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domingo, 7 de janeiro de 2024

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 7/1/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Presidente Lula decreta luto oficial de três dias 

por morte de Zagallo

Ex-jogador e tetracampeão pelo Brasil, Zagallo morreu aos 92 anos

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ


Despedida do Velho Lobo 

O único tetra: Como cada Copa 

explica a importância de Zagallo 

para o futebol

Do atleta taticamente completo de 1958 ao mentor carismático de 1994, 
títulos ajudam entender papel

FOLHA DE SÃO PAULO

Obras vandalizadas mantêm cicatrizes 

do 8/1 após restauração no Congresso

Na Câmara, 54 de 64 itens que viraram 'testemunhas' de ataques golpistas 

foram restaurados; recuperar um só quadro no Senado custa R$ 800 mil


A TARDE - SALVADOR/BA

Pré-candidata à prefeitura de município 

baiano tem carro incendiado

O caso aconteceu na noite de sexta-feira

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Homem é preso após matar esposa, concretar 
corpo e guardá-lo dentro de geladeira em Osório

Vítima foi identificada como Nara Denise dos Santos, de 62 anos


EXPRESSO 50 - LISBOA/PT

Coleção de néons icónicos de Lisboa corre risco 

de desaparecer

  • SALVAR ARTIGOSTRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BAHIA

sábado, 6 de janeiro de 2024

RADAR JUDICIAL

ADVOGADO ENTREGA MACONHA PARA CLIENTE

O advogado Josimar Freire Nascimento foi preso em flagrante, porque, na quarta-feira, 3, tentou passar 7 gramas de maconha para seu cliente, detento Luis Hernando Cabral Brito,  na Unidade Prisional Itaiginga IV, na Região Metropolitana de Fortaleza. O causídico serviu-se do momento de atendimento no parlatório, quando os agentes da Coordenadoria de Inteligência monitoravam o detento, pertencente a facção cearense, com antecedentes criminais por tráfico de drogas, roube, porte ilegal de arma de fogo.

SUPERMERCADO É CONDENADO

Um supermercado foi condenado a pagar R$ 12 mil por danos morais a duas clientes, constrangidas no estabelecimento comercial, segundo decisão da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. As duas mulheres, em agosto/2019, compravam produtos de higiene pessoal e carregavam sacos de roupas e frutas, colocadas no carrinho de compras. Dois seguranças abordaram as mulheres, levaram para um cômodo, onde foram revistadas, sob suspeita de furto de produtos no local. As mulheres registraram o fato e com o boletim de ocorrência ingressaram com pedido de danos morais. O juízo de primeiro grau julgou improcedente a ação, mas com voto da relatora, desembargadora Maria Aparecida de Oliveira Grosso Andrade, a sentença foi reformada com a explicação de que "não restam dúvidas de que as autoras tiveram a honra e dignidade abaladas, em razão de terem sido tratadas como supostas agentes de furto, sendo que não cometeram qualquer ilícito". 

DECISÕES MONOCRÁTICAS

A Câmara dos Deputados tem como prioridade em 2014, aprovar limitação das decisões monocráticas no STF e barrar tramitação do projeto das fake news nas redes sociais; houve uma tentativa de votação no plenário na Câmara mas não obteve êxito. O entendimento é de que o caso das decisões monocráticas não enfrentará maiores dificuldades, porque a maioria da Casa está de acordo com a limitação dessas decisões somente por um magistrado. O Senado já aprovou a medida em dois turnos e agora tramitará na Câmara dos Deputados, passando inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça.    

MOTORISTA É CONDENADO 

Um motorista foi condenado a pagar danos materiais e morais a um motociclistas, quando atingiu a moto, em 2010. A 9ª Câmara do Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve parcialmente sentença do juízo da Comarca de Ituiutaba;  no recurso, o réu alegou que não dispunha de recursos financeiros para as custas e despesas do processo e requereu prescrição, porque iniciado em 2010, mas a citação só aconteceu em 2019, por edital. O relator, desembargador Pedro Bernardes de Oliveira indeferiu o pedido de prescrição, sob fundamento de que a Justiça tentou encontrar o réu por várias vezes, mas havia constante mudança de endereço, cenário entendido como negligência. O réu terá de pagar R$ 4,8 mil a título de danos materiais e R$ 30 mil por danos morais e estéticos.  

