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sábado, 7 de agosto de 2021
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 07/08/2021
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 06/08/2021
CACHORRO-QUENTE COMO HONORÁRIOS
Em Reclamação Trabalhista, envolvendo uma hamburgueria e um ex-funcionário, em Cuiabá/MT, em audiência de conciliação por videoconferência, o advogado do Reclamante aceitou, como parte dos honorários sucumbenciais, receber 20 cachorros-quentes, a serem consumidos no local. O chapeiro foi demitido durante a pandemia e recebeu R$ 20 mil em verbas rescisórias em 10 parcelas.
MULTA POR USO DO MANDADO DE SEGURANÇA
A Corte Especial do STJ, aplicou multa de 1% sobre o valor de causa originaria, em São Paulo, à parte autora de Mandado de Segurança, que visa atacar acórdão do Tribunal. O entendimento é de que o uso abusivo do writ pode ser enquadrado como litigância de má-fé, porque caracteriza conduta para resistir injustificadamente ao andamento do processo, na forma do inc. IV, art. 80 do Código de Processo Civil. O ministro Herman Benjamin foi relator e consta no acórdão: "A questão da teratologia imbrica com a da subjetividade. É uma questão delicada, às vezes envolve cassar a decisão de outro colega. A gente viu há pouco tempo a repercussão que isso tem".
SENADO CONTRA BOLSONARO
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em entrevista ao GloboNews, manifestou contra a mudança do voto eletrônico. Disse: "A tese do presidente, a princípio, será vencida, e sendo vencida ele e todos que apoiam essa tese haverão de respeitar". O senador posicionou-se também contra o "Distritão", que prevê mudança no sistema eleitoral. Sobre as últimas declarações do presidente de "antídoto" para a ação até mesmo fora da Constituição, Pacheco classificou de grava e assegurou que "o povo e a história vão julgar e apontar como "inimigos da nação", governantes que não respeitam a Constituição e a harmonia e diálogo entre os poderes.
RACHADINHA RECOMEÇA A TRAMITAR
A desembargadora Maria Augusta Vaz Monteiro de Figueiredo, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mandou notificar os denunciados, no caso das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio, para manifestarem sobre as acusações. Com esta decisão, o processo contra o senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz e outras pessoas, acusados da prática dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa, que estava paralisado face à decisão da 5ª Turma que anulou a quebra do sigilo bancário e fiscal do senador, terá andamento, no Órgão Especial do Tribunal, mesmo porque as provas contra o filho de Bolsonaro não se sustentam somente na movimentação bancária e fiscal, conforme manifestação do subprocurador-geral de Justiça de Assuntos Criminais, Roberto Moura Costa Soares.
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (LXXXI)
MAIS BESTEIRAS
UNIÃO DOS ADVOGADOS DO BRASIL
Esta entidade, desconhecida pela maioria dos advogados, é vista com posições políticas de apoio ao ministro da Defesa, quando lançou Nota contra a CPI da Covid e outras autoridades do atual governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro, no desentendimento com o TSE e o STF. Foi lançado, gratuitamente, uma longa Nota contra a atuação do ministro Luís Roberto Barroso, sem maiores fundamentos, mas alicerçados nas falas, sem provas, de Bolsonaro. Chegam a pregar o "voto impresso com contagem pública total dos votos". Seus membros, ao que tudo indica, nunca acompanharam a apuração de uma eleição, pois buscar "voto impresso com contagem pública de votos" pertence mais ao presidente, que quer confusão na apuração dos votos. Aliás, Jair Bolsonaro, com toda a sua incoerência, em reunião com militares, nos anos 90, defendia veementemente o voto eletrônico. A matéria circula em grupos de Whatsapp, que os bolsonaristas prestigiam.
LIDERANÇAS SOLIDARIZAM COM JUSTIÇA ELEITORAL
Enquanto um grupo de advogados, isoladamente, censuram o TSE e pugnam por "contagem pública de votos", empresários e lideranças de vários segmentos, através de Nota, manifestam apoio ao sistema eleitoral brasileiro. A manifestação do grupo de 260 pessoas diz que a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias. Na lista estão nomes como Nelson Jobim, ministro aposentado do STF, o jurista Joaquim Falcão, vários economistas, como André Lara Rezende, Armínio Fraga, Bresser Pereira, o cardeal Dom Odidlo Scherer, arcebispo de São Paulo, dentre outos.
Jair Bolsonaro está envolvido em três inquéritos: interferência política na Polícia Federal e prevaricação na negociação de vacinas Covaxin, investigado por notícias fraudulentas, ofensas e ameaças a ministros do STF e por acusações infundadas, sem nenhuma prova, contra o sistema eleitoral do Brasil.
É mais um capítulo de interferência de terceiros para aumentar o besteirol!
Salvador, 05 de agosto de 2021.
SÉRGIO CABRAL: SOU O ÚNICO PRESO DA LAVA JATO
Em entrevista à Folha de São Paulo, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, lamentou ser o único preso da Operação Lava Jato, desde novembro/2016, depois da liberdade concedida a empresários, políticos e doleiros, acusados de corrupção, tal como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, é o único político de renome a continuar em prisão fechada. Cabral, com pena de 392 anos, declarou: "Eu estou preso podendo responder em casa, sem ameaçar a sociedade. Há sete anos que eu saí do governo. E não me largam". Declarou que seus antecessores, Moreira Franco, Garotinho e Rosinha e seu sucessor, Pezão todos respondem a processos fora da cadeia.
