O ministro aposentado do STF, Carlos Ayres de Britto, classificou de "acintosa" a falta de Jair Bolsonaro no interrogatório, de ontem, na Polícia Federal; trata-se do inquérito que apura o vazamento de informações sigilosas, mas que o presidente divulgou em live. Disse Britto, em entrevista, na noite de ontem: "Não impugnar os termos da intimação que lhe foi feita pelo relator, Alexandre de Moraes, depois de pedir prorrogação, e na última hora dizer que não vai, foi acintoso". A decisão agora deverá ser do colegiado, certamente, intimando, mais uma vez, para Bolsonaro ser interrogado, última etapa do inquérito.
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sábado, 29 de janeiro de 2022
sexta-feira, 28 de janeiro de 2022
CORONAVÍRUS NO BRASIL, EM 28/1/2022
BOLSONARO COM MEDO DE INTERROGATÓRIO
O presidente Jair Bolsonaro demonstra verdadeiro temor e não comparece a interrogatório na Polícia Federal, destinado a apurar suas lives semanais, nas quais ele propagou resultados de inquérito sigiloso e não concluído sobre ataque de hacker contra computadores do TSE; seu depoimento já foi adiado, atendendo ao seu pedido e, minutos antes da nova data, hoje, a Advocacia-geral da União requereu cancelamento da audiência, indeferida pelo ministro Alexandre de Moraes, porque intempestivo, vez que houve concordância com a oitiva, desde o mês de dezembro. Escreveu o ministro na decisão: "A alteração de posicionamento do investigado - que, expressamente, assentiu em depor pessoalmente "em homenagem aos princípios da cooperação e boa-fé processuais" - não afasta a preclusão já ocorrida, pois não tem o condão de restituir o prazo processual para interposição de recurso de uma decisão proferida em 29/11/2021, cuja ciência foi dada à defesa na mesma data e o término do prazo para interposição de eventual agravo regimental encerrou-se em 06/12/2021".
PROCURADOR: INEXISTE CRIME NA CONTRATAÇÃO DE MORO
A Procuradoria-geral do Distrito Federal deu parecer para arquivar investigação da contratação de Sergio Moro com a empresa Alvarez & Marsal, formulado pelo deputado petista Paulo Teixeira. O entendimento do procurador Marcus Marcelus Goulart é de que não há indícios de crime, em contrato privado, celebrado quase dois anos depois que deixou a magistratura. Escreve o Procurador: "A regra geral é a ausência de vedação legal e constitucional ao livre exercício de atividades privadas após o desligamento do serviço público". Prossegue: "Assim, ausente um mínimo de indícios de que o ingresso do representado na Consultoria Alvarez & Marsal seria o recebimento de vantagem indevida decorrente de alegado benefício, concedido 3 anos antes, ao grupo Odebrecht, seus sócios e executivos em acordos de leniência e delações premiadas que culminaram na redução de suas penas criminais e sanções patrimoniais".
FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLAM O JUDICIÁRIO, FEBEAJU (CCLXI)
O imbróglio maior situa-se agora na resistência do governo na vacinação de crianças; em um primeiro momento, exigi-se receita médica para a imunização, mas os questionamentos da comunidade médica provocaram mudanças de atitudes e as crianças estão sendo vacinadas. Todavia, fica a insurgência do presidente que alegou a existência de poucas mortes de crianças para justificar a imunização. Ademais, o presidente já declarou que não vacinará sua filha, de 11 anos, sem considerar o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente que torna obrigatória a vacinação das crianças, nos casos recomendadas pelas autoridades sanitária, de conformidade com o § 1º, art. 14. A exortação das autoridades sanitárias é motivo para os pais vacinarem os adolescentes, segundo estatui a lei. Aliás, Bolsonaro envolveu-se em embate desnecessário com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, exatamente porque o órgão, no final do ano passado, autorizou a imunização de crianças. A renitência à imunização pediátrica é motivo de notícia-crime contra o presidente e o ministro da Saúde, sob fundamento de que as duas autoridades atrasaram na vacinação infantil. O STF encaminhou para a Procuradoria-geral da República manifestar pela eventual prática do crime de prevaricação.
A Procuradoria-geral de Justiça de São Paulo defende a exigência das escolas da carteira de vacinação na matrícula das crianças e o procurador declara tese defendida e aceita, há um ano atrás, no STF, no sentido de que os responsáveis pelos filhos são obrigados a vaciná-los; aduz, para esclarecer que os pais podem perder a guarda dos filhos, diante do descaso no cumprimento da lei e da própria Constituição, ressalvando a restrição à liberdade dos pais, no que diz respeito à saúde infantil. O ministro Lewandowski determinou que os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal fiscalizem o cumprimento da Constituição e do ECA, reforçando assim o argumento do Procurador Mário Sarrubbo. Vale recordar acórdão do STF, no julgamento de caso no qual os pais invocavam convicções filosóficas, religiosas, morais e existenciais para deixar de vacinar os filhos: "É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações, ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, Estado, Distrito Federal ou Município, com base em consenso médico-científico". Adiante: "Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar".