EXPLORAÇÃO DE JOGOS DE AZAR

Em Apelação Criminal, da Comarca de Caieiras, tendo como apelado o Ministério Público, foram negados os recursos, pela 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, mantendo a condenação de dois proprietários de bar, no município de Caieiras/SP, por explorar jogos de azar e do bicho. A pena foi fixada em sete meses de prisão e prestação pecuniária, além de multa, de conformidade com sentença do juiz Daniel Nakao Maibashi, da 2ª Vara da Comarca. A Polícia Militar localizou três máquinas caça-níqueis e um de jogo de bicho e laudo pericial confirmou que os equipamentos estavam sendo usados. 

INELEGIBILIDADE DE TRUMP

A inelegibilidade do ex-presidente Donald Trump, declarada pela Suprema Corte do Colorado, no mês passado, será definida pela Suprema Corte dos Estados Unidos; já estão agendadas as sustentações orais para o dia 8 de fevereiro. A manifestação do Colorado atinge as eleições primárias do estado, mas outras unidades analisam petições sobre a elegibilidade de Trump. O Estado do Maine também decidiu que Trump não tem condições de elegibilidade nas primárias do estado; houve recurso para o Tribunal do Estado. Na Suprema Corte do Oregon tramita pedido de suspensão do ex-presidente nas primárias do Estado. Os advogados de Trump alegam que ele não se envolveu nos eventos do 6 de janeiro/2021 e não se tratou de "insurreição".   

Guarajuba/Camaçari/BA, 6 de janeiro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 


LEI IMPEDE JUROS ACIMA DE 100%

Nova lei em vigor fixou o teto máximo em 100% da fatura no rotativo do cartão de crédito. Inexplicável, porque verdadeiro assalto, era que os juros do rotativo já alcançavam 431,6% ao ano. Com isso, os devedores que pagam apenas parte da dívida mensal, ação denominada de rotativa, são beneficiados porque deixarão de pagar os estúpidos juros cobrados pelas empresas. O consumidor que não pagava o total da conta do cartão, assumia empréstimo pessoal de curto prazo e os juros iam às alturas, inviabilizando, frequentemente, o pagamento; com a mudança, a dívida, em hipótese alguma, poderá ultrapassar o dobro do empréstimo, independentemente do prazo. 

Junto com isso, a lei estabelece a portabilidade do saldo devedor do cartão de crédito, gratuitamente, a partir de 1º de julho/2024. Assim, o devedor poderá transferir o saldo devedor para outro banco, medida que promove concorrência e ajuda ainda mais na diminuição da taxa de juros. 

 

JUÍZA: MAIS DE R$ 1 MILHÃO EM NOVEMBRO

A juíza aposentada Maria Izabel Pena Pieranti, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, recebeu no mês de novembro R$ 1.119.493,22, entre salário, indenização de férias não gozadas e venda de dias de repouso não remunerado não usufruídos, segundo noticiou o Estadão. O salário da magistrada é R$ 35.710,45, acrescentado de R$ 5,9 mil em "direitos pessoais", mais R$ 1.077.872,30 referente a direitos eventuais, perfazendo o total bruto de R$ 1.119.493,22; abatido os descontos, o rendimento líquido foi de R$ 1.101.657,75. A juíza era titular da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e pediu aposentadoria voluntária. 

Os juízes continuam fazendo jus a 60 dias de férias e muitos não usam desse direito, preferindo receber em dinheiro; além das férias os magistrados gozam de descanso no recesso de fim de ano, mais feriados e dias enforcados, quando acontece de algum feriado cair na terça-feira ou na quinta-feira; neste caso, não há expediente na segunda-feira ou na sexta-feira. O mesmo jornal, em publicação anterior, fez levantamento para concluir que os tribunais gastaram em torno de R$ 3,5 bilhões nos últimos seis anos somente com compra de férias de juízes, desembargadores e ministros.   

 

VEREADORES DESISTEM DE CPI CONTRA PADRE

Em dezembro, 22 vereadores da Câmara de Vereadores de São Paulo, três a mais do que o necessário, protocolaram requerimento, pedindo abertura de CPI para "investigar as ONGs que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia". Depois de manifestações a favor do padre Júlio Lancellotti, vítima dos parlamentares, além de muita pressão da população, quatro vereadores pediram retirada dos seus nomes e inviabiliza a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito. O autor da medida, vereador Paulo Rubinho Nunes, diz que quer obrigar o padre a "prestar esclarecimentos" sobre sua ação social. 

Alguns vereadores que assinaram no pedido queixam-se de que não mencionaram o nome do padre, no requerimentos, porque alegam que não assinariam se soubessem para o objetivo da medida; classificam de muito valor o trabalho de Lancellotti, que "cuida de gente". O padre, em live considera "muito importante que possamos estar conversando juntos. Estou muito feliz em estar podendo falar com você". O que se conclui é que alguns vereadores de São Paulo buscam projetar seus nomes com a imagem de um padre que só faz o bem para a população pobre de São Paulo.

