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sexta-feira, 11 de abril de 2025

SAIU NO JORNAL O GLOBO

Bandeira da China — Foto: Freepik

 China não vai ceder. E isso ficou ainda mais claro com a elevação das tarifas aos produtos americanos para 84%, após Trump elevar o tom e subir a taxação ao país para 104%. O gigante asiático tem uma história longa de humilhação imposta por países estrangeiros, por isso, do ponto de vista estrutural, emocional, tudo indica que não vá ceder. Esse é um ponto. O segundo é que eles se tornaram grandes, ou seja, têm poder de fogo para contra-atacar. Terceiro, eles usam uma arma que é desvalorizar o yuan, que cai hoje em todo mundo. Ao desvalorizar a moeda, o governo chinês aumenta a competitividade de seus produtos no mercado internacional, numa estratégia em que busca neutralizar parte desse tarifaço americano. Para completar, a China tem um projeto de crescer a sua economia para dentro, aumentando a renda dos chineses e vendendo mais internamente. Vale lembrar que estamos falando de uma população de 1,4 bilhão de pessoas.

O país trabalha ainda para ampliar sua influência e suas alternativas de comércio, com desenvolvimento, por exemplo, da nova rota da seda e de uma rede de aliados estratégicos entre os países da Ásia contra o poderio americano. Os chineses usarão todas essas armas para se manterem firmes onde estão, o que indica que a escala da guerra comercial declarada pelos Estados Unidos vai continuar. 

Os efeitos desse tarifaço já são sentidos nos Estados Unidos. As big techs que compõem o grupo chamado de "as sete magníficas" — que apoiaram a campanha de Donald Trump com dinheiro e no palanque, ganhando grande destaque inclusive na posse do presidente — viram suas ações despencarem (o mercado financeiro americano já perdeu cerca de US$ 10 trilhões). Mais do que isso, essas empresas viram ser completamente desestruturada a sua lógica de negócio. Imagine a Apple sem poder comprar parte dos seus componentes do iPhone de fora? Tradicionalmente, os Estados Unidos ficam com a parte mais sofisticada da indústria, a de desenvolvimento intelectual, a manufatura é feita por outros países. Esse sistema permite custos mais baixos, já que o custo de produção nos Estados Unidos é muito alto. 

Apoiadores de primeira hora de Trump já começam a criticá-lo, como o megainvestidor Bill Ackman, que, nas redes sociais, disse "não foi nisso que votamos". A reação interna já começou entre empresários e investidores, mas vai se estender para os consumidores quando os preços começarem a subir.

O Brasil tem agido corretamente ao adotar uma postura cautelosa nessa negociação com os EUA. Isso não impedirá, no entanto, que sejamos afetados. Nesse cenário, as exportações brasileiras cresceram, reflexo dessa confusão tarifária, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, com quem conversei nesta terça-feira. Apesar de alguns produtos que o Brasil exporta terem tido aumento de demanda, a ideia de que o país se beneficiará com essa guerra comercial é muito duvidosa. Uma dessas razões é que, aumentando as exportações, aumenta também a pressão sobre a inflação interna. E há muito mais que será afetado.

Nesta terça-feira, o ministro Fernando Haddad destacou que o Brasil tem reservas cambiais altas. Tem mesmo: são US$ 330 bilhões, e isso nos fortalece, é verdade. A Argentina, por exemplo, está negociando empréstimo com o FMI, vive uma situação completamente diferente. Haddad disse ainda que o Brasil está mais perto da porta de saída, mas não existe porta de saída para uma crise deste tamanho.

MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 11/4/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Desembargador desenvolve algoritmo e zera acervo de 42 mil processos no TRF1

Magistrado conta como desenvolveu "algoritmo" para liberar 43 mil autos. 

Era o maior acervo em tribunais do Brasil

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

‘Custo de transição’: tarifaço de Trump já mexe com a vida das empresas, que suspendem negócios

Primeiros sinais de desaceleração no comércio global já estão surgindo 

e empresas apertam botão de pausa em pedidos

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Não há vencedor numa guerra de tarifas, diz Xi, ao elevar taxação dos EUA a 125%

Em primeiro comentário sobre conflito comercial, líder chinês afirma que país 'não teme supressão irracional'

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Governo vai propor isenção de energia 
para até 60 milhões de pessoas

A ideia é que haja uma isenção de pagamento de tarifa de energia 

elétrica para essas populações caso elas consumam até 80 kWh por mês

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/S

República Dominicana encerra buscas após 
colapso de casa noturna que deixou 218 mortos

