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sábado, 1 de março de 2025

RADAR JUDICIAL

CRIPTOMOEDAS SEM CONTRATO

Um investidor diz ter adquirido R$ 100 mil em criptomoedas e não recebeu o valor investido, através de duas empresas, daí o ingresso de ação judicial. No julgamento definiu-se que o consumidor não apresentou contrato e "o simples ato de enviar uma transferência por bancos para uma empresa não pode comprovar relação de consumo", de conformidade com caso semelhante analisado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Ele pediu rescisão contratual e devolução dos valores. O relator escreveu no voto que "não comprovado o liame jurídico entre as partes (ônus que competia, reitera-se, ao autor), não é cabível a inversão do ônus da prova no caso, até mesmo porque a providência implicaria a exigência de produção de prova negativa pelas requeridas".   

HONORÁRIOS: R$ 233 MILHÕES

Os honorários de dois advogados no valor de R$ 233 milhões provoca intervenção do STF que determinou suspensão do pagamento. Eles atuaram em um acordo entre as comunidades indígenas Xikrin e a mineradora Vale S/A, no Pará. O acordo provocou repasse de R$ 2,3 bilhões para os indígenas e o contrato previa honorários de 10% sobre os valores obtidos. O ministro Edson Fachin, em decisão monocrática suspendeu o pagamento. Na segunda-feira, 24, o plenário do STF manteve o entendimento de Fachin. A procuração das associações indígenas foi revogada em 2021, mas os bacharéis alegam previsão contratual mantida. Naquele ano, a 3ª Vara Cível e Empresarial de Marabá/PA reduziu o valor para R$ 3,3 milhões e houve recurso, quando o Tribunal de Justiça do Pará restabeleceu os 10%. O Ministério Público Federal recorreu ao STJ, mas o pedido foi negado, vez que se trata de matéria constitucional; o STF recebeu o recurso.  

MÃE JOGA BEBÊ PELA JANELA

Uma estudante americana de 18 anos estava em Paris, em viagem de turismo, com outros estudantes dos Estados Unidos; na segunda-feira, 24, ela deu a luz no quarto e jogou o bebê pela janela do hotel, do segundo andar; o recém-nascido, que ainda estava com o cordão umbilical fixado, morreu. O bebê estava enrolado em um pano e as autoridades investigam o caso, classificando de prática de homicídio. A mulher foi presa e levada para um hospital para ser operada depois do parto. A informação é da revista Paris Match. 

ESTRANGEIROS CONTRA INSTITUIÇÕES PODEM SER BARRADOS

O deputado Paulinho da Força apresentou, na quinta-feira, 27, projeto de lei para barrar estrangeiros que atentem contra instituições e autoridades brasileiras. O parlamentar invocou projeto semelhante aprovado pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos que, inclusive proíbe a entrada do ministro Alexandre de Moraes no país. Paulinho diz que a medida representa "ameaça direta à soberania brasileira e à liberdade de expressão no país. Torna-se, assim, indispensável estabelecer mecanismos baseados no princípio da reciprocidade de modo que se responda proporcionalmente a atos legislativos de outros países que, em essência, possam constituir afronta à independência e à autoridade das nossas instituições".     

ADVOGADO DA COMISSÃO DE ÉTICA RENUNCIA

No ano passado, Roberto Luís de Oliveira foi alvo da Operação Gravatas, responsável pela desarticulação de comunicação entre advogados e líderes de organização criminosa; ele foi indicado como chefe de esquema criminoso. Esse advogado foi nomeado na quarta-feira, 26, para membro da Comissão de Ética e Disciplina da 6ª Subseção da OAB de Mato Grosso, em Sinop/MT, apesar de ser um dos condenados por repassar dados a chefes de organização criminosas, em março/2024. Além de Roberto, foram investigados cinco pessoas presas preventivamente. Poucos dias depois, hoje, 1º, Roberto Luís renunciou ao cargo.

