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segunda-feira, 14 de abril de 2025

RADAR JUDICIAL

MINISTRO CONTRA MUDANÇA DE NOME

O ministro Flávio Dino manteve decisão da Justiça de São Paulo no sentido de suspender o nome de Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal de São Paulo, rejeitando pedido da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais, em arguição de descumprimento de preceito fundamental. A alteração do nome aconteceu no mês de abril e, em ação direta de inconstitucionalidade estadual, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar para suspender o trecho da Lei Orgânica do Município de São Paulo, admitindo o nome de Polícia Municipal. A Federação ingressou com a ADPF para cassar a liminar, sob fundamento de que a lei não exclui a nomenclatura original, nem retira identidade institucional.  

OAB: VOTO SECRETO NAS ELEIÇÕES

O Conselho Pleno da OAB do Rio de Janeiro, em reunião na quinta-feira, 10, mudou regras na formação das listas do quinto constitucional. A decisão foi no sentido de consignar o voto secreto nas eleições para as listas de candidatos a desembargador. A definição deu-se em votação por aclamação dos conselheiros e das conselheiras. A presidente da entidade, Ana Tereza Basilio declarou: "Nosso objetivo é assegurar que os conselheiros tenham independência e não sofram retaliações ou pressões externas. 

ADVOGADO AGRIDE MULHER

O advogado João Neto está sendo investigado por agredir uma mulher, dentro de seu apartamento, em Maceió/AL; ele terminou sendo preso na noite de ontem, 14, flagrado por câmera de segurança. O vídeo mostra a vítima na porta de um apartamento e, momentos depois, começa a pingar sangue no chão. Supõe-se que houve discussão entre os dois. Testemunhas afirmaram à polícia que ouviram os gritos da mulher, pedindo socorro, mas o advogado não estava no local, quando os policiais chegaram. A mulher foi conduzida para um hospital e João Neto apareceu em uma moto, com uma pessoa na garupa, fazendo manobras, nos arredores da unidade de saúde, onde estava a vítima.   

SINDICÂNCIA CONTRA JUÍZA

O corregedor-geral da Justiça de Mato Grosso, desembargador José Luiz Leite Lindote, instaurou sindicância contra a juíza Tatiana dos Santos Batista, por prática de irregularidade operacionais na tramitação de processos, como despachos genéricos, além da acusação de permanecer, pela maior parte do tempo, fora do estado de Mato Grosso, sem autorização do Tribunal. A magistrada está lotada na comarca de Vila Bela da Santíssima Trindade. O corregedor anotou: "Tais inconsistências demonstram falhas na gestão da Unidade, no cumprimento de determinações normativas e dos deveres funcionais previstos no Código de Ética da Magistratura Nacional". 

SEM CUSTAS ANTECIPADAS

A juíza Bianca Ferreira do Amaral Machado Nigri, da 48ª Vara Cível do Forum Regional da Barra da Tijuca/RJ, determinou a um advogado para efetuar pagamento antecipado das custas processuais em ação de cobrança de honorários, no valor de R$ 349.408,56, sob pena de extinção do feito. A magistrada entende que o dispositivo legal invocado apresenta inconstitucionalidade material, porque viola o art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, quando institui gratuidade processual automática e exclusiva para a categoria profissional dos advogados, mesmo sem comprovar insuficiência de recurso, ferindo o princípio da isonomia. O desembargador Ricardo Alberto Pereira, da 15ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça, em agravo de instrumento, suspendeu a decisão da magistrada de extinção do processo até julgamento do mérito.    

Salvador, 15 de abril de 2025.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.


