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quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

TOCANTINS: DE 12 PARA 20 DESEMBARGADORES

O governador Wanderlei Barbosa, de Tocantins, sancionou a Lei Complementar 153, que aumenta o número de desembargadores do estado de 12 para 20. A proposta foi encaminhada pelo presidente do Tribunal, depois de aprovada pela Assembleia Legislativa, em dezembro, visando "atender à necessidade de adaptação à atual realidade". O projeto aumenta também o número de juízes substitutos para 15 cadeiras, mais seis cargos de juiz de direito da Capital, reduzindo os juízes auxiliares de Palmas/TO, de seis para dois; há aumento dos assessores jurídicos de 1º grau de jurisdição, além de outras alterações. O governador declarou que "o Tocantins é um Estado que cresceu e, por isso, estamos sempre em busca de reforços, o que inclui mais desembargadores".   

A desembargadora Etelvina Maira Sampaio Felipe, presidente da Corte, disse que "nossa demanda é muito grande e hoje estamos iniciando um novo processo, pois esse momento é histórico no nosso estado do Tocantins". Houve manifestação do representante do Ministério Público do Estado e do presidente da OAB de Tocantins, enaltecendo a providência que, certamente, contribuirá para prestação de melhores serviços do Judiciário. 

 

TENTATIVA DE DESCER NA LUA, FRACASSA

O módulo lunar americano Peregrino não descerá na Lua, como foi programado; na viagem, o módulo enfrentou problemas, como vazamento de combustível, que não permitem a alunissagem, segundo informou a empresa privada Astrobotic, que seria a primeira, no campo privado, a posar na Lua, depois do sucesso da Apollo, há mais de cinquenta anos; todavia, a empresa continua acreditando em solução e o pouso na Lua, vez que possuem bastante combustível. Nos últimos anos, as missões privadas de Israel, Japão e Rússia também não conseguiram esse grande feito. Ao lado disso, os Estados Unidos adiaram para 2026 o envio de uma missão do projeto Artemis III com astronautas à Lua.   

O módulo continua remetendo "dados valiosos" para os próximos voos. A empresa contou com apoio financeiro da Nasa, que busca construir uma estação espacial lunar, denominada de Gateway, disponível para receber naves espaciais em missões. 

 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 10/01/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Lula deve anunciar Lewandowski como ministro 

da Justiça nos próximos dias

Expectativa é de que o presidente oficialize o magistrado aposentado do 

Supremo Tribunal Federal na vaga de Flávio Dino

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ


FOLHA DE SÃO PAULO

Filho do governador Jorginho desiste 

de assumir cargo no secretariado 

de Santa Catarina

Mesmo após decisão favorável da Justiça, Filipe anunciou desistência 

pelo Instagram


TRIBUNA DA BAHIA - SSA/BA

Cesta básica recua em 15 de 17 capitais 

pesquisadas em 2023, mostra Dieese

A carne bovina de primeira ficou até 12,96% mais em conta no varejo 

de Salvador

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

TSE deve aprovar regras para uso da inteligência 

artificial na eleição

Tribunal vai discutir o assunto em audiência pública no fim do mês

 

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

RADAR JUDICIAL

MULHER: ARMA BIOLÓGICA NO STF

Uma mulher foi presa na área externa do STF, ontem, 8, por policiais militares do 1º Batalhão, em Brasília, face às ameaças de contaminar o ambiente da Corte com Antraz, arma biológica letal usada em atos terroristas. A denúncia originou-se de testemunhas que presenciaram a mulher agredindo policiais e fazendo ameaças. Os militares encontraram a mulher em um veículo, onde foi apreendido spray de pimenta e uma máquina de choque. A ocorrência será registrada na Polícia Federal.   

JUSTIÇA ELEITORAL: PRAZO

A regularização, a emissão da primeira via do título eleitoral, regularização ou transferência de domicílio tem prazo fixado até o dia 8 de maio. De conformidade com decisão do TSE, o jovem de 15 anos pode requerer seu título, embora com direito ao voto somente quando completar 16 anos.    

