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terça-feira, 15 de agosto de 2023

DESMANTELO NA PROCURADORIA RESPINGA NO STF

O STF rejeitou, ontem, 14, denúncia da Procuradora-Geral da República contra o "quadrilhão do Mensalão no MDB", no Senado. Trata-se das propinas relacionadas com contratos envolvendo a Petrobras e a Transpetro, entre os anos de 2004 e 2008; essas avenças, com a interferência dos parlamentares, provocaram prejuízos para a empresa petrolífera no montante R$ 5,5 bilhões e na subsidiária Transpetro de R$ 113 milhões. O voto dado pelo novo ministro de Lula, Cristiano Zanin, é inconcebível porque o novo ministro atuou nos processos da Lava Jato e caberia sua própria alegação de suspeição. 

Os senadores Renan Calheiros e os ex-senadores Romero Jucá, Valdir Raul, Jader Barbalho, Edison Lobão, José Sarney e Sérgio Machado receberam atestado de honestidade conferido pelo STF. Eles foram denunciados por associação criminosa. A vice-procuradora Lindôra Araújo, em 2022, depois de cinco anos da apresentação da denúncia, pediu rejeição da denúncia da própria Procuradoria, apresentada em 2017, alegando falta de provas, quando o então procurador Rodrigo Janot mostra as ações ilícitas. Os contratos com as empresas eram direcionados para grupos econômicos que, em contrapartida, repassavam para os parlamentares propinas, que chegaram a R$ 864 milhões. 

 

CORPO DE PROFESSORA CARBONIZADO

O corpo da professora Vitória Romana Graça, 26 anos, foi encontrado carbonizado, em Senador Camará, zona Oeste do Rio de Janeiro, por familiares e amigos. As suspeitas do bárbaro crime recaem sobre Paula Custódio Vasconcelos, 33 anos, e sua filha, 14 anos, que sequestraram e queimaram o corpo da professora. A mãe foi presa em flagrante, no sábado, 12, e a filha foi apreendida, quando tentavam fugir. Na audiência de custódia, realizada no domingo, 13, no presídio José Frederico Marques, em Benfica, a prisão da mulher foi convertida em prisão em flagrante. O juízo, na audiência, escreveu na decisão: "Como se vê, a gravidade dos fatos é extremamente acentuada, tendo em vista a gravidade em concreto do crime, que revela a extrema periculosidade da custodiada e inadequação ao convívio social". 

A professora era suspeita de manter relacionamento amoroso com a filha de Paula, e terminou o namoro face à idade da menor. Vitória, enquanto namorava com a adolescente, ajudava a família financeiramente, e suspendeu depois da ruptura do relacionamento. A vítima foi convidada para ir à casa de Paula, onde foi sequestrada, morta e canonizada. Consta ainda que a família da vítima recebeu pedido de resgate, foram feitas transferências de valores, mas não evitou a morte da professora. A mulher, acusada, responde por crime de roubo, condenação à seis anos de prisão, datada de 2014 e o mandado estava sem cumprimento.     

 

SAIU NO BLOG (VII)

VIDA DE JUIZ (II)

Depois das homenagens que prestamos, em novembro, ao juiz Odilon de Oliveira, que se destacou no combate ao crime organizado no Mato Grosso do Sul, nada mais justo que encerrar o ano com louvores ao juiz Sérgio Fernando Moro. 

Sergio Fernando Moro nasceu em Maringá, PR, onde se formou em Direito; é filho de um professor e casado com Rosangela Wolff de Quadros Mora, advogada; pai de dois filhos, é discreto, não gostava de festas, nem dos movimentos estudantis. Aos 24 anos, em 1996, tornou-se juiz federal, titular da 13ª Vara da Justiça federal, especializada em crimes de lavagem de dinheiro; ia de casa para o fórum de bicicleta, suspendendo, a pedido da família, quando passou a usar seu Fiat Idea 2005. É professor na Universidade do Paraná e já precisou de seguranças para ministrar aulas. 

A formação acadêmica de Moro inclui dois anos de estudos na Harvard Law School - Universidade de Harvard - nos Estados Unidos. Participou de programa do Departamento de Estado norte-americano, com visitas a agências que combatem a lavagem de dinheiro. No seu trabalho incentiva as técnicas do direito americano, como a delação premiada, infiltração de agentes e quebra de sigilo, com o objetivo de descobrir a verdade real. 