TRUMP GOVERNA, PERSEGUINDO

O segundo governo do presidente Donald Trump é de perseguição principalmente às pessoas que ele considera inimigos. Entre os retaliados figuram os grandes escritórios de advocacia dos Estados Unidos, aqueles que patrocinaram causas contra ele. No curriculum vitae do atual presidente consta a primeira condenação por abuso sexual contra a escritora E. Jean Carroll; além desta penalização, Trump foi punido por fraude contábil, quando ocultou pagamento de US$ 130 mil para comprar o silêncio da atriz pornô Sormy Daniels, nas eleições de 2016. O presidente foi acusado de ocultar relação sexual com a atriz. Mas vejamos, as perseguições do presidente: nesta semana foi expedida mais uma "ordem executiva" contra um escritório que processou seus aliados. Trata-se da banca Susman Godfrey LLP, sediada em Houston (Texas) que defendeu a fabricante de urnas eletrônicas Dominion Voting Systems contra as emissoras de televisão Fox News e Newsmax Media, aliadas de Trump. A empresa apenas fabricou as urnas, mas foi acusada e transferir votos de Trump para Biden, na eleição de 2020. Uma dessas redes, a Newsmax Media, processada foi condenada pela Justiça na indenização de US$ 1,6 bilhão.

A justificativa de Trump para perseguir a banca: "Determinei que medidas são necessárias para lidar com os riscos significativos, a conduta odiosa e os conflitos de interesse associados à Susman Godfrey LLP (Susman)"; ele prossegue acusando os advogados de usarem "o sistema jurídico americano como uma arma para degradar a qualidade das eleições americanas". Acusa a banca até de financiadora de grupos para "minar a eficácia das Forças Armadas dos Estados Unidos...". Trump prossegue com outras absurdas acusações contra a banca. A punição iguala a que aplicou a outros escritórios, no sentido de cancelar as denominadas security clearances, ou seja credencial para acesso a informações do governo. Além disso ameaça cancelamento de contratos da banca com o governo. O imprevisível presidente já puniu seis escritórios de advocacia com suas "ordens executivas": Covington & Burling, Perkins Coie, Paul Weiss, Jenner & Block, WilmerHale e Susman Godfrey. Três dessas bancas ingressaram com ações judiciais contra o governo e obtiveram liminares que impedem a execução das "ordens executivas"; outras bancas renderam às injunções de Trump. Junto a isso, mais de 500 escritórios de advocacia dos Estados Unidos assinaram declaração conjunta em apoio à Perkins Coie; estudantes de Direito, diretores de departamentos jurídicos e muitas empresas estão aderindo à resistência.   




GENOCÍDIO EM GAZA

Israelenses matam na Faixa de Gaza
A professora de história árabe da USP e diretora do Centro de Estudos Palestinos da universidade mostra a perversão de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. Diz a professora Arlene Clemesha: "O antissemitismo ainda existe e ainda pode aflorar, porque as suas raízes estão, infelizmente, ali. Não foram combatidas suficientemente à medida que o antissemitismo é um racismo, e o racismo existe de diversas formas. É verdade também que, à medida que o Estado de Israel implementa uma séria de políticas absolutamente contrárias aos palestinos, causando angústia e raiva, há um transbordamento. É possível perceber que, em certos grupos, existe uma tendência que a crítica ao Estado de Israel transborde para um sentimento contra judeus, à medida que o Estado de Israel se coloca como representante de todos os judeus do mundo, o que nem todos os judeus do mundo aceitam. 

A professora classifica a ação de Israel como genocídio de palestinos na Faixa de Gaza, imaginando a união impossível entre israelenses e palestinos. Na defesa na Corte Internacional de Justiça, Israel defendeu-se sobre a acusação de genocídio, alegando que "há uma guerra trágica em curso na Faixa de Gaza, não um genocídio" e classifica de distorção do direito internacional a acusação. Tramita na Corte denúncia apresentada pela África do Sul, acusando Israel de descumprir, em Gaza, a Convenção Internacional contra o Genocídio. Em novembro/2024, o Tribunal Penal Internacional expediu mandados de prisão contra o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant e o comandante do Hamas Mohammed Deif, pela prática de crimes de guerra. O certo é que os criminosos israelense matam indiscriminadamente crianças, idosos e mulheres, indicação de que querem acabar com os palestinos.        