FRAUDE BILIONÁRIA NO MARANHÃO

O Tribunal de Contas do Maranhão descobriu esquema de fraude em matrículas no programa de Educação de Jovens e Adultos, EJA, com pouco mais de 6.5 milhões de habitantes, dos quais 12% são analfabetos, segundo os danos questionados. No Brasil, o percentual é de 0,5% da população, que está matriculada na EJA, mas no Maranhão o número é de 17% da população adulta estudando na EJA, o que importa em 29 vezes maior que a do país. No município de São Bernardo/MA, anotou-se muitas pessoas já falecidas, mas continua como estudantes na EJA, naturalmente, estudando por meios espirituais. São fornecidas informações falsas sobre os matriculados no tempo integral, que tem verba complementar de R$ 1.500,00 e quase 130 mil alunos. O município de Turiaçu/MA recebeu R$ 12 milhões, com mais de 7.500 alunos, estudando em 63 escolas de tempo integral, mas o município, não tem nenhuma instituição com essa modalidade. O presidente do Tribunal, Marcelo Tavares, afirmou que há fraude bilionário "provavelmente algo em torno de 1,5 bilhão", segundo noticiou o Fantástico, da Tv Globo.  

PRESO QUE ATACOU JUÍZA VOLTA AO TRIBUNAL

Um réu, Delone Redden, que, recentemente, atacou, em plena sala de sessão de publicação da sentença, a juíza Mary Kay Holthus, voltou ao Tribunal Distrital do Condado de Clark, em Nevada, nos Estados Unidos. Desta vez, nem o advogado nem o réu puderam manifestar no processo no qual o réu é acusado de tentativa de agressão com danos corporais, e teria admitido sua culpa. Redden terá novo julgamento com outro juiz para responder a 15 novas acusações criminais, relacionadas ao ataque à juíza, inclusive tentativa de homicídio.

SUPREMA CORTE DECIDE CASO DE TRUMP

Fervilha no mundo jurídico americano as opiniões sobre o impedimento do ex-presidente Donald Trump de ser votado nas primárias do Partido Republicano do Colorado. O fundamento situa-se nas emendas 14º e 20ª da Constituição do país. De todos os fundamentos apresentados o que mais chama a atenção é dos advogados de Trump; eles asseguram que a 14ª Emenda "proíbe candidatos eleitorais de assumir cargos públicos, mas não os proíbe de concorrer às eleições para tais cargos". A emenda questionada, em síntese, estabelece que "ninguém pode ocupar cargo público se houver se engajado em insurreição ou rebelião contra os Estados Unidos, depois de haver anteriormente prestado o juramento, como membro do Congresso, oficial dos Estados Unidos, membro de qualquer legislativo estadual, oficial executivo ou judicial de qualquer estado, de apoiar a Constituição".   

REVIRAVOLTA EM SANTA CATARINA

Em Agravo Interno, e antes mesmo do julgamento do Mandado de Segurança ou de manifestação do STF, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, através de outro desembargador, em juízo de retratação, revogou decisão de seu colega, desembargador Substituto João Marcos Buch, para autorizar a nomeação do filho do governador, Filipe Mello para o cargo de Secretário de Estado da Casa Civil. O argumento do desembargador Gilberto Gomes de Oliveira foi de que o Decreto 1.836/2008 não trata de cargos de agentes políticos, como o de secretário de estado.    