Guarajuba/Camaçari/Ba, 1º de março de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  



BOLSONARO QUER IMPEDIMENTO DE MINISTROS

O ministro Roberto Barroso, presidente do STF, rejeitou ontem, 28, pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro que buscava afastar os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino do julgamento de sua participação em ato golpista, em 2022; o ministro invocou o disposto no art. 252 do CPP que trata a matéria de forma taxativa e, portanto, "juízes não devem ser afastados de um caso com base em argumentação sem previsão no texto legal". A defesa do ex-presidente alega que Zanin subscreveu notícia-crime contra Bolsonaro na Justiça eleitoral, enquanto o ministro Dino ingressou com ação privada contra o ex-presidente. O ministro Barroso assegurou que a lei prevê expressamente os casos de impedimento: ter parente atuando no caso; o próprio magistrado ter desempenhado qualquer função anterior no processo ou servido como testemunha; já ter se pronunciado em outra instância; for parente de interessado no caso.  

Escreveu Barroso: "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que as hipóteses previstas nesse dispositivo devem receber interpretação estrita. Seguindo essa lógica, não se admite: "(i) a criação de situação de impedimento que não tenha sido expressamente mencionada no texto legal; ou (ii) a interpretação extensiva de suas disposições, para que contemplem situações não prevista pelo legislador". Além dessa matéria, os defensores de Bolsonaro solicitaram que a denúncia fosse analisada pelo Plenário do STF e não pela 1ª Turma e que os prazos para resposta fossem suspensos, questionamento que também não foi aceito.      

 

ALCOLUMBRE INICIA COM SUBSTANCIAIS AUMENTOS

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, mal assumiu pela segunda vez o cargo de presidente, concedeu, através de seis atos, publicados ontem, 28, vários benefícios para servidores do Senado, além de aumento na cota parlamentar. As benesses para os servidores são constituídas de um dia de folga para cada três dias trabalhados, podendo essa folga ser convertida em dinheiro, como ocorre no Judiciário; aumento nas gratificações, reajuste de 22% no vale-refeição dos servidores efetivos e comissionados, ultrapassando o valor de R$ 1.700,00 por mês. Os senadores do Amapá, origem de Alcolumbre, tiveram aumento na cota de R$ 38,8 mil para R$ 50,4 mil, reajuste de 30%. Considere que essa cota já teve correção há apenas dois anos atrás, na presidência de Rodrigo Pacheco. Os sensores do Distrito Federal que recebiam R$ 36 mil passarão a ganhar R$ 52 mil. 

Os aumentos têm validade a partir de hoje e alcança servidores que trabalham na diretoria-geral, na secretaria-geral da mesa, no gabinete da presidência, na advocacia, na auditoria, na consultoria legislativa, na consultoria de orçamentos e na secretaria de comunicação social, ou seja, os que já ganhavam bem merecem ganhos maiores e os que percebiam valores baixos continuam como antes. O vale-refeição para quem trabalha no Senado subiu de R$ 1.460,41 para R$ 1.784,42. A expectativa agora reside entre os servidores da Câmara dos Deputados; eles recebeu vale-refeição de apenas R$ 1.393,11. 

 

TRUMP TENTOU HUMILHAR ZELENSKY

O presidente Donald Trump, juntamente com seu vice-presidente, tentaram obter, na marra, assinatura de documento para explorar minerais estratégicos da Ucrânia. Junto a isso, o dirigente americano buscou acordo da Ucrânia com o ditador Vladimir Putin, da Rússia, deixando que o território invadido passasse a pertencer à Rússia. Depois do encontro que conteve o bate-boca e desentendimento, entre os dois governantes, na Casa Branca, no dia de ontem, 28, Volodymyr Zelensky declarou que não pedirá desculpas a Donald Trump, porquanto atuou somente na defesa do seu país. Em entrevista, Zelensky, assegurou que o desencontro entre os dois não foi bom para ninguém, mas afirmou que não cometeu erro algum, porquanto não poderia deixar de defender sua posição sobre a fratricida guerra, iniciada pelo ditador russo. O encontro, que visava acabar com a guerra e permitir aos Estados Unidos a exploração de minerais estratégicos, terminou sem ajuste algum. Zelensky confessou que, sem ajuda dos Estados Unidos, fica mais difícil expulsar os russos invasores.   