Moro escreveu, em 2011, um livro, “Crimes de Lavagem de Dinheiro”. 

A ministra Rosa Weber convocou-o para auxiliá-la no STF, por ocasião do processo do mensalão, depois que o juiz destacou-se, em 2004, na operação Farol da Colina, que causou a prisão temporária de 103 suspeitos de evasão de divisas, sonegação, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Antes, conduziu o caso Banestado, que resultou na condenação de 97 pessoas, responsáveis pelo sumiço de R$ 28 bilhões, entre eles Alberto Youssef. 

Em maio, o ministro do STF, Teori Zavascky relaxou a prisão do ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, preso por Sergio Moro, que enviou oficio, alertando o ministro sobre a possibilidade de fuga. Logo depois, o ex-diretor foi encarcerado novamente.

A presidente Dilma Rousseff indignou-se com a realização de audiências do processo Lava-Jato, durante os debates da campanha eleitoral, principalmente porque as acusações e apurações voltavam mais para membros do seu partido. O presidente do Tribunal Regional Federal, 4ª região, desembargador Tadaagui Hirose, saiu em defesa do magistrado e ninguém entendeu o aborrecimento desmotivado da Presidente, pois as audiências, no Judiciário, não suspendem durante o período eleitoral. 

O ex-ministro Joaquim Barbosa, responsável pela crença do povo de que os poderosos também podem ir para a cadeia, foi relator do processo do mensalão e destratado por militantes do PT que nunca se conformaram com as condenações e prisões de seus principais líderes; o procurador-geral, Roberto Gurgel, na condição de autor dos pedidos de condenação e prisão da cúpula do partido, sofreu ameaças, inclusive, com processo de impeachment. 

Agora é a vez do juiz Sergio Moro, personalidade do ano de 2014. É um magistrado teimoso, técnico, frio, competente e não muito afeito a dar entrevistas. Escreveu ser “ingenuidade pensar que processos criminais eficazes contra figuras poderosas, como autoridades ou empresários, possam ser conduzidos normalmente, sem reações”.

Sua atuação como magistrado na operação Lava-Jato contribui bastante para o êxito das descobertas e punições de políticos e empresários. Os advogados não se conformam com o desempenho do magistrado e querem afastá-lo para impedir o avanço das investigações, nos processos, que correm na Justiça federal do Paraná. Nessa tentativa já perderam inúmeros recursos, principalmente, porque os ministros conhecem o magistrado e sabem de sua retidão e competência. 

“Os advogados não estão acostumados com a dureza da lei. Antigamente, entravam com habeas corpus e horas depois os clientes estavam soltos. O mundo mudou. Só que eles ainda não perceberam isso”, diz um magistrado da área de crimes financeiros. 

A apuração das investigações contra os políticos deixará o Paraná e seguirá para Brasilia, onde o foro privilegiado indica o caminho do STF para continuidade dos processos. 

A corrupção política no Brasil assemelha-se muito à Operação Mãos Limpas na Itália, iniciada em 1992, com a participação da magistratura, do Ministério Público e da Polícia; foram investigados 6 mil pessoas, expedidos 3 mil mandados de prisão, presos 872 empresários, muitos ligados à petroleira estatal, além de 438 parlamentares. O primeiro-ministro Betino Craxi teve de asilar-se, ainda que voluntariamente. Os partidos Socialista e a Democracia Cristã, maiores participantes, praticamente foram destruídos.

Salvador, 31/12/2014.

Antonio Pessoa Cardoso.
PessoaCardosoAdvogados

 

TRUMP É RÉU PELA QUARTA VEZ

O ex-presidente Donald Trump tornou-se ontem, 14, réu pela quarta vez, nos Estados Unidos. Trata-se do processo criminal no qual ele e auxiliares são acusados pela violação da de leis eleitorais do Estado, usadas o contra o crime organizado,  de interferir no resultado das eleições da Geórgia, onde foi derrotado pelo presidente Joe Biden, por pequena diferença, 0,02 ponto percentual. Nesta ação estão incluídos o ex-advogado e ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani; o ex-chefe de seu gabinete, Mark Meados, além de mais 16 aliados de Trump. Anteriormente, na terceira denúncia, ele foi denunciado por tentativa para reverter o resultado do pleito de 2020. 