Salvador, 9 de janeiro de 2024.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



JUIZ AFASTADO, É APOSENTADO

O juiz Alberto Sales de Jesus, que era titular da Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais, da comarca de Amargosa, foi aposentado compulsoriamente ao completar 75 anos, através de Decreto da presidência, publicado ontem, 7. Anteriormente, em 2019, o magistrado foi desligado de suas funções, sob fundamento de ter cometido irregularidades na jurisdição; decidiu-se pela abertura de processo administrativo disciplinar sob acusação de 11 fatos, entre os quais a atuação do magistrado em processos nos quais seu filho trabalhava indiretamente. O desembargador Salomão Resedá, Corregedor das Comarcas do Interior, enumerou alguns abusos cometidos pelo magistrado: liminar em favor do próprio assessor; sentença em processo no qual o assessor é autor; atuação em processo, envolvendo o assessor e a esposa, advogada na Comarca. A sindicância foi instaurada depois que o CNJ pediu esclarecimentos sobre a morosidade de um processo, na Comarca; o deslocamento do Corregedor deu oportunidade para tomar ciência das irregularidades.

Posteriormente, em 2022, o magistrado recebeu a pena de disponibilidade, face ao fato de querer transformar a vara cível em uma "empresa familiar", como objettivo de vender sentenças e favorecer a parte, juntamente com o filho e outros advogados. A relatora, desembargadora Ivete Caldas, afirmou que a "vara funcionava como balcão de negociatas" e disse que o processado cometeu crimes de peculato, advocacia administrativa e associação criminosa. 


DELEGADO DO RIO DE JANEIRO É CONDENADO

O titular da Delegacia de Repressão Imaterial do Rio de Janeiro foi condenado a reclusão por novo anos e sete meses e perda do cargo público, pelo juízo da 1ª Vara Criminal Especializada. Ele está preso desde 2021, acusado de cobrar propina no exercício do cargo, montar falsos dossiês para incriminação de autoridades e impedir investigações sobre as suas atividades. Está escrito na sentença: "O acusado implementou uma insaciável e perversa exposição pública de seus alvos, em especial delegados de polícia, por meio de intensa divulgação na mídia (por ele fomentada) de narrativas marcadas por falsas acusações de crimes A desconstrução pública da imagem de pessoas, em especial pelo uso de grandes meios de comunicação, traduz em consequência de superlativa danosidade que, certamente, é impossível de ser restabelecido ao status anterior ao ilícito".  

Na decisão, o julgador expõe a vida de luxo do delegado: "Foram colhidas provas de que o delegado de polícia externa um padrão de riqueza altíssimo, inclusive muito superior ao que a remuneração (exclusiva) da sua atividade lícita lhe permitiria. São inúmeros os registros de gastos altíssimos com o aluguel constante em mansões em Angra, utilização rotineira de lanchas e jetski, viagens internacionais constantes  (em classe executiva), proprietário de diversos carros blindados de altíssimo padrão, assim como residência fixada em imóvel luxo. Além disso, o acusado possuía valor (centenas de milhares de reais) em espécie em sua casa, objeto de apreensão. Vida abastada que o próprio acusado resume como sendo uma "vida de mensaleiro". 



ARTISTA É ESTUPRADA E MORTA

Em entrevista coletiva, ontem, 8, o delegado Valdinei Silva, da 37ª Delegacia de Polícia, assegurou que a artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, 38 anos, foi roubada e estuprada antes de ser assassinada no interior do Amazonas. Ela estava desaparecida desde 23 de dezembro e o corpo foi encontrado em imóvel de uma pousada, pertencente aos criminosos, perto de Manaus. Trata-se de um casal a quem a venezuelana pediu abrigo para passar a noite, mas pela madrugada o homem com uma faca matou a mulher, sem maiores motivações, salvo o roubo do celular; a esposa ajudou no crime, quando amarrou Julieta, por ordem do marido. Julieta, que antes de morrer foi estuprada, obrigada a fazer sexo oral; a esposa, com ciúme e diante da cena, jogou álcool na mulher, que tinha saído do Rio de Janeiro de bicicleta e rumava para Puerto Ordaz, na Venezuela. O homem, que estava drogado, apagou o fogo, mas matou a venezuelana.    

