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sábado, 23 de setembro de 2023

PROCURADORIA RECORRE DE DECISÃO DE TOFFOLI

A Procuradoria-geral da República ingressou com recurso contra a decisão estapafúrdia do ministro Dias Toffoli, do STF, sobre a anulação do acordo de leniência celebrado com a empreiteira Odebrecht. A decisão de Toffoli foi sustentada na falta de informações do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, DRCI, acerca de eventual pedido de cooperação a outros países. Inicialmente, o ministro da Justiça, Flávio Dino informou não ter encontrado registros de tratativas para o acordo pelos canais oficiais; posteriormente, o DRCI corrigiu para afirmar que foi encontrado pedido da Lava Jato para fazer a cooperação internacional. Com esta e outras violações ao direito, na decisão do ministro a Procuradoria quer anular não o acordo de leniência, mas a decisão do ministro.  

 

PROCURADORIA FAZ ACORDO COM GOLPISTAS

A Procuradoria-geral da República comunicou ontem, 22, que promoveu acordo com os golpistas do 8 de janeiro evitando a persecução penal. Os réus deverão confessar o cometimento dos crimes, assumem obrigações de prestação de serviços comunitários, participação em cursos sobre democracia e proibição de manutenção de contas abertas em redes sociais, além de multa. São 300 horas de serviços comunitários e carga mensal de 30 a 60 horas. O curso presencial terá carga de 12 horas em quatro módulos de 3 horas e será disponibilizado em formato audiovisual pela Procuradoria. O total de 301 dos 1.125 denunciados manifestaram interesse em assinar o termo. 

O acordo resultou de pedido da Ordem dos Advogados do Brasil, mas ainda depende do posicionamento do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A Procuradoria informou que "no caso dos 10 primeiros acordos, as multas variam entre R$ 5 mil e R$ 20 mil". Outra exigência é que os denunciados não mantenham redes sociais abertas, do momento da celebração até o cumprimento integral do Acordo de não Persecução Penal, ANPP. Homologado o acordo as ações penais ficam suspensas até cumprimento das cláusula do ajuste. Estão fora do acordo os executores dos ataques às sedes dos Três Poderes.  

 

CNJ REJEITA TRANSPARÊNCIA

O CNJ formou maioria, na terça-feira, 19, para rejeitar resolução que visava oferecer mais transparência à atividade dos juízes e possibilitar maior controle sobre a participação dos magistrados em eventos patrocinados por entidades privadas. Uma minuta sobre o assunto foi apresentada pelo relator, conselheiro Luiz Philippe Vieira de Mello, quando o corregedor nacional, ministro Luis Felipe Salomão, pediu vista; voltou com voto divergindo do relator e foi acompanhado por sete conselheiros, formando maioria. Salomão é presidente do Conselho Editorial da revista "Justiça & Cidadania", responsável por organizar eventos de magistrados em resorts e hotéis de luxo no Brasil e no exterior e no seu voto disse que "não podemos criar causas de impedimento e suspeição, além das que existem em lei". O relator respondeu: "No momento em que eu participo de uma atividade que é financiada por uma empresa privada, estou tendo oportunidade de estar próximo da parte, que a outra parte não terá". 

A resolução que foi vetada obrigava também os magistrados a terem agenda pública e a informar variações patrimoniais superiores a 40% da remuneração no exercício anterior. Anteriormente, em 2016, sob recomendação do então presidente, ministro Ricardo Lewandowski, o CNJ, decidiu impor sigilo aos cachês recebidos por magistrados em palestras.  