Líderes europeus, apoiadores da Ucrânia, e os ucranianos enalteceram o posicionamento do presidente Volodymyr Zelensky, pois Trump queria o direito de explorar o minério ucraniano e ainda celebrar acordo com o ditador russo, permitindo a manutenção das fronteiras atuais, com anexação pela Rússia de boa parte do território ucraniano. Zelensky foi autêntico, quando chamou Putin de "assassino" e "terrorista" e lamentou a postura americana entre os anos de 2014 e 2022, quando os Estados Unidos não contiveram a invasão e anexação pelos russos da Crimeia e outras partes da Ucrânia. Trump foi estúpido com Zelensky, apontando com o dedo, e dizendo: "Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial. O que você está fazendo é desrespeitoso com este país, que te apoiou mais do que deveria". O escudeiro de Trump, o vice-presidente, J. D. Vance, que estava presente, interferiu para pedir mais gratidão a Zelensky. O presidente Emmanuel Macron sentenciou: "Há um agressor: a Rússia. Há um povo sob ataque: a Ucrânia. Fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuaremos a fazê-lo".    

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apareceu também para apoiar Zelensky: "Somos americanos, europeus, canadenses, japoneses e muitos outros. Obrigado a todos que ajudaram e continuam. E respeito àqueles que lutam desde o começo. Porque eles estão lutando por sua dignidade, sua independência, por seus filhos e pela segurança da Europa. Sua dignidade honra a bravura do povo ucraniano. Seja forte, seja corajoso, seja destemido. Você nunca está sozinho, caro presidente Zelensky. Continuaremos trabalhando com vocês por uma paz justa e duradoura". 

Guarajuba/Camaçari/Ba, 1º de março de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



IMPÉRIO DE MUSK: AJUDA DO GOVERNO

O bilionário sul-africano Elon Musk recebeu missão do Presidente Donald Trump para combater os gastos do governo, mas esconde que ele é um dos mais favorecidos pelo desperdício do governo americano. Segundo noticia The Washinton Post, Musk e suas empresas receberam, ao longo dos últimos 20 anos, em torno de US$ 38 bilhões, referentes a contratos governamentais, empréstimos, subsídios e créditos fiscais; esse é o motivo maior da riqueza inigualável de Musk, em todo o mundo. Nesse período, mais precisamente, em 2008, Musk tornou-se CEO da Tesla, que atravessava dificuldades financeiras; ele foi buscar empréstimos com juros baixos do Departamento de Energia. A falta de certificação ambiental, indispensável para conseguir o empréstimo, levou Musk a conversar com a então diretora da EPA, Lisa Jackson. No ano passado, o governo federal e governos estaduais direcionaram aproximadamente US$ 6,3 bilhões para as empresas do sul-africano, hoje na equipe do presidente Donald Trump. As empresas de Musk devem receber US$ 11,8 bilhões nos próximos anos, valores originados de sete agências do governo, entre as quais a NASA, o Departamento de Defesa e a Administração de Serviços Gerais. 

Os valores das benesses públicas para Musk são bem maiores do que se sabe, vez que muitos contratos com órgãos públicos não disponibilizar as informações para o público. Interessante é que Musk, na direção do Doge, busca cortar funcionários do governo, orçamentos ou contratos, exatamente de agências com as quais suas empresas têm acordos. E o mais surpreendente é que os grandes financiamentos para o sul-africano aconteceram com os governos democratas, exatamente o que ele abandonou para apoiar o republicano Trump; ele, naturalmente, quer conseguir do republicano, o que conquistou dos democratas. Os financiamentos governamentais "ajudaram a construir" a infraestrutura da SpaceX, nos primeiros anos, através de contratos; a Nasa e o Departamento de Defesa tiveram de suportar o "fracasso da empresa em cumprir metas". A "ascensão meteórica da Tesla", com empréstimo de US$ 465 milhões, adveio do Departamento de Energia. Esse recurso prestou-se para a empresa "montar seu sedã elétrico de luxo Model S, além de ter comprado uma fábrica em Fremont, Califórnia". A matéria é do jornal The Washington Post que narra muitos outros benefícios obtidos pelo sul-africano junto ao governo americano.    


SAIU EM O ANTAGONISTA DE ONTEM, 28/2

Baixa diplomacia 

Trump troca defesa da liberdade pela adulação a Putin

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Duda Teixeira
6 minutos de leitura28.02.2025 03:30 comentários 1
Trump. Reprodução/redes sociais

Em seus quase 250 anos, os Estados Unidos alteraram períodos de isolamento com outros de voluntarismo internacional; promoção da paz e defesa da guerra.

Mas o país, de maneira gral, buscou externalizar os seus valores domésticos, como a defesa da liberdade e da democracia.