 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 6/1/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Balança comercial tem saldo recorde de 

US$ 98,8 bilhões em 2023

O resultado recorde foi provocado especialmente pelo fraco desempenho 

das importações, que caíram 11,7% na comparação com 2022. 

As exportações, por sua vez, cresceram 1,7%

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ


8 de Janeiro

Prejuízo com reparos e destruição 

de acervo já supera R$ 21 milhões

Vândalos destruíram mais de 200 itens históricos e obras de arte nos prédios dos Três Poderes


FOLHA DE SÃO PAULO

  • SALVAR ARTIGOS

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BAHIA

Bruno alfineta ex-aliados e diz: 

‘Nunca mudei de lado. Sou homem de palavra’ 

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), alfinetou ontem ex-aliados, 

mas sem citar nomes 

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Petrobras abre investigação administrativa 

de venda de refinaria

Relatório da CGU aponta privatização com valor abaixo do de mercado


EXPRESSO 50 - LISBOA/PT

Médicos de Saúde Pública vão rejeitar regime 
da Dedicação Plena

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

RADAR JUDICIAL

FORAGIDO: LAVAGEM DE DINHEIRO

Suedney dos Santos, analista do Ministério Público do Distrito Federal, está foragido da Justiça e é acusado de participar de esquema de lavagem de dinheiro, desviado do extinto sistema de bilhetagem DFTans. Ele atraia jovens advogados para atuar em defesa de causas de empresas investigadas na operação Old West, da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, segundo depoimentos de advogados. Santos consultava processos e passava informações sigilosas para integrantes do esquema. Calcula-se que ele tenha recebido, em três anos, a importância de R$ 140 mil para essa atividade.  

PRESIDENTE DEFENDE COTAS PARA JOVENS

Depois das cotas para mulheres, para negros e para indígenas, agora é a vez da defesa de cotas para jovens nos partidos políticos, segunda defesa do presidente do TRE/DF, desembargador Roberval Belinati. Declarou: "Poderíamos até pensar em obrigatoriedade de cotas para jovens nos partidos políticos, seguindo os mesmos parâmetros das cotas das mulheres nas eleições proporcionais".  

BOLSONARISTAS LIBERADOS

As prisões de mais de 1 mil bolsonaristas, no ataque e destruição do patrimônio público dos Três Poderes de Brasília, nos dias 8 e 9 de janeiro/2023, foram revogadas e continuam na prisão apenas 66 dos seguidores do ex-presidente. Destes 30 foram condenados a penas que variam de três anos a 17 anos de prisão. A Procuradoria-geral da República investiga 25 pessoas dentre essas 66, por financiar ou incitar os crimes praticados e o Ministério Público e já apresentou 1.354 denúncias.

REVOGADA NOMEAÇÃO DE FILHO DO GOVERNADOR  

O desembargador João Marcos Buch, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, atendeu a pedido do PSOL e revogou ontem, 4, a nomeação de Filipe Mello, filho do governador, Jorginho Mello, para a secretaria estadual da Casa Civil. O chefe do Executivo é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O magistrado citou decreto do próprio governo do estado de 2008, que proíbe a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente para cargo de comissão ou de confiança. Buch assegurou que "houve em tese violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade, resultando em nepotismo. Com efeito, não pode o chefe de Poder tratar a máquina pública como coisa privada e transformá-la em entidade familiar, compondo a equipe de governo com membros da sua família".  

COBRANAÇA DE EMPRÉSITMO CONSIGNADO

O Banco BMG cobrava de Maira de Lourdes Carvalho da Silva empréstimo consignado por emissão de cartão de crédito, depois, descontos em contracheque. O entendimento do 3º Juizado Especial Cível da Comarca de Caxias/RJ foi de que houve violação aos deveres de cautela, inseridos no Código de Defesa do Consumidor; ademais, a cobrança pelo cartão importa em juros mais altos que o empréstimo consignado. Foi determinada a suspensão das cobranças, promovidas desde 2016. A consumidora ingressou com ação, porque o banco descontava no contracheque como modalidade de cartão de crédito, causando aumento constante da dívida.  

ELEITORES AINDA ACREDITAM EM TRUMP!       

Pesquisa de 2023 do jornal Washington Post e da Universidade de Maryland mostram que 38% dos eleitores americanos acreditam que a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020 foi ilegítima. A "Grande Mentira" de Trump tornou-se verdade para essa parte do eleitorado, porque repetidas com muita frequência, desde 2020. O ex-presidente tem contado com apoio da imprensa de conservadores e correligionários, além de repetir nos comícios e na mídia social. De nada valeu a afirmação de que as eleições foram seguras e legítimas, originadas do Procurador-geral do Departamento de Justiça e de secretários de estados, além dos julgamentos de 60 processos sobre o caso. Trump continua mentindo e quer ser presidente com esse trunfo. 