"VAMOS RECUPERAR NOSSO QUINTAL"

Canal do Panamá
O descaso das autoridades americanas com a América Latina é refletida na manifestação do Secretário de Defesa, Pete Hegseth; em entrevista à Fox News ele declarou: "É estratégia. O governo (Barack) Obama tirou os olhos da bola e deixou a China tomar toda a América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fazendo acordos com governos locais de infraestrutura ruim, vigilância e endividamento. O presidente Trump disse "não mais", vamos recuperar o nosso quintal". Ele criticou a influência da China na América do Sul e Central e os Estados Unidos "agora miram o Canal do Panamá para retomar sua presença na região". O Secretário Hegseth reuniu com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino e concordaram em aumentar a cooperação na área de segurança, além de discutir um meio para compensar os custos cobrados de navios de guerra americanos pela travessia do canal. Depois desse encontro, a Embaixada da China no Panamá publicou nota no X, "acusando os EUA de chantagem e reforçando que os acordos comerciais do Panamá são um decisão soberana, fora da alçada americana".  

Hegseth ainda afirmou que "por convite", os "EUA poderiam reativar antigas bases militares ou estações aéreas navais no Panamá, com presença rotativa de tropas; isso importa em permitir que os americanos retornem ao território que ele invadiram há 35 anos. Os americanos buscam também isenção de seus navios de guerra no uso do canal, porque Trump classifica de injusto e excessivo. O presidente americano não se cansa de afirma que a China exerce influência demasiada sobre o Canal do Panamá, com movimentação de 40% do tráfego de contêineres dos Estados Unidos e 5% do comércio global. Os Estados Unidos estão lutando para "retomar" o controle da rota estratégica, alegando que foi financiada, construída pelos Estados Unidos até 1999. A Autoridade do Canal do Panamá, que é independente e responsável pela via, assegurou que busca "esquema neutro em custo", visando compensar os serviços de segurança prestados pelas embarcações militares. O canal do Panamá é aberto a todas as nações e cobra tarifas, a depender do tamanho e da carga dos navios. 



    MANCHETES DE ALGUNS JORNAIS DE HOJE, 14/4/2025

    CORREIO BRAZILIENSE - BRASÍLIA/DF

    Cirurgia de Bolsonaro termina após 12 horas

    Em postagem nas redes sociais, Michelle Bolsonaro disse que o procedimento 
    foi concluído com sucesso

    O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ

    Governo planeja exames e cirurgias em rede 
    privada para acelerar fila do SUS

    Proposta busca combater demora recorde no atendimento e dar 

    marca eleitoral a Lula

    FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP

    Órgão eleitoral declara vitória de Noboa no Equador, e oposição fala em fraude

    Presidente consegue vantagem confortável em relação a opositora, diferentemente do que ocorreu no 1º turno

    • TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA



    'Divórcio litigioso' entre EUA e China pode 
    gerar nova ordem em diversos setores

    Trump atingiu em cheio a ordem internacional construída pelos EUA 

    desde o século XX e abalou a confiança na maior economia do mundo

    CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS

    Casos de dengue disparam e deixam 
    o Rio Grande do Sul em alerta

    Viamão lidera lista de infecções no RS, que tem 474 municípios infestados 

    pelo mosquito Aedes aegypti

    DIÁRIO DE NOTÍCIAIS - LISBOA/PT 

    Turismo antecipa quebra na procura de americanos e perdas de milhões com políticas 

    de Trump

    Setor está "preocupado" com os "efeitos significativos" de um recuo 
    das visitas dos turistas dos Estados Unidos que são já o quarto maior 
    mercado emissor do país em receitas.

    domingo, 13 de abril de 2025

    RADAR JUDICIAL

    TRIBUNAL DE GOIÁS CONCEDE AUXÍLIO E DIÁRIAS

    O Tribunal de Justiça de Goiás concedeu aos magistrados e servidores, na quinta-feira, 10, reajuste de seus auxílios e diárias, de conformidade com os índices inflacionários e análises técnicas. O presidente do Tribunal, desembargador Leandro Crispin, assinou três decretos neste sentido. Auxílio-alimentação e auxílio-creche tiveram reajustes de 4,83%, enquanto as diárias para deslocamentos tiveram aumento de 16,02%, resultado da variação acumulada do IPCA entre 2022 e 2024. O Tribunal assegurou que os aumentos não geram novas despesas, mas apenas repõe a inflação. 