Quando as circunstâncias obrigavam os americanos a se aliar a uma ditadura ou iniciar ações questionáveis, havia sempre uma justificativa, como a necessidade de impedir o domínio soviético na Guerra Fria ou o combate ao terrorismo.

Este ano, o presidente Donald Trump mudou esse padrão ao alinhar-se com o ditador Vladimir Putin e atacar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Trump assumiu intencionalmente o lado errado na guerra, sem se preocupar em dar qualquer desculpa plausível para suas escolhas.

Putin tem as cartas

Trump defendeu seu apoio a Putin alegando que o ditador tem poder, enquanto Zelensky está enfraquecido. Vale a lei do mais forte.

Eu tive conversas muito boas com Putin, mas não tive boas conversas com a Ucrânia. Eu tenho assistido isso por anos, e tenho assistido ele (Zelensky) negociar sem cartas. Ele não tem cartas, e a gente fica doente com isso. Para mim já deu”, disse Trump.

A ditadura russa invadiu a democracia ucraniana sem qualquer razão, mas isso é algo que Trump prefere ignorar.

Mais do que isso, o americano atacou diretamente Zelensky e destruiu sua autoridade.

Em uma publicação nas redes sociais na semana passada, Trump disse que Zelensky, “um comediante modestamente bem-sucedido” convenceu os EUA a gastarem 350 bilhões de dólares na guerra.

A verdade é que Zelensky foi eleito presidente e, com a guerra e a imposição de uma lei marcial, permaneceu no cargo para comandar as Forças Armadas, assim como fez o britânico Winston Churchill na Segunda Guerra. Para Trump, porém, isso faz do ucraniano um “ditador sem eleições”.

É uma inversão completa de valores. Não há registro recente de um presidente americano atacar de maneira tão vil um aliado democrático que teve seu território invadido e mais de 100 mil mortos.

Na mesma mensagem, Trump bota a culpa em Zelensky pelas mortes.

Eu amo a Ucrânia, mas Zelenskyy fez um trabalho terrível, seu país está destruído, e milhões morreram desnecessariamente”, escreveu o presidente americano.

Ao deslegitimar Zelensky, Trump faz um imenso favor para Putin, no momento em que se anunciam as negociações para tentar solucionar o conflito.

Tradição americana

O direcionamento que Trump está dando para a política externa americana vai na conramão da história do país.

Nas ações internacionais, os Estados Unidos acreditaram na ideia de que eles são um exemplo para o mundo.

O advogado puritano John Winthrop, que depois se tornaria governador de Massachusetts, colocou essa ideia em um sermão, em 1630.

Devemos considerar que seremos como uma cidade sobre uma colina. Os olhos de todos os povos estão sobre nós”, afirmou ele.

Franklin Roosevelt fundamentou a atuação americana na Segunda Guerra mundial com um discurso baseado na defesa de quatro liberdades.

Nos dias futuros, que buscamos tornar seguros, esperamos um mundo fundado em quatro liberdades humanas essenciais. A primeira é a liberdade de expressão e discurso — em todo lugar do mundo. A segunda é a liberdade de cada pessoa adorar a Deus à sua maneira — em todo lugar do mundo. A terceira é a liberdade da carência — que, traduzida em termos mundiais, significa entendimentos econômicos que garantirão a cada nação uma paz saudável de tempo de vida para seus habitantes — em todo lugar do mundo. A quarta é a liberdade do medo — que, traduzida em termos mundiais, significa uma redução mundial de armamentos a tal ponto e de forma tão completa que nenhuma nação estará em posição de cometer um ato de agressão física contra qualquer vizinho — em qualquer lugar do mundo”, afirmou Roosevelt.

Quando John F. Kennedy assumiu como presidente, em 1961, a Guerra do Vietnã já tinha se iniciado. Em seu discurso, ele foi na mesma de seus antecessores: “Que cada nação saiba, quer nos deseje bem ou mal, que pagaremos qualquer preço, suportaremos qualquer fardo, enfrentaremos qualquer dificuldade, apoiaremos qualquer amigo, nos oporemos a qualquer inimigo, a fim de assegurar a sobrevivência e o sucesso da liberdade.”

Mais recentemente, em 2002, Joe Biden justificou a ajuda para a Ucrânia em uma fala em Varsóvia, na Polônia.