 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 23/09/2023

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

TSE forma maioria para manter a inelegibilidade 

de Jair Bolsonaro

Defesa do ex-presidente apresentou um recurso para tentar reverter 

a condenação da Justiça Eleitoral. Julgamento está no plenário virtual 

da Corte e poderá ser votado até 28 de setembro

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

Agência espacial indiana perde contato com sonda 

Chandrayaan-3, a primeira a pousar no polo sul 

da Lua

Após duas semanas de captação de imagens e dados, o módulo foi colocado 

em 'modo de suspensão' para recarregar as baterias durante o anoitecer lunar, 

mas seu sinal foi interrompido e ainda não retornou

FOLHA DE SÃO PAULO

CNJ tem maioria contra limitar 

participação de juízes em eventos

Proposta para controlar atividades de magistrados tem 

5 votos a favor e 8 contra; só falta Rosa votar


TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BAHIA

CGU identifica uso indevido de auxílios 

no governo Bolsonaro 

De acordo com o parecer, em torno de R$ 8 milhões foram 

utilizados indevidamente em descontos sobre o benefício 

de famílias do antigo programa.

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

CNJ abre processo disciplinar contra Moro e desembargadores do TRF4

Processo vai apurar a suposta violação do dever de transparência


DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT

Maioria dos portugueses teme falta de água 

e alimentos no futuro

Nove em cada dez inquiridos pela Aximage afirma que as alterações climáticas 

são uma realidade comprovada e consideram que a crise climática é uma das 

maiores ameaças do século XXI.



sexta-feira, 22 de setembro de 2023

BAHIA NO CNJ

O desembargador e corregedor-geral do Tribunal de Justiça da Bahia, Edivaldo Rocha Rotondano, foi indicado pelo STF para conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, CNJ. É a primeira vez que um magistrado do Estado ocupa tão significativa missão na Justiça do país. O magistrado atribui sua indicação ao trabalho desenvolvido na Corregedoria, que repercutiu com a visita da presidente, Rosa Weber, que presenciou a luta de Rotondano na Justiça da Bahia. Ele será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça no Senado Federal, depois seu nome será submetido ao Plenário e, finalmente, será nomeado para ocupar a cadeira no CNJ, pelo período de dois anos. As inscrições para o cargo foram abertas no mês de agosto.

Rotondano, aprovado em concurso público para o Ministério Público Estadual, em 1984, exerceu inicialmente o cargo de promotor nas comarcas de Casa Nova, São Francisco do Conde, Vitória da Conquista e Camaçari; foi promovido a procurador de justiça do Estado. Em abril/2016, pelo quinto constitucional, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia. Eleito para o biênio 2022/2024 exerce a função de corregedor-geral de Justiça e tem merecido destaque pelo seu trabalho em vários segmentos do Judiciário, inclusive na regularização fundiária, nas comarcas de entrância final.      



RADAR JUDICIAL

PERMUTA ENTRE MEMBROS DO MP

Em Ação Direta de Inconstitucionalidade, requerida pela Procuradoria-geral da República, o plenário virtual do STF julgou inconstitucional a Lei Complementar 653/2019, do Rio Grande do Norte que autorizava permuta entre membros dos Ministérios Públicos dos estados e do Distrito Federal. O ministro Kassio Nunes Marques, como relator, assegurou que semelhante ao Judiciário, o Ministério Público tem caráter nacional e a prevalecer a lei haveria desrespeito à forma federativa adotada pela Constituição e a autonomia dos entes políticos. O concurso público ao qual os membros do Ministério Público submetem-se impedem a permuta sem concurso, face ao princípio federativo e autonomia administrativa. Ademais, invocou a Súmula Vinculante 43 que considera inconstitucional "toda modalidade de provimento que permita a investidura em cargo que não integra a carreira na qual estava anteriormente investido sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento".   

EX-MINISTRO DO STF É CONDENADO

O ex-ministro aposentado do STF, Joaquim Barbosa, teve a condenação por danos morais mantida pelo STF, ontem, 21. Inicialmente, o ministro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Trata-se de resposta ao jornalista Felipe Recondo, diretor de conteúdo do site Jota, em entrevista, em 2013, quando Barbosa interrompeu à pergunta para dizer: "Me deixa em paz. Vá chafurdar no lixo, como você faz sempre". Além disso, o ministro chamou o jornalista de "palhaço". A condenação foi fixada em R$ 20 mil e o próprio ministro terá de pagar e não a União". Na época, a assessoria do Supremo publicou Nota na qual o ministro pedia desculpas. 