    ADVOGADO AGRIDE COLEGA 

    A OAB/CE afastou o advogado que agrediu seu colega, Frederico Perez Silveira, na tarde de quinta-feira, 10, depois de discussão, em frente à Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará, CEACE, em Fortaleza. A OAB informou: "Além da suspensão com prazo máximo de um ano, ou até que a medida venha a ser substituída por suspensão preventiva (...) ficou determinada a comunicação da decisão ao Poder Judiciário e a todos os órgãos da OAB, para registro no Cadastro Nacional de Advogados (CNA) e no Cadastro Nacional de Sanções Disciplinares". Vídeo mostra o momento no qual um dos profissionais grita e desfere um tapa no colega; em seguida, os dois caem, mas as agressões prosseguem com chutes, suspensos face a interferência de terceiros. O agredido denunciou ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/CE e registro Boletim de Ocorrência.    

    INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

    A 10ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná anulou sentença e declarou inexistente débito, referente a empréstimo consignado, contratado de forma fraudulenta em nome de uma aposentada por WhatsApp. O banco ainda foi condenado a indenizar a mulher no valor de R$ 10 mil. O juiz de primeiro grau negou os pedidos da autora e condenou no pagamentos das custas e honorários. Outro foi o entendimento do Tribunal, quando o desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima, relator, escreveu no voto: "Ressalte-se que as telas sistêmicas apresentadas pela parte ré constituem meros indícios de contratação, não podendo ser tomadas como provas inequívocas, sobretudo diante da divergência expressada pela requerente". Adiante: "Nesse contexto, o banco réu não se desincumbiu de seu ônus probatório (art. 373, II, CPC), não demonstrou a existência da contratação e a conseguinte autorização dos descontos, razão pela qual os valores indevidamente descontados devem ser restituídos à autora".  

    FALTA DO NOME DO JUIZ; SEM NULIDADE

    Em Habeas Corpus, a 6ª Turma do STJ, negou provimento a pedido do réu, processado por interceptação telefônica. A defesa alegou decisão apócrifa, porque inserida no sistema sem a identificação do juiz prolator. O relator, ministro Sebastião Reis Júnior, escreveu na decisão: "A assinatura digital é suficiente para validade de decisões judiciais em processos eletrônicos, conforme estabelecido na Lei n. 11.419/2006". A improcedência do pedido foi unânime, mesmo porque "a assinatura eletrônica é um pressuposto para a decisão digital, a ausência do nome do juiz que a proferiu no corpo do documento não basta para torná-la nula por falta de autenticidade".  

    CHINA PEDE ELIMINAÇÃO COMPLETA DE TARIFAS

    O Ministério do Comércio da China, pediu aos Estados Unidos que "eliminem completamente as tarifas recíprocas; a declaração aconteceu hoje, 13, depois que Donald Trump isentou celulares, computadores e outros eletrônicos das tarifas recíprocas; a maioria dos produtos chineses continuam com a tarifa geral de 145% para entrar nos Estados Unidos. Os eletrônicos, entretanto, representam significativa parte das exportações da China para os Estados Unidos. O ministro afirmou que foi um "pequeno passo e que a China estava avaliando o impacto dela". Disse o porta-voz do Ministério: "Instamos os Estados Unidos (...) a tomarem medidas importantes para corrigir seus erros, eliminar completamente a prática errônea de tarifas recíprocas e voltar ao caminho certo do respeito mútuo".   

    Salvador, 13 de abril de 2025.

    Antonio Pessoa Cardoso
    Pessoa Cardoso Advogados.