Guarajuba/Camaçari/BA, 4/1/2024

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


JUÍZA: "PRETA DESGRAÇADA"

Jamara de Oliveira Moretti, dona de empresa Capital do Mosaico, em Santo Amaro/SP, em dezembro, chamou a juíza federal aposentada da Justiça federal do Trabalho, Mylene Ramos Seidl, 58 anos, de "preta desgraçada". O 11º Distrito Policial de São Paulo abriu inquérito para investigar o caso, por prática de crime de racismo. O incidente aconteceu, quando uma funcionária da juíza cobrou de Jamara serviço contratado, que respondeu: "Eu vou entregar essa bosta, eu nem quero receber essa merda. Quero é ficar livre dessa preta desgraçada". Mylena registrou boletim de ocorrência para documentar o fato de ter pago R$ 12 mil pelo serviço que não foi feito, atrasando o mosaico para a piscina. Jamara confessa que cometeu "um erro", em momento de "destempero", mas que não dirigiu diretamente à juíza, pois "não teria coragem, jamais, de falar isso para ninguém, mas num momento de raiva, de desespero, de problemas no trabalho, eu acabei fazendo um comentário infeliz".  

 

EX-JUÍZA EM "ASILO POLÍTICO"

A juíza com o guru de Bolsonaro
A ex-juíza Ludmila Lins Grilo, na rede social, informou que deixou o Brasil, em 2022, passando a residir nos Estados Unidos, depois de enfrentar perseguição política e considera-se exilada. A ex-magistrada afirmou que exerceu seu trabalho, por videoconferência, quando já estava nos Estados Unidos e manteve em segredo esse cenário para ser preservada. Declarou Ludmila: "Eu era uma juíza em atividade quando aportei em terras americanas. Em silêncio, continuei exercendo meu trabalho por videoconferência, cumprindo toda a agenda diária da vara criminal. Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional, pois ainda não podia revelar que eu não morava mais no Brasil". Disse mais: "No dia de meu afastamento do cargo, silenciei sobre minha condição de asilada política, pois eu ainda estava me documentando. Além disso, eu ainda tinha bens no país, e era necessário salvaguardá-lo". Ela diz que está documentada com a perseguição que sofreu, em especial originada no ministro Alexandre de Moraes, do CNJ e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e apresentou denúncia às autoridades americanas.      

Ela afirmou, nas redes sociais, que "irá apresentar uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos contra os membros do STF por crimes contra a humanidade. Também serão denunciados no polo passivo o Min. Luis Felipe Salomão, do Conselho Nacional de Justiça, e os desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais". Disse mais: "Já estou em contato com juristas e jornalistas americanos. Espero, daqui de fora, fazer o que vocês não podem fazer daí". Esclareceu que tem documentos de contas bloqueadas e ataques do STF para entregar à Justiça no exterior. Ela foi aposentada compulsoriamente da Vara de Infância e Juventude de Unaí/MG, pelo CNJ em fevereiro/2022, em dois processos disciplinares. Um dos processos deveu-se às críticas formuladas ao inquérito das fake news e o outro pelo desleixo na gestão dos processos, descumprindo deveres básicos de seu cargo e ausência no local de trabalho. Ela obteve projeção, depois de usar as redes sociais, nos anos de 2020 e 2021, para criticar ministros do STF e incentivar aglomeração durante a pandemia da covid-19. 


SAIU NO BLOG

O JUIZ NA DEMOCRACIA MODERNA

No Brasil e em todo o mundo, sejam os países que embasam seu sistema judiciário na common law, sejam aqueles que se sustentam na civil law, tem sido intenso o debate sobre o papel do juiz na democracia do mundo atual. Enquanto se trava toda essa polêmica, o poder político desvia-se para os tribunais. As definições sobre inúmeros aspectos da vida política, anteriormente de competência e solucionada pelo Legislativo ou pelo Executivo, transferiu-se do âmbito do Parlamento e do Palácio para o Judiciário. E isso ocorre, principalmente, depois da Constituição de 1988, que consignou um número bastante grande de direitos sociais, retiradas do sistema político e absorvidas pelo Judiciário.

Tornou-se comum o questionamento de leis consideradas inconstitucionais, devido mais à perda do poder pelo político do que mesmo em face do texto da norma. 