Autoridades descartaram a possibilidade de encontrar pessoas com vida

DIÁRIO DE NOTÍCIAIS - LISBOA/PT 

Marques Mendes: “A Presidência da República não é para um executivo, é para um político”

No podcast Soberania o candidato a Belém apresenta as suas ideias sobre a Segurança, Defesa e Justiça. Criticou também a "ambiguidade" de Gouveia 
e Melo e apelida-o de “cata-vento”.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

RADAR JUDICIAL

CHINA ALERTA SOBRE VIAGENS AOS EUA

O Ministério da Cultura e Turismo da China emitiu ontem, 9, alerta para seus cidadãos sobre eventuais viagens aos Estados Unidos. Há recomendação para que "avaliem completamente os riscos" e dêem preferência para viagens a outro país "com cautela". Na mensagem está escrito: "Recentemente, devido à deterioração das relações econômicas e comerciais entre China e EUA e à situação de segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e turismo lembra aos turistas chineses que avaliem completamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e viajem com cautela".   

PROCESSO CONTRA PROMOTOR

O Conselho Nacional do Ministério Público determinou instauração de processo administrativo disciplinar contra um promotor de Justiça do Ministério Público do Ceará, por violação de prerrogativas parlamentares, quando deu voz de prisão a um deputado federal e autorizou o uso de algemas. O corregedor nacional, conselheiro Ângelo Fabiano Farias da Costa, assegurou que a conduta do promotor pode ter ferido normas da Lei Orgânica e Estatuto do Ministério Público do Ceará, bem como dispositivos constitucionais. O conselheiro acrescentou, afirmando que "essa é uma prerrogativa clara e expressa. Ao autorizar a prisão e o uso de algemas contra um deputado federal, o promotor desrespeitou a imunidade prevista na Constituição e comprometeu a imagem da instituição".  

MULHER DE DESEMBARGADOR 

A esposa do desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foi acusada de manter Sônia Maria de Jesus em cativeiro, por 40 anos, incluída entre empregadores submetendo pessoas a condições análogas à escravidão. O Ministério do Trabalho e Emprego denomina Lista Suja do Trabalho Escravo, e anota empregadores com pessoas submetidas a condições análogas à escravidão. Os inscritos nesta lista têm restrição a crédito em bancos públicos e exclusão de programas governamentais, assim permanecendo por dois anos. A empregada do casal foi resgatada por auditores fiscais do trabalho, em junho/2023; dois meses depois o STJ revogou a decisão de resgate, por falta de provas e autorizou a volta da mulher à residência dos patrões. Dessa forma, apenas o nome da empregada permanece no cadastro.

NAÇÕES UNIDAS REJEITA PROPOSTA DE ISRAEL

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, rejeitou na terça-feira, 8, proposta de Israel para gerenciar as entregas de ajuda humanitária em Gaza, sob fundamento de que Tel Avir poderia "controlar ainda mais e limitar cruelmente a ajuda até a última caloria e grão de farinha". Declarou Guterres: "Deixem-me ser claro: "não participaremos de nenhum acordo que não respeite totalmente os princípios humanitários: humanidade, imparcialidade, independência e neutralidade". Desde 2 de março os criminosos de Israel não permitiram nenhum mantimento externo ser entregue em Gaza, com 2,1 milhões de habitantes. Guterres afirmou também que "Gaza é um campo de extermínio - e os civis estão em um ciclo de morte sem fim". Israel fechou os pontos de passagem para Gaza e bloqueou a segurança". 

ADVOGADA DA BAHIA É PRESA EM MINAS GERAIS

Em Belo Horizonte, uma advogada foi presa, na terça-feira, 8, suspeita de chefiar grupo criminoso na prática de fraudes contra o sistema judiciário e instituições bancárias, buscando saques indevidos de precatórios. Atuaram na diligência policiais civis da Bahia e de Minas Gerais. A mulher é conhecida nas redes sociais, porque tem milhares de seguidores e pela vida de luxo que leva. Ela é identificada por Laís Barros, e está sendo acusada do desvio de aproximadamente R$ 600 mil, através de saques fraudulentos. O grupo é integrado por outros advogados, mas não foram presos, nem divulgados seus nomes.   

CAIADO TORNA ELEGÍVEL

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás decidiu, por unanimidade, na terça-feira, 8, reformar a decisão do juízo de primeiro grau, de inelegibilidade por oito anos, para declarar a elegibilidade do governador Ronaldo Caiado. A Corte decidiu reverter as punições de inelegibilidade e cassação de mandato do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, admitindo punição através de multas, porque configurada conduta vedada. O desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga, presidente do TRE, acompanhou seus colegas, "afastando a punição que fora empregada sem nenhuma razoabilidade, nos extremos mais descabidos, para jogar ou trazer a solução para seu devido trilho". Caiada fez apresentação, na Bahia, como candidato à Presidência da República, na eleição do próximo ano.  