    SERVIDOR COMPARA CABELO DE ADVOGADA COM VASSOURA

    O servidor público Geraldo Baptista Benete, de Sorocaba/SP, foi condenado, em agosto/2024, à pena de dois anos e oito meses de reclusão, porque comparou o cabelo de uma advogada a uma vassoura piaçava, mas no recurso ele foi absolvido. A sentença prolatada pela juíza Daniella Camberlingo Querubim assegurou que o crime "não foi praticado em circunstâncias piores daquelas normalmente verificadas em delitos da mesma espécie, daí ter embasado em injúria racial e agravante do cometimento do crime ser originado de funcionário público, na forma da Lei 7.7126". O caso subiu para o Tribunal de Justiça de São Paulo que modificou a sentença para absolver o servidor público, por maioria, com invocação do disposto no inc. III, art. 386 do Código e Processo Penal.    

    O caso aconteceu em abril/2023, em reunião online da Justiça do Trabalho de Sorocaba. O servidor, 73 anos, trabalha na Prefeitura de Sorocaba, mas estava "emprestado" e foi afastado da função por suspeita de injúria racial. A advogada Julietta Elisabette de Jesus Oliveira Teofilo, 26 anos, explicou que estava em sessão de rotina de trabalho, para acompanhar andamento de processos na Justiça, na sala virtual, na presença de mais dois servidores. Diz a vítima: "Eu entrei na reunião e estavam estes dois servidores, uma mulher e um homem. Eu já conhecia os dois, mas neste dia quem me atendia era a servidora. Quando eu liguei minha câmera, a pedido dela, ela elogiou meu cabelo, disse que era bonito. Eu sou uma mulher negra e uso um penteado estilo "black power". Prossegue: "Depois do elogio, eu escutei o homem que estava na sala com ela comentar ao fundo, rindo. Bonito? parece uma vassoura piaçava. No mesmo momento, eu disse que havia escutado o comentário dele e que aquilo era crime". 

     

    CRIANÇAS NOS TRIBUNAIS SEM ADVOGADOS

    O Direito não existe no governo de Donald Trump para crianças; elas são levadas aos tribunais de imigração, nos Estados Unidos, sem advogados. E mais: o governo estúpido de Trump cancelou todos os contratos com organizações que ofereciam representação legal a menores imigrantes não assistidos, causando a presença de crianças às audiências no Judiciário desacompanhadas de assistência jurídica. Uma menina de 5 anos, acompanhada de uma irmã, 13 anos, e um irmão, 15 anos, saíram do México e chegaram aos Estados Unidos, em março/2024, desacompanhadas dos pais ou responsáveis, e assim enfrentam processos de deportação no Tribunal de Migração, em San Diego, na Califórnia/EUA. Eles foram detidos porque cruzaram a frontes irregularmente. A mãe da menina, que emigrou em outra oportunidade, está apenas presente na audiência; ela declarou: "não podemos permitir isso". A juíza Olga Attia pede explicações à criança sobre seu caso, e sugere assistência jurídica para a criança, mas nada consegue e marca nova audiência para o mês de maio. São milhares de crianças na mesma situação dessa menor. A origem de tudo isso reside no ato insano de Trump que cancelou abruptamente todos os contratos com organizações que oferecem representação legal para menores não acompanhados. Todavia, uma juíza revogou essa estúpida decisão, mas prevalece somente até 16 de abril. 

    As crianças nessa situação são da América Central e muitas da América Latina e de outros continentes e o pior é que não entendem inglês. O advogado Jonathan D. Ryan declarou à BBC News: "É como retirar deles o paraquedas antes de lançá-los do avião". Os advogados que se aventuram a, gratuitamente, defender essas crianças sabem que correm perigo, porque o governo Trump poderá persegui-los. A obrigação de o estado oferecer defesa gratuita, nos Estados Unidos, só é válida para processos penais, e não alcança os casos migratórios, de competência da justiça civil. A Lei de Proteção a Crianças Estrangeiras não Acompanhada, de 2005, impede a expulsão de menores de idade para suas nações de origem, além de exigir assessoria e representação legal"; outra Lei de Reautorização da Prevenção e Proteção das Vítimas do Tráfico de Pessoas, de 2008, determina acesso à representação legal no país. A representação legal dos menores era exercida pelo Centro Acacia para a Justiça, mas, em fevereiro, o governo Trump suspendeu o contrato, constando o motivo: "por conveniência do governo". Em abril, a juíza Araceli Martínez-Olguín, de São Francisco  determinou que Trump restabelecesse a assistência de forma temporária. Relatos da agência de noticiais Reuters afirmam que Trump "pretende rastrear as crianças imigrantes não acompanhadas", buscando deportá-las. O governo Biden ampliou acesso aos serviços jurídicos para menores não acompanhados. Os relatos sobre a vida dessas crianças no governo atual é simplesmente inacreditável, tamanha a perseguição e desumanidade.  