O ex-governador foi flagrado com R$ 300 milhões em contas no exterior, 150 joias e uma mansão em Mangaratiba. Ele assegura que a Lava Jato "achou em mim um Cristo. O juiz achou em mim uma possibilidade de promoção pessoal. Um desconhecido se tornou pessoa que prendeu Sérgio Cabral." Adiante: "O Supremo Tribunal Federal decidiu que só se deve ser preso com processo transitado em julgado. Estou cumprindo pena de maneira antecipada".
PEC DO VOTO IMPRESSO É DERROTADA POR 23 X 11
A Comissão da Câmara dos Deputados, através de Comissão Especial, rejeitou, ontem à noite, o relatório do deputado Filipe Barros, favorável à PEC do voto impresso. A decisão, 23 votos contra 11, mostra-se como derrota significativa às pregações do presidente Jair Bolsonaro em ataques ao sistema eleitoral brasileiro, aos ministros da Corte e ameaça à Constituição. Os bolsonaristas fizeram manifestação do lado de fora do anexo da Câmara dos Deputados, mas não obtiveram êxito. O presidente da Câmara, mesmo com a derrota acachapante, assegurou que a proposta poderá ser levada para discussão em Plenário e necessitará de 308 votos em votação de dois turnos. Doze partidos orientaram para a rejeição da proposta, que foi adiada em várias oportunidades.
SAIU NO ESTADÃO
O presidente sem freios
Ao fazer ameaça de golpe, Jair Bolsonaro joga fora das “quatro linhas” constitucionais. Desgovernado, ele só vai parar ao colidir contra o muro das instituições

O novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tomou posse na quarta-feira passada apresentando-se como o “amortecedor” do governo perante os demais Poderes. O que falta ao presidente Jair Bolsonaro, contudo, são freios.
Há meses, Bolsonaro vem anunciando que não aceitará o resultado das eleições do ano que vem caso o desfecho lhe seja desfavorável. A desculpa é uma inexistente vulnerabilidade das urnas eletrônicas, que o presidente e sua milícia virtual invocam para questionar o sistema de votação e desde já colocar em dúvida todo o processo eleitoral.
Trata-se de explícita manifestação golpista. A recusa em aceitar o resultado das eleições, mesmo que a lisura da votação seja constatada pela Justiça Eleitoral, é evidente atentado à democracia. O crime é ainda mais grave por ser cometido pelo presidente da República em pessoa, em razão da ressonância que tão elevado cargo político e institucional confere às suas palavras.
Não à toa, pesquisas vêm demonstrando que Bolsonaro conseguiu inocular em parte da sociedade brasileira a toxina da dúvida sobre a validade da votação. Mais do que isso: o presidente está jogando a opinião pública contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, conforme as teorias bolsonaristas, estariam agindo em conluio para prejudicar Bolsonaro e fazer do petista Lula da Silva presidente.
Foi precisamente por essa razão que, na quarta-feira, a partir de notícia-crime encaminhada pelo TSE, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluiu Bolsonaro no inquérito 4.781, que desde 2019 investiga a usina bolsonarista de produção de notícias falsas para desmoralizar o Supremo e o TSE.
Como agora se tornou muito claro, o presidente Bolsonaro integra ativamente essa máquina de desestabilização da democracia. Em um pronunciamento feito há uma semana, Bolsonaro, a título de apresentar “provas” das alegadas fraudes nas urnas eletrônicas, mentiu diversas vezes e usou informações comprovadamente falsas para basear suas denúncias contra o sistema de votação. Na mesma ocasião, apresentou-se como vítima de um complô das Cortes superiores.
Foi esse pronunciamento que motivou a notícia-crime enviada pelo TSE ao STF e que levou o ministro Moraes a, finalmente, incluir Bolsonaro no rol de investigados por suspeita de formação de organização criminosa dedicada a destruir a democracia no Brasil. “Não há dúvidas”, escreveu o ministro em seu despacho, “de que as condutas do presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a democracia.”
A reação de Bolsonaro foi violenta. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o presidente questionou a legalidade da decisão de Alexandre de Moraes, dizendo que se trata de “um inquérito que nasce sem qualquer embasamento jurídico”, pois, segundo sua interpretação, deveria ter sido aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “Ele abre, apura e pune? Sem comentário”, disse Bolsonaro. E acrescentou: “Está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então, o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas da Constituição”.
Em primeiro lugar, não há qualquer ilegalidade na decisão do ministro Moraes. O Supremo tem a prerrogativa de abrir investigação contra o presidente da República. Já o titular da ação penal continua a ser a PGR, e um processo contra o presidente só terá seguimento se houver apoio de dois terços da Câmara. Logo, tudo está sendo feito “dentro das quatro linhas da Constituição”, como gosta de dizer o presidente.
Quem está fora dessas “quatro linhas” constitucionais é Bolsonaro, ao fazer ameaça explícita de golpe de Estado, declarando, com todas as letras, que pode atropelar a Constituição caso não seja feita sua vontade. Para completar, Bolsonaro, como valentão de briga de rua, declarou que “a hora dele (Alexandre Moraes) vai chegar”.
Sem freios, o desgovernado Bolsonaro só vai parar ao colidir contra o muro das instituições democráticas. Que esse muro aguente o tranco.