O Judiciário é o único dos três poderes, que só se manifesta, quando chamado para se pronunciar sobre qualquer tema, ainda mais acerca do funcionamento do Legislativo ou do Executivo, gerando daí o protagonismo conferido aos tribunais pelos outros poderes. Neste raciocínio, cai por terra a afirmação de usurpação de poder para entender-se como o novo sentido da democracia moderna, que não distingue o direito de um interesse politico. 

Não se entende é a usurpação de poderes da própria Corte, quando os ministros ditam as regras através de decisões liminares, que quase nunca são submetidas ao colegiado. O livro “Onze Supremos” retrata muito bem essa situação anômala, mas que se tornou absolutamente comum, apesar de depor contra a própria Corte e não ser tratada na Constituição, que reconhece a competência do Plenário. Há como se fosse uma luta contra o plenário da Corte pelos ministros, onde cada um interpreta de sua forma o que deveria ser matéria do colegiado. 

O cientista político norte-americano, Chester Neal Tate conceituava a judicialização na política como sendo “o fenômeno que significa o deslocamento do polo de decisão de certas questões que tradicionalmente cabiam aos poderes Legislativo e Executivo para o âmbito do Judiciário”. O celebrado autor enumera uma séria de condições facilitadores para a judicialização na política, dentre outras os seguintes: a promulgação da Constituição de 1988; a universalização do acesso à justiça; a ampliação do espaço reservado ao STF; a ampliação do rol dos legitimados ativos a propor a ação direta de inconstitucionalidade; a hipertrofia legislativa; a institucionalização da ordem democrática; o uso dos tribunais por grupos minoritários.

A judicialização tornou-se bastante significativa, na política nacional, quando o Judiciário definiu o rito do processamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff ou quando afastou o presidente da Câmara dos Deputados e decretou sua prisão. Tornou-se comum levar ao Judiciário todas as materias nas quais os parlamentares não chegam a um acordo. 

A Corte, em 2015, foi chamada para decidir sobre a eleição da Mesa Diretora do Senado, mas o inusitado foi a convocação do STF para permitir que cônjuges de deputados pudessem usar passagens aéreas de seus esposos. Quando se debatia sobre a menoridade penal, foi protocolada, no Supremo, uma ação para suspender o andamento da Proposta de Emenda Constitucional. O reconhecimento da união estável entre casais homoafetivos, considerada como entidade familiar; a decisão que reconheceu não se tratar de crime de aborto o fato de antecipar o parto em caso de gravidez de feto anencefálico são outros casos levados ao Supremo.

Apesar de poucos os casos, o STF tem-se limitado sua própria ação de intervir nos outros poderes, como ocorre com a recusa em “controlar os pressupostos constitucionais da edição de Medidas Provisórias” pelo governo federal ou na resistência em criar norma in concreto, nas hipóteses de mandado de injunção. 

Diante desse panorama, e sempre que chamado cabe ao Judiciário constranger os infratores a determinado comportamento, e essa constrição, quando não é a ingerência comum e assegurada pelos códigos, é denominada de judicialização, que, em consequência, cria uma “indústria de processos”, mas, comumente diante da omissão do poder competente, necessária para a paz social. 

O descumprimento das leis editadas pelo próprio gestor e pelo legislador, a exemplo, dos planos de saúde, das empresas de telefonia, de energia, aéreas, as financeiras e bancos, que deveriam ser fiscalizadas e punidas pelas agências reguladoras, só cumprem as normas depois da manifestação do Judiciário. Não se alegue falta de recursos das agências reguladoras, porquanto a imprensa noticia que esses órgãos possuem mais servidores do que a Câmara e o Senado juntos; enquanto a Anvisa dispõe de 1.994 funcionários, a Anatel tem 1.511, a Anac conta com 1.429; a ANP emprega 807 pessoas e a Ancine tem 401 servidores.

Esse chamamento do Judiciário para solucionar problemas internos do Legislativo contribui para aumentar o poder dos juízes, na visão do ex-presidente da Corte, Nelson Jobim. 

O certo é que o ativismo implica em reconhecer ao juiz, em muitos momentos, um papel distanciado da mera interpretação literal da lei para assumir uma função criativa, formulando entendimento que se incorporará à jurisprudência. De qualquer forma, há de ter certo equilíbrio, porquanto a atuação excessiva ou a extrema limitação do poder do juiz, nos problemas da comunidade, leva à insegurança jurídica ou ao descaso em relação aos direitos fundamentais do cidadão. 

Salvador, 11 de setembro de 2017.

Antonio Pessoa Cardoso.

                                           Pessoa Cardoso Advogados.