    TRUMP REDUZ VERBAS PARA UNIVERSIDADES

    A redução de verbas para universidades e órgãos de pesquisa constitui política adotada por Donald Trump desde que assumiu a Casa Branca. Os cortes atingem centenas de pessoas em estágio probatório e muitos cientistas estão à busca de colocação na Europa. O governo de Donald Trump alega que são necessários cortes de bilhões de dólares, visando a redução do déficit federal e o controle da dívida americana. Na verdade, as universidades estão sendo discriminadas pelo presidente americano, na polícia que adotou de diversidade. As universidades de Yale, Columbia e Johns Hopkins, além de outras, inserem-se na política de perseguição. Em março, 13 países europeus assinaram em uma carta pedindo à Comissão da União Europeia para atrair talentos acadêmicos que estão deixando os Estados Unidos. O Conselho Europeu de Pesquisa, órgão da União Europeia, que financia trabalhos científicos, declarou que vai dobrar o orçamento de realocação para financiar pesquisadores que mudarem para países da Europa, no valor de 2 milhões de euros por candidato; o valor presta-se para cobrir custos da mudança. Trump não devota nenhuma predileção pelo mundo das pesquisas, daí a redução das verbas para esse setor. 

    Conservadores e os social-democratas da Alemanha fazem planos para atrair até mil pesquisadores. Com isso, muitas universidades estão sendo obrigadas a demitir, suspender contratações e param de preencher vagas, interrompendo estudos. Cientistas seniores dos Institutos Nacionais de Saúde temem pela suspensão de pesquisas sobre obesidade, doenças cardíacas e câncer. A Reuters, depois de conversas com 13 universidades e institutos de pesquisa europeus, constatou que grande número de funcionários estão deixando os Estados Unidos e rumando para a Europa. Gray McDowell, da Capgemini Invent, empresa de consultoria digital dos Estados Unidos, declarou: "A incerteza regulatória, os cortes de financiamento, as restrições à imigração e a diminuição da colaboração internacional criam uma tempestade perfeita para a fuga de cérebros". 

     

    BRASIL PODE RECEBER CARROS DO MÉXICO

    O setor automotivo, nos Estados Unidos, está suspendendo a importação de veículos, face às taxa de 25% imposta por Donald Trump; neste sentido posicionaram-se a Audi e Jaguar Land Rover, além de outras montadoras. O Grupo Stallantis paralisou a produção em fábricas no Canadá e no México, causando a suspensão de centenas de funcionários. Muitas marcas preferem operar no México, porque a mão de obra é mais barata, o governo mexicano oferece grande apoio, os impostos são mais baixos, a localização geográfica é excelente e facilita o envio dos carros para os Estados Unidos. A avaliação dos entendidos é de que o crescimento será bem menor em 2025, do percentual que se previa de 4%, porque haverá redução em torno de 1 milhão de veículos, face a alta dos preços dos carros, que pode chegar a US$ 12 mil. A expectativa de Donald Trump é de que sua decisão vai fortalecer a indústria nacional. A Standard & Poor´s assegurou que no ano de 2024, o percentual de 46% dos 16 milhões de carros vendidos nos Estados Unidos foram importados.  

    O México é o grande exportador de carros para os Estados Unidos, no percentual de 76% e com a paralisação das exportações é quase certo que esses 3 milhões de veículos serão levados para o mercado latino-americano, principalmente para o Brasil, facilitado pelo acordo entre os dois países do livre comércio. Esse cenário, consistente na concorrência da indústria nacional com o México, vai perturbar os fabricantes do Brasil.