Lutar para salvar sua nação (Ucrânia) e sua corajosa resistência é parte de uma luta maior por princípios democráticos essenciais que unem todas as pessoas livres. O estado de direito, eleições justas e livres, a liberdade de falar, escrever e se reunir. A liberdade de rezar para quem quiser. A liberdade de imprensa. Esses princípios são essenciais em uma sociedade livre”, afirmou Biden.

Mas eles sempre, eles sempre estiveram sob cerco. Eles sempre foram combatidos. Cada geração teve que derrotar os inimigos morais da democracia. É assim que o mundo é, pois o mundo é imperfeito, como sabemos. Os desejos e ambições de alguns buscam sempre dominar as vidas e a liberdade de muitos”, disse Biden.

Sem garantias

Ao apoiar Putin e atacar Zelensky, Trump joga no lixo o melhor da tradição diplomática americana, que buscava se orientar por nobres princípios.

Trump é o oposto disso. 

O presidente chegou a oferecer a Zelensky garantias de segurança caso o ucraniano cedesse controle sobre minerais em seu subsolo, como uma maneira de pagar pela ajuda militar. 

Quando o ucraniano insinuou que toparia um acordo, Trump retirou a oferta. 

Zelensky foi abandonado, e só pode pedir ajuda aos europeus.

E Trump ainda rifa Zelensky sem saber se terá alguma possibilidade de sucesso em acabar com a guerra. 

Desentendimentos já começam a aparecer.

Na terça, 25, Trump disse que Putin aceitaria forças de paz europeias na Ucrânia, mas o Kremlin negou a informação no mesmo dia. 

Um acordo pelo fim da guerra pode nunca acontecer.

E, mesmo que aconteça, a ameaça russa não deixará de existir.

Quando invadiu a Ucrânia, há exatos três anos, Putin esperava conquistar o país todo em três dias.

Não conseguiu porque uma coluna de tanques que ia na direção à capital Kiev foi completamente destruída.

Mas, a qualquer momento, Putin poderá pensar em tentar de novo.

E ainda há o risco de que o ditador russo pegue um naco de outro país europeu.

Trump não apenas atropelou a tradição diplomática americana, como ainda deixou Putin salivando. 

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 1º/3/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Pix por aproximação começa a valer hoje; saiba como funciona

Banco Central destacou que as outras formas de pagamento, como a chave 

e o QR Code, continuam existindo


O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
Bate-boca com Zelensky confirma alinhamento de Trump com Putin e reforça sonho de 'Grande Rússia'

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Trump faz da truculência a base de sua política migratória

Fim do dispositivo que agenda pedidos de acesso aos EUA soma-se a discurso xenofóbico e perseguição a estrangeiros

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Taxa de desemprego tem segunda alta 

seguida. Para onde vai o mercado de trabalho?

A taxa de desemprego ficou em 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, 

de acordo com dados da Pnad Contínua

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Discussão entre Trump e Zelensky causa 

indignação na Ucrânia

Estados Unidos forneceram à Ucrânia mais de US$ 60 bilhões em ajuda militar desde o começo da invasão russa

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

Cenários para Luís Montenegro vão desde fecho de empresa a dissolução

Nem todas as possíveis consequências da polémica em torno da Spinumviva dependem da vontade do primeiro-ministro, mas todos acarretam riscos para 
a sua manutenção à frente do Governo.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

RADAR JUDICIAL

JUSTIÇA PROÍBE TRUMP DE DEMITIR

O juiz federal da Califórnia, William Alsup, em pedido de sindicatos de servidores públicos, decidiu ontem, 27, que o Escritório de Gestão de Pessoas do governo Federal(OPM), não tem autoridade para demitir trabalhadores, mesmo aqueles em estágio probatório. Com a decisão, o órgão comandado pelo irreverente Elon Musk terá de cancelar comunicados emitidos em janeiro e fevereiro, ordenando demissão de funcionários públicos. O magistrado determinou que o OPM noticie ao Pentágono que suas ordens são inválidas. O juiz ressalvou demissão originada dos departamentos, porque não é de sua competência. É o caso do Departamento de Defesa que deverá dispensar hoje, 28, 5.400 funcionários em estágio probatório. O juiz alegou que "demissões em massa de trabalhadores federais causariam grave dano às instituições públicas, parques, pesquisas científicas e apoio a veteranos das Forças Armadas. Funcionários em estágio probatório são a força vital do governo. Eles começam em níveis inferiores e vão galgando postos, e é assim que nos renovamos".  