Nas investigações, em janeiro/2021, em gravação da conversa de Trump, em uma delas ele diz para a autoridade eleitoral da Geórgia, secretário de Estado Brad Raffensperger: "Veja, tudo o que quero é isso: encontrar 11.780 votos, um a mais do que temos (de diferença). Porque nós ganhamos a Geórgia". O secretário respondeu para Trump: "Bem, sr. presidente, o desafio que o senhor tem é que os dados que o senhor tem estão errados". Em outra mensagem para o governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, em 1º de dezembro/2020, Trump pede para ele "fazer algo", a exemplo de cancelar a eleição. "Você permitiu que o seu estado fosse enganado".       

 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 15/08/2023

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Trump é indiciado por tentar interferir 

nas eleições de 2020 na Geórgia

Essa é a quarta acusação contra o ex-presidente, atualmente favorito 

à indicação republicana nas eleições presidenciais de 2024

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Economia

Calçados, carros, linha branca: 

indústria brasileira teme 'efeito 

Milei' nas vendas para a Argentina

Crise econômica prolongada do país vizinho vem reduzindo exportações ao 

3º maior parceiro do Brasil

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Bolsonaro simulou atrito com TCU 

para ganhar tempo e resgatar joias 

nos EUA

Defesa do ex-presidente, em março, atribuiu à corte de contas demora 

na entrega de presentes, hoje investigada pela PF


TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR 

Bruno rebate oposição e cita pedido 

de empréstimo de Jerônimo

Bruno Reis reiterou a maneira pela qual pretende utilizar os recursos 

e enfatizou o desejo de obter aprovação por parte dos edis, 

incluindo o apoio dos críticos

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Coaf aponta movimentação suspeita de R$ 3,3 milhões, por sargento auxiliar de Bolsonaro

Luis Marcos dos Reis teria repassado parte dos recursos ao tenente-coronel Mauro Cid

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Férias em Portugal nunca pesaram tanto no bolso 

com preços recorde no alojamento 

Nunca foi tão caro fazer turismo no país. Pernoitar num hotel ou Alojamento 

Local custou mais 11,6% no primeiro semestre do ano. Lisboa e Algarve 

são as regiões mais caras.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

RADAR JUDICIAL

LULA PERTURBA A POLÍCIA FEDERAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva perturba o trabalho sério da Polícia Federal, principalmente os delegados que atuaram na Lava Jato. Os agentes do órgão temem retaliação do presidente. Os Delegados da Polícia Federal emitiram Nota na qual defendem a "autonomia funcional e investigativa da categoria, reforçando que a atuação da PF é embasada nas leis e na Constituição". A Crusoé de O Antagonista, escreveu: "O tipo e relacionamento que Lula e seu governo pretendem estabelecer com a PF ainda suscita interrogações. Depois de desautorizar o Diretor Geral Andrei Passos no episódio que envolveu Sérgio Busato, como relatado acima, o presidente o convidou, recentemente, para viajar com ele. Enquanto isso, Flávio Dino tem deixado vazar informações sobre inquéritos em andamento, como registrou o jornal Folha de S. Paulo nesta semana. No final de junho, Dino disse que em breve haveria "novidades" em relação ao caso Marielle Franco. Semanas depois, a PF prendeu um dos suspeitos de ter envolvimento direto no assassinato da ex-vereadora".  

MOTIVAÇÃO PARA QUEBRA DE SIGILO

A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro, sob suspeita de que o ex-presidente usou a estrutura do governo para desviar presentes de alto valor, recebidos de autoridades estrangeiras, durante sua permanência no Planalto. O ministro Alexandre de Moraes já autorizou a quebre no que se refere a Bolsonaro, mas ainda apreciará sobre a esposa, Michelle. A ação policial, denominada de Lucas 12:2, poderá resultar na acusação de Bolsonaro como líder de organização criminosa. Estão envolvidos na Operação o general do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, o advogado Frederick Wassef e Osmar Crivelatti, tenente do Exército, que atuou como ajudante de ordens da Presidência. A Polícia Federal já concluiu que Bolsonaro desviou bens públicos para enriquecimento pessoal e agora trabalha para mostrar o recebimento de dinheiro pela venda desses bens. Já se sabe que as joias saíram do Brasil no avião presidencial para serem vendidas nos Estados Unidos. 