Salvador, 10 de abril de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.  



UNIVERSIDADE É SUBSERVIENTE

A Universidade de Columbia, de Nova York, perdeu o prestígio que desfrutava de uma das melhores escolas de ensino dos Estados Unidos. Muitos alunos estão desistindo de continuar estudando nessa Universidade, face à subserviência da direção com as injunções descabidas e absurdas do presidente Donald Trump. Columbia foi palco de protestos pró-Palestina, pelos estudantes, nesses últimos anos, causando perseguição do presidente americano, porque alinhado com a guerra de Israel, que já matou mais de 40 mil pessoas, entre as quais muitas crianças, idosos e mulheres. Trump reclama para que a direção da universidade puna os estudantes que participam de qualquer ato contra Israel. A punição de Trump contra a universidade surgiu logo que ele assumiu o cargo, em março, quando retirou US$ 400 milhões em fundos e contratos federais da instituição; além disso, suspendeu estudantes que participaram dos protestos e determinou que não deveriam usar máscaras no campus, sem respeitar a autoridade da escola.  

A direção da universidade aceitou a todas as ingerências do estúpido Donald Trump e passou a suspender alunos e até a cancelar diplomas dos que formaram; além disso, em subserviência sem limite, autorizou policiais a deterem alunos em pleno campus. No final do mês de março, os alunos protestaram contra a direção e compareceram a um evento de arrecadação, além de rasgarem seus diplomas. Mas, Trump não persegue somente a Columbia, pois, recentemente, retirou US$ 175 milhões de fundos da Universidade da Pensilvânia, simplesmente por ter admitido uma aluna transgênero numa equipe de natação. O antissemitismo de Trump estrapola para punir escolas de elite, como Yale, Princeton e Harvard, obrigando-as a impedir manifestações pró-Palestina. A direção da Columbia atende às injunções de Trump e demite professores e expulsa estudantes. Uma estudante diz: "É simples: não é mais um bom ambiente para o aprendizado ou a liberdade de expressão".   

 

TRUMP RECUA, MAS PUNE CHINA

O presidente Donald Trump continua brincado e vingando, através do uso das taxas contra os países com os quais têm relacionamento comercial; ele recuou com todos os países, adiando para vigência no prazo de 90 dias e ainda reduzindo a taxa para 10%, igualitariamente, mas manteve a guerra tarifária contra a China, e ainda ampliou, atualmente, para 125%. Percebe-se que o presidente americano joga no escuro para colher no claro, em bruta chantagem que muitos países aceitam a "jogada". De qualquer forma, Trump, no cenário internacional, mostrou fraqueza com o recuo. O especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, expôs seu comentário: "Nesse contexto, observamos uma melhora significativa no humor dos mercados globais com o real devolvendo as perdas obtidas ao longo da semana. A melhora vinda do fato externo foi o grande evento de hoje, que beneficiou os ativos brasileiros, impulsionando principalmente a bolsa e aliviando as pressões recentes sobre o câmbio e os juros futuros". 

Para Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e presidente do Instituto Relações Internacionais e Comercial Exterior, "Donald Trump teve de recuar, de qualquer maneira, porque os mercados estavam derretendo, não apenas a Bolsa, mas, especialmente, os títulos do governos dos Estados Unidos, com juros voltando a subir com uma percepção maior de risco da economia norte-americana e de uma situação de recessão em geral". Adiante: "As escolhas econômicas dele são todas erradas, de tarifa de importação, de fiscal, geral da economia. Ele está pagando o preço pelos erros que está fazendo e o mundo na verdade está pagando o preço". Outros comentaristas entendem da mesma forma e asseguram que "o mercado internacional está em compasso de espera, digerindo os próximos passos dessa disputa comercial e os dados econômicos que virão, como a decisão do Federal Reserve na próxima semana".   

 

CHINA DESPEJA TÍTULOS DO TESOURO DOS EUA

Investidores apoiadores de Trump informam que a China começou a desfazer de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, face às tarifas Americanas, principalmente a última de 104%, originada do governo americano. Chamath Palihapitiya, apoiador de Trump e capitalista de risco, declarou o seguinte: "Estou ouvindo que eles estão despejando títulos do Tesouro dos EUA para tentar mover as taxas, mudar a narrativa e tornar nossos próximos leilões do Tesouro mais caros. Pode fazer sentido adiar os leilões para a próxima semana. A China não pode vender indefinidamente". Atualmente, o título americano de 5 anos subiu 2%, o de 10 anos, 3,2%, e o de 30 anos, 3,6%.     