O bilionário Elon Musk serve-se da OPM para encaminhar comunicados do Departamento de Eficiência Governamental, causando verdadeiro terror aos servidores. Levantamentos da imprensa mostram que cerca de 30 mil pessoas foram demitidas e 75 mil aceitaram participar de plano de demissão voluntária oferecida, mas esse plano é também questionado na ação judicial. A Casa Branca declarou na quarta-feira, 26, que a administradora do DOGE é a técnica Amy Gleason e não Elon Musk. Isso ocorreu, porque Trump foi obrigado a nomear formalmente um responsável pelo DOGE, depois que afirmou, em processo judicial, que Musk não tem autoridade sobre o programa. 

MILEI VIOLA CONSTITUIÇÃO

O presidente da Argentina, Javier Milei, na quarta-feira, 25, ignorou o pronunciamento dos senadores e publicou no Diário Oficial a nomeação de dois juízes para s Suprema Corte. O juiz federal Ariel Lino e o advogado Manuel Garcia-Mansilla foram nomeados no recesso do congresso que retorna às atividades amanhã, 1º. Macri foi censurado até mesmo por seus aliados, a exemplo do ex-presidente Maurício Macri, e por empresários. Um comunicado à Câmara de Comércio dos Estados Unidos da Argentina, que conta com mais de 700 empresas, afirma: "A escolha extraordinária e transitória de dois juízes da Suprema Corte pode atrapalhar os esforços (econômicos) e afetar a previsibilidade que o país precisa para consolidar o seu crescimento". 

O governo critica os senadores: "A Câmara Alta deveria ter dado seu acordo aos candidatos propostos pelo Poder Executivo. De maneira nenhuma o Senado tem a condição de rejeitar o acordo dos candidatos propostos pelo presidente com base em preferências pessoais ou políticas dos senadores". A Constituição estabelece que os juízes da Suprema Corte são escolhidos pelo presidente, somente depois da manifestação do Senado Federal. O presidente enviou os nomes dos dois magistrados em maio, mas a falta de decisão do Senado provocou seu posicionamento, nomeando sem esperar decisão dos senadores.   

MENEZES SAI EM DEFINITIVO DA PRESIDÊNCIA

O deputado Adolfo Menezes, reconduzido por seus pares para presidir a Assembleia Legislativa da Bahia, na mesma legislatura, foi afastado do cargo por decisão monocrática do ministro Gilmar Mendes, desde o dia 10 de fevereiro. Menezes iria para o terceiro mandato consecutivo, eleito em 2021, 2023 e 2025; ele obteve 61 dos 62 votos, no último pleito, e os parlamentares sabiam de precedentes, impossibilitando a continuidade de Menezes. O processo seguiu para definição dos membros da 1ª Turma do STF e já formou maioria para ratificar a decisão de Mendes. Votaram com o relator os ministros Edson Fachin e Dias Toffoli, faltando apenas Nunes Marques e André Mendonça, que não altera o resultado final. A deputada Ivana Bastos continuará interinamente no cargo até que haja nova eleição, depois do recesso, iniciado hoje e que se prolonga até a quarta-feira, 6.    

O Regimento não prevê prazo para realizar a nova eleição, mas acredita-se que a presidente interina cuidará de designar nova data muito brevemente. O senador Angelo Coronel quer o filho, deputado Angelo Coronel Filho, na primeira vice-presidência. A presidente interina, deputada Ivana Bastos, demonstra interesse em disputar o cargo de presidente. É possível que o PT consiga a primeira vice-presidência, ficando assim com os dois principais cargos da Casa.

AJUFE DEFENDE STF

A Associação dos Juízes Federais do Brasil, AJUFE, através de nota, defende o STF, na tensão diplomática, criada por parlamentares americanos. Na defesa, alegam os juízes federais brasileiros: "O Supremo Tribunal Federal desempenha um papel essencial na defesa dos princípios constitucionais e do Estado Democrática de Direito, garantindo aos cidadãos brasileiros o pleno acesso à justiça". A entidade reclama diálogo, mas destaca que "esse processo (de diálogo), no entanto, passa necessariamente pelo reconhecimento da Magistratura Brasileira e do Supremo Tribunal Federal, garantindo os meios necessários para cumprirem suas atribuições constitucionais com independência e segurança".   