TERCEIRO ADVOGADO DE MAURO CID

O advogado Bernardo Fenelon, segundo a assumir a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, no governo Bolsonaro, deixou o encargo, antes sob os cuidados do criminalista Rodrigo Roca, e ainda não se sabe qual será o terceiro advogado a atuar nos processos contra Mauro Cid, preso desde 3 de maio, por participação no desvio e venda de joias recebidas pela Presidência, além de adulteração de certificados de vacina. Fenelon deixa a defesa de Mauro Cid, por "quebra de confiança", segundo a jornalista Andréia Sadi, no seu blog.  

EMPRÉSTIMO CONSIGNADO: MULTA

 A Câmara dos Deputados aprovou projeto que fixa multa para instituições financeiras se realizarem empréstimos consignados sem autorização expressado do beneficiário do INSS ou de servidor público. Depende de votação do senado para seguir à presidência e transformar em lei. A mesma regra será aplicada para operações de financiamento, cartão de crédito, cartão consignado de benefício ou arrendamento mercantil e a multa será de 10%.  

TRIBUNAL CASSA MANDATO DE GOVERNADOR

O Tribunal Regional Eleitoral, por quatro votos contra três, manteve hoje, 14, a cassação do mandato do governador do estado de Roraima, Antônio Denarium, que está no comando da unidade federada, depois de reeleito. Trata-se de distribuições de cestas básicas no período eleitoral de 2022, quando o número de beneficiários do programa passou de 10 para 50 mil. O governador é aliado de Bolsonaro e em Roraima o ex-presidente obteve a maior votação. Denarium permanecerá no cargo até que haja o trânsito em julgado, com decisão do TSE, se houver recurso. 

COMPLICA SITUAÇÃO DO ADVOGADO FREDERICK

O advogado Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, complicou com a descoberta de recibo de recompra do relógio Rolex nos Estados Unidos, assinado por ele, referente à oferta do governo saudita. Bolsonaro recebeu os presentes na viagem oficial de 2019 e os policiais federais concluíram que Wassef foi convidado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, para fazer a "operação resgate" do kit de joias, exigida pelo Tribunal de Contas da União. O Rolex foi vendido à empresa Precision Wathces, por Cid em junho/2022, e recuperada em 14 de março do mesmo ano.  

Wassef compareceu à imprensa e desmentiu categoricamente qualquer participação no imbróglio, classificando as acusações de tentativa de desmoralizá-lo. 

Salvador, 14 de agosto de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 


DEFENSORIAS CONTRA CNJ

As Defensorias Públicas de todos os estados do Brasil remeteram ao STF requerimento para ingressar como amigos curiae em Ação Declaratória, ADI, que trata da desativação dos hospitais de custódia do país, os manicômios judiciários, prevista para acontecer até o mês de maio/2024. A providência originou-se do CNJ, em cumprimento da Lei Antimanicomial, de 2001, que manda sejam atendidas as pessoas com transtornos e doenças mentais, quando cometerem crimes, pela Rede de Atenção Psicossocial, RAPS. A ADI diz que o dispositivo da Lei Antimanicomial implica em "usurpação de competência legislativa dos entes federativos pelo CNJ", enquanto as Defensorias asseguram que ocorre o inverso, porque implicará "em profundos retrocessos em termos de direitos fundamentais...".

Segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais, de dezembro/2022, 832.295 pessoas estão presas no Brasil, das quais 1.869 são internos em medida de segurança em hospitais de custódia. A Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo posicionam-se contra a proposta de desativação, de conformidade com manifestação do CNJ.  

 

EMPRESAS INUNDAM O MERCADO COM CURSOS DE MEDICINA

A Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, SERES, não sabe informar quantos processos de abertura de cursos de medicina foram iniciados, através de liminares, sendo que o STF, através de liminar do ministro Gilmar Mendes, determinou interrupção de todos eles. O Ministério da Educação mostra-se sem entender como cumprir decisão do ministro Gilmar Mendes, determinando a interrupção, e assegurando que os novos cursos devem seguir as regras do programa Mais Médios, de 2013, com o modelo de chamamentos públicos; a manifestação ainda não foi ratificada pelo colegiado. Os denominados chamamentos públicos dizem sobre os locais onde devem ser abertos os cursos para atender à falta de médicos. Essa sistemática foi suspensa em 2018, para abertura de novos cursos. É que as empresas tem vivo interesse em inundar o mercado com cursos de medicina, vez que cada cem vagas importa em R$ 200 milhões, face às altas mensalidades.     