A Polícia de Presidente Figueiredo foi avisada por um morador que viu partes da bicicleta, onde estava enterrado o cadáver; os criminosos, abordados pela Polícia, terminou confessando o crime e o cadáver da venezuelana foi encontrada com os pés e as mãos amarradas.   


VEREADOR: ABUSO DE AUTORIDADE

O vereador Rubinho Nunes, que propôs Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, contra o padre Júlio Lancellotti, vai responder a denúncia por abuso de autoridade, apresentada por um grupo de advogados responsável pelo Instituto Padre Ticão, de conformidade com pedido encaminhado ao Ministério Público de São Paulo. Na petição, os advogados afirmam que Rubinho escolheu o padre Júlio, em ano eleitoral, para "criar conteúdo para manejar e atiçar as bases eleitorais neste coliseu contemporâneo que são as redes sociais, com seus recortes/edições e lacrações. A CPI proposta é violenta e serve apenas para silenciar quem tanto fez - e faz - por seres invisíveis na cidade de São Paulo". 

Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar declarou: "Vou arrastar ele (o padre Júlio Lancellotti) para cá nas entranhas desses sujeito, todo mundo vai saber o que tem por trás do Lancellotti". O documento foi recebido pelo Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância, do Ministério Público de São Paulo, que vai analisar se inicia Procedimento Investigatório Criminal. 




MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 9/1/2024

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Mais de 100 edificações foram vistoriadas pela 

Defesa Civil do DF

Defesa Civil também inspeciona passarelas e pontes, devido aos alagamentos 

causados pelas chuvas. Órgão dá orientações à população sobre 

como proceder durante e após os temporais

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ


O que falta para Lula anunciar a ida de 


Lewandowski para o Ministério da Justiça

FOLHA DE SÃO PAULO

Vereadores não podem retirar 

assinaturas de CPI que mira 

padre Júlio, diz Câmara de SP

Sete membros da Casa anunciaram recuo, mas decisão é inócua, 

pois pedido já foi protocolado


TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Suspeitos de financiar ação no 08.01 

são alvos da Lesa Pátria 

PF cumpre 46 mandados de busca e apreensão e um de prisão

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Água engarrafada contém centenas de milhares 

de fragmentos de plástico, detecta estudo

Cientistas salientaram que preocupação com os chamados nanoplásticos 
deve se estender a líquidos embalados

SAIU NO BLOG

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A DESARMONIA DOS PODERES

Os poderes são indivisíveis e harmônicos entre si, reza a Constituição brasileira. A realidade, entretanto, é outra, bem distante do que está anotado nas leis. Com efeito, a tensão entre os poderes tem sido grande, desde a Proclamação da República. 

O primeiro governo republicano, instalado com a entrega do poder a dois generais, porque os políticos temiam a volta da Monarquia, por isto, este período, 1889/1894, foi denominado de “República da Espada”. 

O presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em novembro/1891, decretou o estado de sítio e fechou o Congresso; a reação do povo, dos militares, que, inicialmente lhe davam apoio, juntamente com outros fatos, provocaram sua renúncia, assumindo o cargo o vice-presidente marechal Floriano Peixoto.

O presidente Floriano Peixoto deveria convocar eleições, de conformidade com o texto constitucional, entretanto, ele assumiu o poder e não obedeceu à lei. Sua insatisfação com posicionamentos do então Supremo Tribunal de Justiça, indicou-lhe o caminho da vindita e não promoveu as indicações para um terço da Corte, composta por 15 membros, inviabilizando seu funcionamento.

O período negro das instituições, todavia, ocorreu no governo de Getúlio Vargas, responsável pela implantação de uma ditadura cruel e sangrenta; ele controlou o Legislativo, que cedeu sua autonomia, além de permitir a interferência do Executivo no Judiciário. Foi criado, em 1936, um tribunal de exceção, denominado de Tribunal de Segurança Nacional, como órgão do Judiciário, subordinado à Justiça Militar; o Executivo escolhia seus juízes entre civis e militares. Esse tribunal funcionava sempre que fosse declarado o estado de guerra, que permaneceu em vários momentos: entre março de 1936 até junho de 1937; entre outubro/1937 a janeiro/1938, quando ocorreria a eleição para a presidência da República. 