CUIDADORA PERDE AÇÃO: NOVE MINUTOS

Uma cuidadora de idosos da cidade de Ronda Alta/RS ingressou com reclamação em julho/2021, contra o espólio de um idosa, buscando vínculo de emprego, mas na audiência de instrução e julgamento foi decretada sua revelia, face ao atraso, nove minutos, da trabalhadora na sala virtual. Na primeira audiência, por videoconferência, não houve acordo; em agosto/2022, na audiência de instrução virtual, a autora não compareceu nem justificou, manifestando somente nove minutos depois, quando já tinha encerrado a audiência. O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Passo Fundo/RS considerou revel e julgou. A Primeira Turma do TST entendeu que houve prejuízo ao andamento do processo.

Guarajuba/Camaçari/Ba, 28 de fevereiro de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



DEPUTADO PODE SER CASSADO

Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos 
O deputado federal Eduardo Bolsonaro pretende ser eleito para presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na Câmara, mas o PT fez representação junto à Comissão de Ética da Câmara, pedindo a cassação de seu mandato, por quebra de decoro. O abuso cometido pelo parlamentar situa-se na sua atuação junto às autoridades dos Estados Unidos contra o STF e contra o governo brasileiro; Eduardo está trabalhando para desmoralizar a Corte e do próprio governo, nos Estados Unidos, onde está  há mais de 15 dias, desde a posse do presidente Donald Trump. Ele busca sanções contra o Brasil e contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, alegando perseguição ao seu pai, ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado pela prática de vários crimes. O discurso do parlamentar é de que Moraes puniu drasticamente os golpistas do 8 de janeiro/2023, além de prejudicar negócios de empresas norte-americanas, a exemplo do bloqueio da rede social Rumble. É nítida manifestação de um americano, nunca de um parlamentar brasileiro.  

Na representação, o PT alega que Eduardo usa "informações torpes, reprováveis, caluniosas, incompatíveis com a dignidade e a estatura de quem ocupa um cargo de deputado federal. Os petistas insurgem contra a candidatura de Eduardo para a presidência da Comissão de Relações Exteriores, porque se ocupar o cargo "iria usar a instituição Câmara dos Deputados para articular contra o Brasil. É isso que eles estão fazendo", segundo afirmou o líder, Lindberg Farias. Além do pedido de cassação, o PT pede apreensão do passaporte de Eduardo. As representações processam-se na Câmara e no Ministério Público Federal.     

 

APLICATIVOS EM SÃO PAULO

Decreto do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, responsável pelo impedimento de carona por motos de aplicativos, foi derrubado em duas liminares, em Mandado de Segurança, a favor das empresas 99 Tecnologia e Uber. Trata-se de questionamento sobre aplicação de multas pela Prefeitura para o transporte por motos de aplicativos. O juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, na liminar do Mandado de Segurança, reconheceu que a Prefeitura não tem o direito de proibir o serviço do 99, mas pode regulamentá-lo e fiscalizá-lo, de conformidade com a legislação federal. O magistrado escreveu na decisão que a Lei Federal 12.587/2021 atribuiu aos municípios o dever de "planejar, executar e avaliar a política de mobilidade urbana, bem como promover a regulamentação dos serviços de transporte urbano. De forma alguma o diploma normativo permitiu aos municípios a vedação à atividade econômica, que é lícita e permitida por lei federal, regulamento de comando constitucional". 

A Prefeitura alega que há decisão do desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, em 27 de janeiro, em ação civil pública, aceitou recurso que reclamava o fim do transporte de passageiros por motos de aplicativos na capital até o julgamento final da ação. Uber e 99 asseguram que o texto não confere ao poder municipal autorização para proibir o serviço. Acontece que o Tribunal de Justiça, em análise de uma lei municipal de 2018, que proibia mototáxi na cidade, considerou invasão de competência do governo federal e, portanto, inconstitucional a lei municipal. Ademais, as empresas alegam que o serviço que oferecem não é o mesmo que mototáxi e reside a mesma diferença entre táxis comuns e carros de aplicativos.