O FEBEAJU está infestado pela ignorância!
Salvador, 28 de janeiro de 2022.
INTERROGATÓRIO DE BOLSONARO
Depois de um ano da abertura do inquérito que apura vazamento de dados sigilosos na investigação da Polícia Federal, o presidente será ouvido hoje pela Polícia Federal. Trata-se do caso de acesso e divulgação de informações sobre o ataque dos hackers ao sistema do TSE; naquela oportunidade, o presidente utilizou dados dos hackers para assegurar fraude na eleição de 2018. Outro fato que está sendo apurado é como o deputado Filipe Barros, relator da PEC do voto impresso, tomou conhecimento do caso, que tramitava em sigilo na Polícia Federal. Este interrogatório do presidente já sofreu adiamento, porque marcado incialmente para 29 de novembro, adiado face a pedido do presidente; outro requerimento, às vésperas do interrogatório, foi no sentido de o presidente não ser interrogado, como ele mesmo decidiu anteriormente.
PROCESSO CONTRA PROCURADORA
O Conselho Nacional do Ministério Público abriu processo administrativo disciplinar contra a promotora Ediene Lousado, denunciada na Operação Faroeste, por envolvimento em fatos relacionados com o afastamento e prisão de desembargadores e juízes da Bahia. O voto para a providência contra a procuradora foi de autoria do corregedor nacional, conselheiro Marcelo Weitzel, que propôs a pena de demissão. A procuradora chefiou o Ministério Público da Bahia entre os anos de 2016 a 2020 e está afastada do cargo desde dezembro/2020, suspeita de vazar informações do órgão.
Ediene teve seu nome aprovado para conselheira do CNMP, em sabatina no Senado, mas a revelação das denúncias paralisou o processo e ela renunciou à indicação, em dezembro/2020. A denúncia apresentada pela Procuradoria-geral da República incrimina a procuradora pela prática dos crimes de advocacia administrativa e violação de sigilo funcional.
MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 28/1/2022
CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF
Ministério da Saúde continua colocando obstáculos à vacinação infantil
Depois de revogar prescrição para a imunização pediátrica, ministério volta a sugerir que pais ou responsáveis consultem médicos antes de os filhos receberem as doses. Nota tenta dar respaldo técnico à não obrigatoriedade da aplicação
Moraes manda Bolsonaro depor nessa sexta à Polícia Federal
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
Governadores fazem acenos a policiais para se contrapor a Bolsonaro nas eleições
Agentes de segurança são apontados como uma das bases de apoio do presidente
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
Eleições terá ferramenta para denunciar disparos em massa no Whatsapp
A ferramenta será uma versão melhorada de um serviço que funcionou nas eleições municipais de 2020
CORREIO DO POVO
Brasil bate recorde de novos casos de Covid-19, com 228.954 em 24h
Mais de 21,7 milhões de pessoas já se recuperaram da Covid-19; média móvel de novos casos é de 168.514 nos últimos 7 dias
CLARIN - BUENOS AIRES/ARG
Pandemia
Coronavirus: España endurece las restricciones para el ingreso de turistas argentinos
Sólo podrán ingresar los que estén vacunados. Qué pasa con quienes recibieron Sputnik V.
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
"Pelo menos 99 deputados". A previsão de Rui Rio para travar maioria de Costa
Previsão colocaria PSD próximo dos resultados de Passos Coelho, em 2011. PS quer a "maioria absoluta", nove deputados é a "surpresa" do CDS, Livre tem a meta nos três, IL nos cinco, BE quer continuar o 3º. partido, PCP quer "reforçar" e Ventura sonha com "presença" no governo.
ATOS DO PRESIDENTE
PROCURADOR É DEMITIDO POR PAGAR OUTDOOR
O Conselho Nacional do Ministério Público rejeitou recurso do procurador Diogo Castro de Matos, punido com demissão do cargo; o "grave crime" do procurador foi financiar um outdoor em defesa da Lava Jato e ele não negou o fato. A punição já havia sido aplicada, em outubro, por 6 votos contra cinco, mas no recurso o placar foi de 10 votos contra 1. O voto contrário do conselheiro Antônio Edílio Magalhães Teixeira apontou que não existe "falta funcional", vez que a ocorrência deu-se "fora do exercício da sua função pública em investigações e processos" e "sem envolver recursos públicos"; assegurou o conselheiro que a mais alta pena prevista mostra-se "desproporcional". Tudo originou-se de providência do então corregedor nacional, Rinaldo Reis que entendeu tratar-se de indícios de "improbidade administrativa".