A China tinha US$ 761 bilhões em títulos do Tesouro dos Estados Unidos, no final de janeiro, atrás apenas do Japão que dispõe de US$ 1.08 trilhão. Há quem acredita que a implosivo ação tarifária de Donald Trump é "jogada" do presidente americano, visando reduzir os rendimentos dos trilhões em dívida governamental que vencerá neste ano de 2025. 

 

SAIU NA FOLHA DE SÃO PAULO

Vinicius Torres Freire

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha. É mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA)

 
 GUERRA COMERCIAL

Até donos do dinheiro grosso começam a reagir a Trump, que pisca e recua

Prestígio do presidente dos EUA está no vermelho; bajulação dos Bolsonaro continua

A China acredita que pode aguentar o ataque comercial de Donald Trump por mais tempo do que os americanos. Pelo menos até que Trump e Partido Republicano percam as eleições de meio de mandato de 2026, pelos danos econômicos que teriam causado.

O povo dos EUA já não aguenta muito. O prestígio de Trump está no vermelho desde meados de março, segundo a média das pesquisas do Boletim de Nate Silver. Começou com 51,6% de aprovação e 40% de desaprovação, em 21 de janeiro; em 9 de abril, 46,1% a 50,4%.

Um homem sentado em uma mesa no Escritório Oval, segurando um documento. Ele tem cabelo loiro e está usando um terno azul. Ao fundo, há uma bandeira dos Estados Unidos e cortinas douradas. Em cima da mesa, há algumas fotos emolduradas.
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante assinatura de decretos no Salão Oval da Casa Branca -  Nathan Howard/Reuters

No Brasil, Trump tem 22% de imagem positiva e 43% de negativa, segundo pesquisa Quaest de fins de março, antes do tarifaço. Entre os brasileiros que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, 44% de imagem positiva e 20% de negativa.

Como Trump vai causar danos a empresas brasileiras, à economia do mundo e à paz, para dizer o mínimo, pode ser que fique com o filme ainda mais queimado. Até onde os Bolsonaro vão continuar a bajulação?
A finança americana chiou. Trump sentiu o golpe e enfiou no bolso o aumento de importação que valia a partir desta quarta. Quis dizer que o alvo mesmo é a China.

Financistas não aguentaram uma semana do tarifaço do "Dia da Libertação", 2 de abril —nem mesmo amiguinhos de Trump. Desde sexta, passaram a falar publicamente de recessão, de alta de juros, de destruição de empresas. Quase toda essa gente ficara quieta desde a segunda vitória de Trump, uns por adesão, muitos por temor de retaliação.

Desde esta terça, o mercado de títulos de dívida, inclusive o mercado de títulos da dívida pública americana, começou a rugir grosso. As taxas de juros começaram a subir, não se sabe bem por pânico, por acidentes com hedge funds alavancados ou o quê.

O comando de dois bancões teria avisado o governo Trump de que havia risco de colapsos, como em março de 2020, quando esse mercado travou, por falta de quem quisesse comprar títulos, obrigando o Fed, o BC dos EUA, a intervir de novo, garantindo o funcionamento da praça e voltando a subsidiar a conta de juros do setor privado e do governo.

Na sexta passada, a taxa de juros dos títulos de 10 anos do governo americano chegara a triscar os 3,99% ao ano. Trump fez festa. Disse que estava cumprindo a promessa de baixar juros, uma idiotice de demagogo lunático, como um Bolsonaro. A taxa na verdade caía por medo do risco no mercado de ações ou de empréstimos para empresas, por receio de recessão e pela decorrente expectativa de queda da taxa básica do Fed. Era um movimento normal, de fuga do risco para papeis mais seguros.

Na quarta, o título de 10 anos foi a perto de 4,5% ao ano. Taxa de juros em alta é outro modo de dizer que o preço dos títulos cai (isto é, há mais gente vendendo do que comprando títulos). Por que donos do dinheiro grosso do mundo não queriam ficar com títulos americanos, mesmo com ações sangrando em vermelho vivo?

Vai demorar para se descobrir o que se passou (se é que já passou). Até hoje não se sabe bem o que houve em 2020.

Trump piscou quando viu que o vulcão do mercado de títulos da dívida americana, de US$ 29 trilhões, poderia explodir na cara dele. Continua sua guerra contra servidores de alto nível, universidades, minorias, eleições livres e sistema de justiça independente. O grosso da guerra econômica também. Mas, por ora, pelo menos o dinheiro grosso indicou que o Nero Laranja pode ter limites.