O atual governo publicou, em abril, portaria, onde manda seja retomado o modelo de chamamentos, todavia, ainda não houve a publicação dos editais. Nesse período, surgiram inúmeras liminares para obrigar o MEC a abrir novos cursos de Medicina. Só no mês de março o total de pedidos, com liminares concedidas, ultrapassou a 223. Isso resulta em 32.051 novas vagas, além de novos requerimentos, 22. O total de médicos no Brasil, atualmente, é de 502.475, e a média de profissionais por mil habitantes situa-se em 2,4, bem próximo do registrado em países ricos. O problema é que a maioria desses profissionais estão no Rio de Janeiro, 3,7 por mil, enquanto no Maranhão, 0,8 por mil habitantes.       



JUSTIÇA DO TRABALHO DESAFIA STF

Há verdadeira guerra entre a Justiça do Trabalho e o STF. É que os ministros reconheceram "terceirização irrestrita, ministros negam vínculo de emprego a profissionais que atuam como pessoas jurídicas", enquanto juízes, desembargadores e ministros do TST investem contra decisões do STF. A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, ANAMATRA, classifica de "abalo" decisões do STF. O ministro Gilmar Mendes declarou: "ao fim e ao cabo, a engenharia social que a Justiça do Trabalho tem pretendido realizar não passa de uma tentativa inócua de frustrar a evolução dos meios de produção". Mendes cassou o vínculo de emprego de um advogado a um escritório de advocacia e a ação tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, Minas Gerais. Também o ministro Roberto Barroso classificou de desrespeito ao STF, em reclamação conta o TST e o TRT-14, caso envolvendo uma advogada autônoma e um escritório de advocacia. Escreveu Barroso: "A decisão reclamada ofendeu o decidido nos paradigmas invocados (jurisprudência) nos quais se reconheceu a licitude de outras formas de organização da produção e de pactuação da força de trabalho".

A Corte tem recebido muitas reclamações, originadas principalmente de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, contra sentenças trabalhistas, porque contrária à jurisprudência do STF. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes derrubou vínculo de emprego entre um motorista de aplicativo e uma plataforma e remeteu o caso para a Justiça comum. Não é uniforme o entendimento tal como Mendes e Barroso, por o ministro Luiz Fux retrocedeu em um caso de pejotização, que é a contratação de profissional como pessoa jurídica, não física, unipessoal; os ministros Edson Fachin e Rosa Weber defendem manter as decisões trabalhistas contra a pejotização. O vínculo de emprego entre um médio e um hospital foi derrubado pela Corte, apesar do voto contrário do ministro Edson Fachin. Outros casos têm ocorrido, mostrando o desencontro de entendimentos entre o STF e a Justiça do Trabalho.     

METAIS NA LUA

Os Estados Unidos, China, Índia e Rússia buscam ouro e outros metais na Lua, distante da Terra 384.400 quilômetros. Os entendidos acreditam que a Lula resultou de uma explosão entre algo muito grande com a Terra e os distritos formaram a Lua. A temperatura na Lua é variável entre 127ºC, no sol, e -173ºC, na escuridão. Em 2008, uma missão indiana Chandrayaan-1 descobriu moléculas de hidroxila espalhadas no solo lunar, tornando o primeiro encontro de água. Por outro lado, a NASA diz que no solo lunar há o hélio-3, que é um isótopo de hélio, muito raro na Terra, e calcula a presença de um milhão de toneladas dele na Lua. Acredita-se que esse isótopo pode fornecer energia nuclear em um reator de fusão, sem causar resíduos perigosos. Outros metais que poderão servir ao mundo, originados da Lua: escândio, ítrio e os 15 lantanídeos, usados em smartphones, computadores e tecnologias avançadas.  

O trabalho para obtenção dos metais existentes na Lua, de início, será através dos robôs, mas, com continuidade, o homem poderá trabalhar, vez que há água nesse satélite natural da Terra. Existe um Tratado do Espaço Exterior, de 1966, da ONU, responsável pela afirmação de que nenhuma nação poderá reivindicar soberania sobre a Lua ou outros corpos celestes, assegurando que a exploração do espaço deve ser realizada em beneficio de todos os países. Outro Acordo da Lua, celebrado em 1979, diz que nenhuma parte da Lua "se tornará propriedade de qualquer Estado, organização internacional intergovernamental ou não governamental, organização nacional ou entidade não governamental, ou de qualquer pessoa física", apesar de não ter sido ratificado pelas maiores potências da Terra.