STF MANTÉM DIREITOS POLÍTICOS DE DILMA

O STF, no plenário virtual, formou maioria, seis a zero, para garantir os direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff, que ocupa, atualmente o cargo de chefe do Banco de Desenvolvimento do BRICS; a votação encerra na noite de hoje, 22, e já votaram os ministros Rosa Weber, relatora, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Dias Toffoli e Cristiano Zanin. Trata-se do processo de impeachment, quando foi votada separadamente a cassação e a manutenção da ex-presidente de exercer cargos públicos. O placar situa-se em 6 votos favoráveis à Dilma. O entendimento é de que a matéria é de caráter político e não cabe ao STF interferir na decisão do Senado. 

CORREGEDORIA FARÁ CORREIÇÃO

A Corregedoria-Geral do Ministério Público da Bahia marcou as Correições Ordinárias em 20 unidades do órgão para o período de 11 a 31 de outubro próximo. Os trabalhos ocorrerão nas unidades especializadas em meio ambiente, criminal, segurança pública, justiça militar e de família, além de eleitoral, em 13 promotorias de Salvador, mais Jequié e Senhor do Bonfim.

DEPUTADO É RÉU POR EXPOR ADOLESCENTE

O deputado federal Nikolas Ferreira tornou-se réu por expor caso envolvendo vídeo de uma adolescente trans, usando o banheiro feminino de escola particular, em Belo Horizonte. A denúncia oferecida pelo Ministério Público de Minas Gerais foi recebida por uma juíza do Tribunal local. A promotoria acusa o parlamentar de cometimento do crime de homotransfobia, de conformidade com a Lei do Racismo. O Ministério Público não aceitou a proposta da magistrada de Acordo de Não Persecução Penal, e o processo vai continuar. A Promotoria pugna pela perda do mandato do deputado, cassação dos seus direitos políticos e indenização por dano moral coletivo, em cem salários mínimos.  

JUSTIÇA BUSCA SOLUÇÃO PARA EXECUÇÃO FISCAL

Em Seminário Eficiência da Execução Fiscal, realizado na quinta-feira, 21, na sede do CNJ, buscou-se solução para agilizar os processos de execução fiscal. Representante do ministro Roberto Barroso, próximo presidente da Corte e do CNJ, declarou que o tema das execuções fiscais será prioridade da nova gestão. Ele declarou que o Justiça em Números, relativa ao ano-base 2022, aponta que um terço dos processos pendentes na Justiça são de execução fiscal. O juiz Frederico Montedonio Rego informou que 85% desses processos pertencem à Justiça estadual e apenas 15% à Justiça Federal; disse ainda que deste total, 45% tramitam na Justiça paulista.   

Salvador, 22 de setembro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 


 

PRESIDENTE ANTECIPA VOTO SOBRE ABORTO

A ministra Rosa Weber, presidente do STF, foi a primeira a votar no Plenário virtual, iniciado hoje, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, apresentado pelo PSOL no ano de 2017. Logo em seguida, o ministro Roberto Barroso pediu destaque, importando em passar a continuidade da votação para o plenário presencial. O voto da presidente foi no sentido de descriminalização do aborto nas 12 primeiras semanas de gestação e o fundamento é de que "não existem consensos sobre início da vida humana no campo da filosofia, da religião e da ética, nem da ciência". O assunto passou a ser tema bastante discutido no Congresso e nas redes sociais. Na próxima semana, o senador Rogério Marinho apresentará projeto para o caso ser solucionado através de plebiscito; ele já conta com as assinaturas necessárias para apresentar a proposição, mas para ser aprovada a consulta popular torna-se necessária a manifestação da maioria dos senadores e dos deputados federais. O intento é realizar o plebiscito nas eleições municipais de 2024.   