Entre setembro/1936 e dezembro/1937, esse Tribunal condenou 1.420 cidadãos; foi transformado em órgão permanente com a decretação do Estado Novo. O estado de guerra foi uma preparação para o golpe fascista de 10 de novembro de 1937, quando foi outorgada nova Constituição, denominada de “Polaca”, com suspensão das eleições, fechamento do Parlamento, das Assembleias Estaduais e das Câmaras Municipais, além da substituição de todos os governadores dos Estados, por interventores federais, excetuado o de Minas Gerais, porque recém-eleito. É a ditadura do Estado Novo, merecedora do aplauso entusiasta de 80 congressistas, que se deslocaram até o Palácio para cumprimentar o ditador.

Novo período de colisão entre os poderes, aconteceu, em 1964; o conflito tornou-se agudo, com a promulgação do Ato Institucional n. 1, que suprimiu as garantias constitucionais, suspendeu direitos políticos e cassou mandatos. Estava implantado o estado de exceção, no país, e os generais tornaram-se acima das instituições. 

Ézio Pires, no livro de sua autoria, “O Julgamento da Liberdade” conta o clima “cortês”, entre o Supremo e o Executivo. O então presidente da Corte, em 1964, Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa, diante das intrigas, envolvendo os ministros, advertiu o general presidente Castello Branco de que se o Supremo sofresse repressão, ele fecharia o Tribunal e entregaria as chaves na portaria do Palácio do Planalto. 

A Corte continuou funcionando, mas os conflitos eram comuns, até que houve a ingerência maior dos militares, retiraram a competência do STF para julgar Habeas Corpus, nos casos de “crimes políticos contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular”. Os delitos enquadrados nesse conceito dependia somente da vontade dos militares. 

Os atos institucionais sucederam-se sem respeitar as regras dos tribunais até que suspenderam a vitaliciedade dos magistrados; o Ato Institucional n. 5, de 13/13/1968, permitiu ao general presidente aposentar compulsoriamente os ministros Hermes Lima, Victor Nunes Leal e Evandro Lins e Silva, considerados de esquerda pela ditadura. Os ministros Antonio Gonçalves de Oliveira, então presidente da Corte, e Antonio Carlos Lafayete de Andrada, futuro presidente, desligaram-se da Corte em solidariedade aos colegas cassados. O Ato Institucional n. 6, de 1º de fevereiro de 1969, retirava parte dos poderes do STF e transferia para o STM a quem cabia julgar os casos de “crimes contra a segurança nacional ou as instituições militares”. 

Em tempos mais recentes, as ameaças, as ironias e até xingamentos entre os próprios ministros se sucedem; os desentendimentos entre os três poderes tornam-se até desrespeitosos. 

O senador Renan Calheiros, após uma operação da Polícia Federal, autorizada por um juiz de 1ª instância, chamou o magistrado de “juizeco”, além de investir contra o ministro da Justiça, intitulando-o de “chefete de polícia”. A ministra Cármen Lúcia, demonstrando sua contrariedade, afirmou que se sentia agredida com a hostilização aos juízes. 

Em outro momento, o ministro Gilmar Mendes afirmou que não passam de “rabos de cachorro” os juízes federais que lhe afrontam, em provocação desrespeitosa ao magistrado Marcelo Bretas, que decretou prisão por outro motivo, após concessão de Habeas Corpus pelo ministro a empresário, que teve o ministro como padrinho do casamento da filha. 


Salvador, 30 de agosto de 2017

Antonio Pessoa Cardoso

                                           Pessoa Cardoso Advogados.