TRUMP: MUDANÇA CLIMÁTICA É UMA FARSA"

O presidente Donald Trump nunca teve respeito pela conservação do meio ambiente. Neste governo tumultuado que iniciou já desfez ato de seu antecessor, Joe Biden, para autorizar perfuração na busca de petróleo e gás, desenvolvimento geotérmico e mineração de rochas duras, em terras em Nevada, e Novo México. O ato permite exploração madeireira em mais da metade das florestas nacionais, importando em 113 milhões de acres, ou seja, 46 milhões de hectares. O entendimento dos que defendem o meio ambiente é de que Trump está prestando ajuda às indústrias privadas, sem se importar com os danos ao meio ambiente. A administração Biden proibiu a mineração em terras nas montanhas Ruby de Nevada e no Novo México, mas o governo atual abriu o caminho para exploração de petróleo, gás e geotérmica. O Departamento de Agricultura do país ainda teve o desplante de, em comunicado, assegurar que estava "removendo os regulamentos onerosos da era Biden que sufocaram o desenvolvimento de energia e minerais para revitalizar comunidades rurais e reafirmar o papel dos EUA como uma potência energética global".   

O governo de Biden implementou proteções com duração prevista de 20 anos, atendendo a pedidos de tribos nativas americanas e comunidades locais, mas Trump em um ato acabou com tudo, causando aborrecimento e revolta dos habitantes e políticos dos dois estados. O senador democrata Martin Heinrich declarou: "Esse tipo de tomada de decisão de cima para baixo, sem qualquer tentativa de discutir ou mesmo ouvir as comunidade impactadas, é exatamente o que está errado com esta administração". Já o organizador da New Mexico Wilderness Alliance, Ralph Vigil, grupo ambiental sem fins lucrativos, afirmou que "ninguém nesta comunidade quer indústrias extrativas ou qualquer ameaça à nossa bacia hidrográfica". Trump, sem o mínimo respeito ao meio ambiente afirmou que "a mudança climática, um fato científico estabelecido, é uma farsa". Trump vai pelo lado inverso, porque busca aumentar a demanda e a produção de combustíveis fósseis. 



MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 10/4/2025

CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

Trump recua e adia tarifaço para vários países, mas não poupa a China

Mercados reagiram bem à decisão do presidente dos EUA de suspender por 90 dias a imposição de "tarifas recíprocas". Para a China, imposto de importação será de 125%

O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

‘Trump é um homem do passado, tem uma visão anacrônica do comércio’, diz Ricupero

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

Democratas iniciam campanha para expulsar Musk do governo até maio

Empresário tem coordenado cortes de gastos públicos nos EUA; 

grupo diz que ele não pode atuar por mais de 130 dias

TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA

Influenciadores e policiais são presos por rifas ilegais na Bahia

Investigação apontou que grupo movimentou R$ 680 milhões 

com rifas ilegais nas redes sociais

CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

Polícia Civil combate organização criminosa 
ligada a crimes de agiotagem e tortura 
em Porto Alegre

Grupo desenvolveu sistema de caça e recompensa para cobrar dívidas

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT 

“A representatividade é ridícula.” 1,5 milhões de portugueses “só” conseguem eleger quatro deputados 

Nada mudou desde 1976 na “proporcionalidade” nos círculos eleitorais 
da Europa e Fora da Europa. Nem a falta de consenso.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

JUÍZA É APOSENTADA PELO CNJ

Em sessão de ontem, o CNJ julgou procedente mudança dA punição da magistrada Priscila de Castro Murad, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, transformando de censura para aposentadoria compulsória. A decisão fixou novas regras para prescrição e decadência. A Revisão Disciplinar foi relatada pelo conselheiro Alexandre Teixeira e a acusação contra a magistrada é de ineficiência na prestação jurisdicional, desordem nas atividades cartorárias, paralisação de processo de competência do Tribunal do Júri por longos períodos, baixa produtividade, tratamento privilegiado a advogados locais e atraso constante na movimentação dos processos.    

O julgamento do caso teve início em setembro do ano passado, quando a conselheira Daniela Madeira pediu vista regimental, após reformulação do voto do relator, rejeitando as preliminares, afastando a prescrição e julgando procedente o pedido para modificar a sanção de censura para aposentadoria compulsória, com vencimentos proporcionais. A conselheira Daniela acompanhou o voto do relator. O conselheiro Ulisses Rabaneda também pediu vista, mas acompanhou a Turma. No final, foi fixado o prazo prescricional em cinco anos da data de conhecimento do fato e a decadência em um ano para instauração de revisão disciplinar, a partir da data do conhecimento da instrução do Processo Administrativo Disciplinar.