 

DESEMBARGADORES: EXCLUSÃO DE ANTIGUIDADE PARA ELEIÇÃO

Há dois anos tramita no Tribunal de Justiça da Bahia proposição para alterar o Regimento Interno, no que se refere ao critério de antiguidade como condição necessária para habilitação à inscrição na eleição da mesa diretora. Atualmente, podem candidatar para presidente, 1º e 2º vice-presidentes apenas os desembargadores mais antigos. Em sessão na qual discutiu-se o tema, a desembargadora Gardênia Pereira Duarte, atual 1ª vice-presidente, pediu vista e o processo não foi mais pautado. O desembargador Jatahy Júnior manifestou pela continuidade do critério de antiguidade apenas para o cargo de presidente, considerando a singularidade do encargo, "potencial substituto do governador do estado"; outros desembargadores defendem a exclusão da antiguidade, como elemento indispensável para apresentar o nome na eleição da mesa diretora. No final de agosto, o desembargador José Jorge Barreto solicitou ao presidente, desembargador Castelo Branco, celeridade na apreciação da proposta e manifestou pela exclusão da antiguidade, como premissa para pleitear participação da eleição em novembro próximo da nova direção da Corte.   

 

GLEISI QUER ACABAR COM JUSTIÇA ELEITORAL

Em sessão de votação da PEC da Anistia, a deputada Gleisi Hoffmann, teceu severas críticas à Justiça Eleitoral, afirmando: "um dos únicos lugares que tem Justiça Eleitoral no mundo é no Brasil. O que já é um absurdo. E custa três vezes o que custa o financiamento de campanha para a disputa eleitoral. Tem alguma coisa errada nisso, talvez a gente devesse começar aí para ver o que a gente pode mudar". O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, não gostou das críticas da presidente do PT e, através de Nota, respondeu: "Lamentavelmente, a própria existência da Justiça Eleitoral foi contestada por presidente de partido político, fruto do total desconhecimento sobre sua importância, estrutura, organização e funcionamento". Diz mais: "Somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional e não para agressões infundadas". 

Na verdade, a Justiça Eleitoral possui incongruências, tais como o fato de ser de ordem administrativa grande parte de suas decisões, que não é função precípua do magistrado, apesar de em outros temas ocorrer julgamentos; não possuir quadro próprio, porque formada com membros recrutados da Justiça Comum, Federal e Estados, e entre advogados; investidura por tempo limitado, ou seja, os juízes permanecem como juízes eleitorais por temporada de dois anos. Junte-se a isso, a infraestrutura que não é conferida para os outros segmentos; enfim, funciona bem a Justiça Eleitoral, mas o preço que se paga é bastante alto. O orçamento aprovado para 2023, em ano sem eleição, foi de R$ 10,7 bilhões.      

 

POLÍCIA FEDERAL DESMENTE LIRA

A Polícia Federal, através da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, em entrevista do seu presidente, desmentiu afirmação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que, em entrevista, recomendou ao governo "cuidado" com excessos da Polícia Federal. Declarou mais: "a Polícia Federal não trabalha nem como promotor de Justiça nem como juiz. Ela tem que ir até a investigação. Acabou a investigação, acabou o papel. Ela não pode ir além disso. Tem policiais indo além disso". Lira investiu contra a Polícia Federal, porque tem aliados seu sendo investigados, em Alagoas, envolvendo corrupção nos kits de robótica e o nome de Lira apareceu no inquérito, com pagamentos feitos, mas a documentação encaminhada ao STF foi paralisada por decisão do ministro Gilmar Mendes. Assim a corrupção nos kits de robótica pode continuar.  

A entidade diz: "A Polícia Federal é órgão de Estado e conquistou ao longo de sua história o prestígio e a confiança da sociedade na seriedade de seus policiais. As investigações conduzidas pela PF não privilegiam nem perseguem ninguém, são sempre pautadas pela legalidade e pela imparcialidade". Na verdade, a Polícia Federal tem sido uma das entidades do Estado mais aplaudidas pela sociedade, diferentemente do que acontece com a Câmara dos Deputados, principalmente, na presidência do deputado Arthur Lira.