dias 29 e 31/10, o XXII Congresso Brasileiro de Magistrados. No encerramento, foi apresentada a Carta de Rio Quente, onde os magistrados prometem lutar pela democratização do sistema de Justiça, contra a corrupção que aflige a sociedade brasileira, acompanhar os resultados obtidos para a celeridade processual e o aperfeiçoamento do processo a partir da vigência do Novo Código de Processo Civil.

Foram aprovadas as seguintes teses: 

atuação da AMB para que a tabela de custas processuais dos tribunais considere o uso predatório dos serviços judiciários, prevendo valores inibidores dos litigios, para os dez maiores litigantes; 

estabelecimento da antiguidade como critério único para a promoção de magistrados, desde que observados os requisitos enumerados; rejeição ao projeto de lei que permitirá o abrigamento de presos em cadeias públicas; 

rejeição à teoria do Numerus Clausus na Execução Penal; 

apoio à aprovação, pelo Congresso Nacional, do Projeto de Lei n. 2.412/2007, que dispõe sobre a execução administrativa de título extrajudicial fiscal, a fim de reduzir a taxa de congestionamento na fase de execução; 

necessidade de equalização da força de trabalho nos tribunais, para concretização da política nacional de atenção prioritária ao primeiro grau; 

busca de meios pelos tribunais para tornar mais fácil e eficaz o acesso dos imigrantes à Justiça. 

Dentre as monografias apresentadas, a juíza Roberta Ferme Sivolella ganhou o primeiro lugar com o trabalho: “O papel ético do juiz na sociedade contemporânea: (re)inventar o real ou (re)construir o ideal?”.

HÁ 141 DIAS E O GOVERNADOR NÃO DECIDE

O governador, por motivação política ou por receio de mostrar seu posicionamento, desapareceu com o processo de nomeação de desembargador na vaga do Ministério Público. 

O processo para nomeação foi remetida ao governador pelo Tribunal de Justiça no dia 16 de junho, até hoje, 03/11, passados 141 dias, o governador não cumpre sua obrigação constitucional. 

Washington Araújo Carigé com 33 votos, integra pela segunda vez a lista, sempre o mais votado; segue Júlio Cezar Lemos Travessa, com 31 votos e Márcia Regina dos Santos com 20 votos.

A AMB publicou pesquisa na qual 80% dos magistrados de todos os segmentos do Judiciário manifestam contra o quinto constitucional; dentre as motivações, certamente, contribui a ingerência política, como a que ocorre, neste exata momento, na escolha do membro do Ministério Público, do quinto constitucional. 

E agora tem outra lista, também do quinto constitucional; os três advogados votados pelo Tribunal Custódio Lacerda Brito, 37 votos; Lia Barroso, mais votada entre os advogados, 35 votos e Sérgio Cafezeiro, 26 votos, no dia 23/10 iniciaram a caminhada que não se sabe quando vai terminar: o processos estão engavetados.